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rota das catedrais, palacio da ajuda
Fotografia: Duarte Drago

“Na Rota das Catedrais”: a exposição de arte sacra no Palácio da Ajuda

São mais de 100 peças que viajaram das catedrais do país até ao Palácio Nacional da Ajuda para a exposição de Verão

Escrito por
Francisca Dias Real
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O culto e a cultura sempre ligados. Pelo menos é nessa premissa que assenta a nova grande exposição do Palácio Nacional da Ajuda, à qual fomos ajudar a tirar o pó ainda antes de tudo estar arrumado e pronto para ser visitado. “Na Rota das Catedrais” inaugura na terça, dia 26, abre ao público na quinta, dia 28, e por lá fica todo o Verão, até 30 de Setembro.

Ainda a pisar o chão plastificado da Galeria D. Luís – intervencionada pela arquitecta Paula Araújo da Silva –, Marco Daniel Duarte, director do museu do Santuário de Fátima e comissário da exposição, guia-nos por algumas das peças que já delimitam os núcleos expositivos. “Queremos pôr os visitantes a olhar para o património das catedrais como lugares onde se define muita da identidade local e nacional”, explica. “Dificilmente voltaremos a ter no mesmo espaço estas peças reunidas, e umas ao pé das outras conseguimos elaborar uma história complexa sobre as catedrais em Portugal.”

O projecto Rota das Catedrais começou em 2009, com um acordo de cooperação entre o Ministério da Cultura e a Conferência Episcopal Portuguesa, e culmina agora nesta reunião de arte sacra, onde se encontram peças do século XVII – a mais antiga vem da Sé de Lisboa – ou uma Pietá de 2012, a mais recente. “Esta exposição mostra várias vertentes artísticas, da prata à madeira, dos metais aos têxteis, e juntamos vários tipos de património que falam da mesma realidade”, afirma Marco, que com a sua equipa reuniu nesta exposição mais de 100 peças únicas. “No fundo, as catedrais são mais que um local de culto, são um local onde se junta toda a comunidade e isso está bem patente aqui.”

Da Catedral de Braga à de Faro, há peças de todo o país. E sendo “quase impossível fazer uma escolha das melhores”, o comissário optou por dar destaque a algumas das mais adoradas pela comunidade local – e que quebram com as figuras sagradas que se vê normalmente.

Três peças para ver na exposição

Menino Jesus da Cartolinha
Fotografia: Manuel Manso

Menino Jesus da Cartolinha

Concatedral de Miranda do Douro

A adoração por esta figura do século XVIII é mais que muita. Marco Daniel Duarte explica-nos que tem “um grande enxoval”. Em madeira esculpida, o Menino Jesus da Cartolinha muda de vestes consoante a ocasião, e os mirandeses têm tanta fé no seu “Menino” que ainda hoje exclamam em momentos de grande aflição “ Ai, Meu Menino!, Ai Meu Menino!”

Braço-relicário de São Teotónio

Braço-relicário de São Teotónio

Catedral de Viseu

Este é um relicário de prata com duas canas do braço de São Teotónio, o primeiro santo de origem portuguesa, cuja canonização foi aprovada pelo Papa Alexandre III (1159-1181). Constatada a incorrupção do seu corpo, deu-se a trasladação de um dos seus braços, como relíquia, do Mosteiro de Santa Cruz – que ajudou a criar – para Viseu.

Arte em Lisboa

  • Museus

Edifícios relativamente novos, com linhas que são uma perdição para a fotografia, e clássicos da cidade que patrocinam autênticas viagens no tempo. Destaque-se ainda os inúmeros e regulares workshops e eventos que promovem para adultos e crianças, ou mesmo as cafetarias e brunches que também são pequenas obras de arte. Deixamo-lo com uma visita guiada aos melhores museus em Lisboa, dando razões para redescobrir endereços obrigatórios e ideias para explorar colecções surpreendentes. 

  • Arte
  • Arte renascentista

Não tem a dimensão de um Louvre, em Paris, ou de um Museu do Prado, em Madrid, mas como estes, também o Museu Nacional de Arte Antiga, na Rua das Janelas Verdes, não se vê num dia. É um bom sítio para flanar sem rumo nem propósito e aproveitar as vistas, uma e outra vez, até porque ele não sai de Lisboa. É visitá-lo várias vezes – os primeiros domingos do mês são de entrada livre até às 14.00 – e ir vendo. Só não se esqueça de dar uma espreitadela nestas oito obras, cheias de histórias para contar.

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  • Arte

Não há muitos museus de arte contemporânea em Lisboa (e arredores), mas os que existem merecem uma visita. Têm colecções importantes e exposições que os colocam cada vez mais em destaque no panorama intercional das artes. Lisboa entrou no mapa da arte contemporânea e tem razões para isso. De Júlio Pomar a Andy Warhol, pode correr as mais variadas variantes artísticas ao longo deste roteiro que aqui lhe traçamos.

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