
O Deslumbre de Cecilia Fluss, João Tordo, Companhia das Letras, 16.50€
A memória e a demência. A traição da primeira e os caprichos da segunda. Somos moldados na infância, aprendemos e fixamos. E quando esquecemos… inventamos.
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Dos autores nacionais aos títulos que chegam de fora, os críticos da Time Out Lisboa partilham as suas escolhas do ano. Eis alguns dos melhores livros de 2017
João Morales atira-se aos livros de autores portugueses e aos lançamentos em Banda Desenhada. José Carlos Fernandes resume o melhor da ficção e não-ficção internacional. Contas feitas, leia e releia o melhor que lemos em 2017.
A memória e a demência. A traição da primeira e os caprichos da segunda. Somos moldados na infância, aprendemos e fixamos. E quando esquecemos… inventamos.
Escritos para serem lidos na rádio, estes textos recordam-nos a mestria de um dos grandes prosadores portugueses do séc. XX. O humor fino, o t6raço autobiográfico e confessional, o olhar mais que atento do repórter permanente.
O romance de estreia de Sérgio Godinho mostra mais uma faceta deste criador. Jogos de palavras (logo no título), crueza e romantismo em doses equilibradas, Portugal sempre no divã psicanalítico e seres humanos paradoxais. Como os verdadeiros.
O surrealismo, a provocação, a crítica social e política forma as armas de arremesso de um dos mais desconcertantes autores portugueses do séc. XX. Pouco se conhecia do seu trabalho, disperso por papéis avulso. Agora, com três volumes com mais de 700 páginas cada, nada será como antes.
António é um jornalista português que acrescenta pontos ao que conta. Lá longe, na URSS, a conspiração dos “batas brancas” anseia traçar o fim de Estaline. E entre os dois países, entre o passado e o presente, o leitor vai descortinando as ligações.
Entre o psicadelismo da década de 70 e uma criação assumidamente politizada, descobrimos uma faceta quase desconhecida do homem que ficou famoso a desenhar mulheres e histórias lúbricas.
A forma como o sexo marca presença na Humanidade é um reflexo das transformações dessa mesma Humanidade. O prazer e o pudor; as permissões e constrangimentos; o simbolismo e a descoberta contínua. Tudo no mesmo livro.
De uma figura com os pergaminhos de Moore espera-se quase tudo. Mas uma abordagem à história de Jack, The Ripper, com quase 600 páginas surpreende qualquer um. O efeito é contagiante, a leitura é viciante, a conclusão é… perturbante.
Alberto Breccia, o mais extraordinário desenhador a usar o preto como fundo e o branco como traço (pelo menos é essa a sensação dominante do leitor), assina com o seu filho (então com apenas 22 anos) uma das suas obras-primas. Um documento, histórico e artístico.
Ficção Científica, erotismo e H. P. Lovecraft constituem a trindade em que assenta esta aventura. Os contaminados alimentam os mutantes e os Padres são criaturas Cyborg. Metáforas e aventura conjugadas com muito ritmo.
Uma delirante paródia aos thrillers esotéricos e às grandes figuras de cultura e da política francesas.
Memória em carne viva da repressão brutal de uma cidade que se ergueu contra um regime opressivo.
Visão simultaneamente terna e irónica do terrorismo e do efeito que produz nas pessoas.
Tocante romance epistolar entre dois amantes que não vivem no mesmo tempo nem no mesmo espaço.
A Guerra do Afeganistão contada por quem nela combateu e pelos familiares dos que de lá regressaram em caixões de zinco.
A barbárie da guerra na Frente Leste vista pelos olhos das crianças apanhadas no seu vórtice.
Como a polícia secreta alemã controlou o povo alemão e assegurou a sua lealdade ao II Reich.
Hitler era um junkie e os seus delírios alimentados a drogas ajudaram a empurrar a Alemanha para o abismo.
Uma síntese de impressionante clareza sobre um dos mais tenebrosos momentos da história.
Uma reflexão penetrante, erudita, desconcertante e caleidoscópica sobre a natureza humana.
Artistas há muitos, bem sabemos. 2017 mal tinha começado e já estávamos a prever um ano em cheio. A escolha não foi fácil, mas revelamos-lhe o melhor da arte que vimos este ano.
Cada final de ano, na altura dos habituais balanços, e no que ao cinema diz respeito, chegamos sempre à mesma conclusão. Começámos pouco optimistas em relação à qualidade dos filmes que íamos ver; e acabámos com a satisfação de que vimos suficientes bons filmes para elaborar uma lista com os dez melhores, e ainda ficam de fora uns quantos que também lá cabiam perfeitamente.
O ano de 2017 assistiu à estreia de vários filmes portugueses com muita qualidade. Na ficção, como Fátima, de João Canijo, São Jorge, de Marco Martins, ou Fábrica de Nada, de Pedro Pinho. E no campo do documentário, onde se destacaram Ama-San, de Cláudia Varejão, e Nos Interstícios da Realidade ou o Cinema de António de Macedo, de João Monteiro.
Mais um ano, mais uma remessa de grandes discos e músicas, para todos os gostos e feitios. Da frescura rock lo-fi de Mac DeMarco ao indie rock de Thurston Moore, passando pela pop vanguardista de Benjamin Clementine ou o hip-hop de Vince Staples, Young Thug ou Kendrick Lamar.
A música portuguesa vive dias bons. Com bandas e artistas a falarem a sua língua e a produzirem canções que reflectem o país e o presente. Do indie rock português das Pega Monstro e Putas Bêbadas às batidas afromecânicas de Nídia e DJ Lycox, passando pela folk lisboeta de Éme e Luís Severo, o hip-hop de Slow J e os Orelha Negra ou o fado de Camané. Estes foram os melhores discos do ano.
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