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  1. Lepista nuda (pé azul)
    Helena Galvão Soares"Lepista nuda. São conhecidos por pés azuis", explica Rita Serra, bióloga.
  2. Coprinus picaceus
    Gonçalo Praça"Coprinus picaceus", diz Rita Serra, sem hesitar.
  3. |
    Helena Galvão Soares"Impossível de identificar sem mais dados", lamenta Rita Serra.
  4. |
    Helena Galvão Soares"Impossível de identificar sem mais dados", explica Rita Serra.
  5. Clathrus ruber
    Helena Galvão Soares"Clathrus ruber, conhecido por lanterna de bruxas."
  6. Clathrus ruber
    Helena Galvão Soares"Clathrus ruber (lanterna de bruxas). Um exemplar mais jovem a sair do 'ovo'", detalha Rita Serra.
  7. Gasteromycete
    Helena Galvão Soares"Um Gasteromycete. Quase de certeza que é uma Calvatia, mas evito garantir porque tinha de examinar em mão", diz Rita Serra.
  8. Fungo coral
    Helena Galvão Soares"Fungo coral"
  9. |
    Helena Galvão Soares"Gymnopilus sp. (possivelmente o spectabilis)", arrisca Rita Serra.
  10. Russola sp
    Helena Galvão Soares"Russola sp"
  11. Anel de fadas
    Helena Galvão Soares"Anel de fadas (crescimento radial do micélio)", identifica Rita Serra.
  12. |
    Helena Galvão Soares"Possivelmente Omphalotus olearius (impossível ter a certeza porque não lhe vejo as lâminas)", explica Rita Serra.

Vá ver cogumelos em Monsanto. Estamos na época

Depois das chuvas é a altura certeira para ir, de olhar bem atento, passear para Monsanto à procura de cogumelos.

Helena Galvão Soares
Escrito por
Helena Galvão Soares
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Sabia que já estão 157 espécies identificadas no Parque Florestal de Monsanto? Embrenhe-se pelos carreiros e vai ver as surpresas que o esperam. Siga as nossas dicas.

Não domina os trilhos de Monsanto e tem medo de se perder naqueles 1000 hectares de floresta (sim, leu bem, mil)? Descanse, para ver a maioria dos cogumelos da nossa fotogaleria, só precisa de ir até ao Parque do Calhau, nas traseiras do Palácio Marquês de Fronteira, e daí seguir para o pinhal junto ao Parque Recreativo da Serafina, ali mesmo ao lado. Ou então seguir o trilho que acompanha o Aqueduto, onde este ano encontra inúmeras e enormes lanternas de bruxas vermelhas, rodeadas de "ovos" (cogumelos que ainda não abriram).

No Parque do Calhau, debaixo das copas de sobreiros e azinheiros, vai começar por encontrar os cogumelos que surgem a abrir caminho por entre o manto de folhas caídas. Vai ver um, outro, outro, e depois, à medida que souber onde procurar, dezenas deles. 

Parque do Calhau
Helena Galvão Soares || Parque do Calhau, já com muitos cogumelos sob as copas das árvores

Agora que já tem o olhar treinado, está na hora de sair deste montado e entrar por qualquer dos carreiros (quanto mais estreito e menos usado melhor) na direcção do Parque Recreativo da Serafina. Aqui a variedade de vegetação é maior e a de espécies de cogumelos também. Mude de carreiro, perca-se à vontade; seja por que caminho for, vai dar à Estrada da Serafina. Mantenha-se atento à folhagem no chão e aos troncos de árvores caídos. No Outono vai ver também bolinhas vermelhas. Não são cogumelos, são medronhos. Há imensos em Monsanto.

Parque do Calhau
Helena Galvão Soares

Na Estrada da Serafina dirija-se à saída da estrada que vem do parque recreativo. Pela frente tem uma estrada larga de terra batida, siga-a e entre no segundo carreiro à esquerda. Neste caminho, com muita atenção ao chão coberto de folhas e caruma, do lado esquerdo, há hipóteses elevadas de encontrar algumas lanternas de bruxas e pés azuis. Não os apanhe, são venenosíssimos só de lhes tocar! Brincadeirinha, não são nada, isso é mito – até lhes pode dar beijinhos, se quiser. Mas não os apanhe, as outras pessoas também os querem ver.

Pinhal do Parque Recreativo da Serafina
Helena Galvão Soares || Pinhal do Parque Recreativo da Serafina

O que nos leva à velha máxima: de Monsanto não se tira nada, só fotografias. Monsanto é um pequeno milagre resultante do empenho humano. Em 1938, quando começou a ser plantado, não passava de montes calvos, terra esgotada, sem vegetação. Como nos disse em tempos numa visita guiada Fernando Louro Alves, engenheiro florestal há 39 anos em Monsanto, esta floresta que hoje vemos levou 90 anos a ser conseguida. Sem as décadas de empenho e investigação que aqui se investiram, teria levado alguns milhares de anos. E os cogumelos têm um papel fundamental na conservação da floresta. Não vai querer estragar isto, pois não?

Para identificarmos os cogumelos fotografados, falámos com Rita Serra, bióloga com trabalho na Micologia, investigadora do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra. Rita, diplomática e pedagogicamente, esclareceu-nos que fotografias como estas são praticamente inúteis para a identificação de cogumelos, porque não mostram coisas tão essenciais como o pé e o interior do chapéu. "Há milhares de cogumelos e alguns só possíveis de identificar com estudos laboratoriais", explicou. "Mas outros sacamos-lhe logo a pinta", acrescentou, para não nos desmoralizar.

Se tem interesse em aprender a identificar cientificamente cogumelos e contribuir para o levantamento deste importante património – ou seja, em fazer micologia cidadã – o grupo de Facebook Fungos de Portugal poderá interessar-lhe.

Lisboa verde

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