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Coisas para fazer em Carnide, dos teatros ao lavadouro

Nem tudo em Carnide se resume à Feira da Luz em Setembro. Há mais que fazer durante o ano

Escrito por
Francisca Dias Real
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Carnide é paragem obrigatória para quem gosta do melhor da comida tradicional, com restaurantes honestos a servir doses generosas – é a “cantina de Lisboa” segundo dizem os da terra. Mas nessa cantina, nem tudo é para ser vivido de faca e garfo na mão. O bairro é um verdadeiro poço de cultura, dinamizado pelos moradores e pequenas associações que juntam forças para fazer mexer o bairro, da população mais nova à mais envelhecida. Há três teatros com agenda regular, um lavadouro público para lavar a roupa suja (e não, não estamos a falar de maldizeres) ou um clube à antiga onde pode sentar-se à mesa para uma jogatana. Enfim, descubra Carnide cultural que vai além da Feira da Luz. 

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Coisas para fazer em Carnide

  • Coisas para fazer
  • Centros culturais
  • Carnide/Colégio Militar

Aqui as ideias fervilham e os projectos fermentam, tudo em comunidade – ou não fosse esta uma ideia resultante do Orçamento Participativo. O novo espaço da Boutique da Cultura, a associação cultural que ainda não parou de fazer mexer Carnide, surge da necessidade de juntar todos os seus núcleos, que estavam espalhados pelo bairro. Onde até à data funcionava apenas a Incubadora de Artes, juntam-se, na nova morada – com mais de 500m2– a Casa das Artes e a Livraria Solidária. A gestão do espaço está entregue a Paulo Quaresma, da Boutique da Cultura, e a João Oliveira, da Câmara Municipal de Lisboa, que tratam de manter a casa de pé e com programação variada. O novo espaço vai passar a contar com um auditório com 100 lugares e uma sala estúdio, para projectos mais pequenos. Há duas salas de cowork e outras duas para oficinas criativas – uma delas dedicada à costura e cerâmica e a outra às artes gráficas. Com as novas instalações nasce também um estúdio de gravação, que servirá tanto para uso interno como para a população, que o poderá alugar a preços acessíveis. A Livraria Solidária, que estava instalada num edifício da Santa Casa a umas dezenas de metros dali, vai ficar logo à entrada, com os livros arrumados em caixas de fruta de madeira empilhadas até ao tecto, e funcionará da mesma maneira: tudo estará à venda por valores simbólicos de 1€ a 5€ e as doações são sempre bem-vindas. A tudo isto acresce o espaço da loja, junto à recepção, que expõe e vende peças dos artistas residentes.

  • Coisas para fazer
  • Carnide/Colégio Militar

Lavar a roupa à mão, uma tradição há muito perdida: as avós faziam-no em tanques, esfregavam com sabão azul e punham tudo ao sol em estendais comunitários. Em Carnide, ainda há um lavadouro público a funcionar, com direito a estendal, de segunda a sexta (08.30-17.00) – basta pedir a chave no Centro Paroquial ali ao lado. O lavadouro é partilhado com o Teatro do Silêncio – onde Maria Gil divide a direcção artística com Miguel Bonneville –, que o usa como espaço site specific para apresentação de performances, instalações, concertos ou residências artísticas.  

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  • Teatro
  • Carnide/Colégio Militar
É uma estrutura centenária, que remete para a data de 1913 com o aparecimento da Sociedade Dramática de Carnide, considerada o grupo de teatro amador mais antigo do país. Nos anos 50, a Sociedade fundiu-se com o Grupo de Teatro de Carnide, criado pelo mítico encenador Bento Martins, e foi aí que o Teatro de Carnide começou a  ter visibilidade. A casa continua a ser palco de grandes produções, sobretudo para os mais pequenos, e tem cursos ligados ao teatro. Também é aqui que nasce e daqui que parte a marcha popular de Carnide todos os anos. Em breve, o teatro conta ter novas instalações.
  • Teatro
  • Carnide/Colégio Militar
Está bem encaixado no Largo da Luz desde 1903, por ocasião das comemorações do primeiro centenário do Colégio Militar. Quem toma conta do espaço desde 2014 é a Companhia da Esquina, que aposta forte na componente de formação para quem quer subir aos palcos. A programação tanto tem material para os mais velhos como para os pequenotes do bairro – e a desta temporada será divulgada em breve.
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  • Teatro
  • Carnide/Colégio Militar
Nasceu em 2003, associado e inserido na Casa do Artista, uma instituição de que recebe apoio, e desde então tem dado espaço a produções como D. Quixote, A Flauta Mágica, Soldadinho de Chumbo, tudo pelas mãos do TIL – Teatro Infantil de Lisboa, que passou a ser companhia residente do Teatro Armando Cortez. As outras produções têm oscilado entre várias produtoras, sendo que a actual é a Yellow Star Company.
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  • Centros culturais
  • Carnide/Colégio Militar
Como em todos os centros culturais, o de Carnide também se destaca por ser um espaço polivalente do bairro – gerido desde 2011 pela Junta de Freguesia. Há uma  sala de exposições, outra que é usada para workshops e o espaço maior da casa é o auditório Natália Correia – nome também da biblioteca logo ali ao lado – com 170 lugares e que é palco de concertos, peças de teatro ou sessões de cinema.
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Carnide Clube
  • Coisas para fazer
  • Carnide/Colégio Militar

As jogatanas de cartas, ao sabor da sueca ou da rami, são um dos pratos fortes de qualquer colectividade que se preze, para não falar dos festejos em tempo de Santos Populares. Mas olhe que há muito mais a aproveitar no Carnide Clube, com quase 100 anos – o ginásio dá para reunir até 50 amigos num jantar se quiser uma sala para alugar a preço de amigo.

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  • Coisas para fazer

Por ocasião dos 50 anos da Time Out, os editores de todo o mundo elegeram os 50 bairros mais cool do momento. O Príncipe Real ficou em 5.º lugar. O que quer afinal dizer cool? É um anglicismo, uma daquelas palavras certeiras dos camones para a qual não temos equivalente imediato. Ou então temos demais. Cool é incrível, invejável, desejável, pode ser espectacular, óptimo, bom, maneiro, porreiro, giro, divertido, bacano, yo!, fixe, bestial. Cool é o novo que nunca saiu de moda, que tem pinta e é supimpa. Cool é uma atitude sem pose, uma tendência que tende a não querer saber disso. 

  • Coisas para fazer

Esqueça o sentimento de culpa caso decida refastelar-se numa das mesas que se seguem. É que depois do repasto não faltam quilómetros e mais quilómetros de áreas verdes para fazer a digestão a preceito. Para os mais atléticos, aconselhamos a saltar cedinho da cama ou a aproveitar o melhor da vista ao cair do dia. 

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