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Cinco coisas que não sabe sobre o Arquivo Municipal de Lisboa

Fomos em busca dos segredos do arquivo que guarda Lisboa para sempre

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Aquela velha máxima de que precisamos conhecer o passado para compreender o presente é muito verdade. E o Arquivo Municipal de Lisboa (AML) nunca esquece. É como um gigante baú de memórias — embora esteja muito longe de caber no sótão dos avós — que guarda documentos históricos, vídeos, fotografias e encerra um valioso espólio da arquitectura da cidade. E nunca pára de crescer. Aliás, se tiver registos perdidos no seu próprio baú, ou dos seus familiares, está convidado a partilhar com o arquivo (e com todos os lisboetas) todas as boas memórias que encontrar.

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Cinco coisas que não sabe sobre o Arquivo Municipal de Lisboa

1. 

A génese do Arquivo Municipal de Lisboa remonta ao século XIV quando se constituiu um primeiro arquivo em Lisboa, nascido da necessidade de guardar os documentos mais importantes relativos à cidade. Para isso criou-se o cargo de Escrivão do Concelho que geria toda a documentação. Como no início não havia muita papelada, era tudo guardado numa arca, conhecida como “a arca das escrituras”.

2. 

A coisa cresceu de tal modo que hoje o AML não tem um, nem dois, nem três… mas sim quatro pólos: no Bairro da Liberdade, em Campolide, no Arco do Cego, no Largo do Calvário, onde fica a videoteca, e na Rua da Palma, sede do arquivo fotográfico.

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3. 

E não é um arquivo, é um senhor arquivo. Ao todo, alberga registos que remontam ao século XIII, como é o caso do Livro dos Pregos, um dos manuscritos mais antigos à guarda do AML e que inclui mais de 500 documentos produzidos a partir de 1214. Falamos de cartas régias, celebração de contratos, integração de vilas no termo de Lisboa ou mesmo cobranças de dívidas. Uma espécie de site da administração pública, mas em papel e escrito à mão.

4. 

Parte do arquivo está disponível online, com destaque para a videoteca e arquivo fotográfico que nos dão informação mais imediata sobre os velhos tempos da cidade. Na dúvida, pesquise o trabalho dos fotógrafos Joshua Benoliel (1873-1932) e Horácio Novais (1910-1988) que tão bem registaram Lisboa para toda a posteridade. O AML aproveita ainda o seu interminável acervo para realizar documentários (como o Bairro Alto 500 anos) e diversos conteúdos audiovisuais que se juntam aos mais diversos documentos videográficos sobre a cidade, guardados no Largo do Calvário desde 1991. Se tiver vídeos antigos em casa, feitos naquela 8mm do avô, não se esqueça de partilhar com a comunidade.

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5. 

O sonho de um AML instalado num só edifício é acalentado por muitos lisboetas. Alguns deles estão no Partido Ecologista Os Verdes que apresentou uma recomendação na Assembleia Municipal de Lisboa, aprovada, no sentido de encontrar um edifício autónomo, de preferência requalificado, onde possa estar reunido todo o acervo. Uma história antiga, já que no ano 2000 o Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo celebrou um protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa para a construção de um edifício que acolhesse não só o Arquivo Municipal de Lisboa como a Biblioteca Central Municipal. As torres do Alto da Eira (um edifício de habitação social na Penha de França) vieram à baila, mas o AML já passou por aqui, tendo sido encerrado em 2002, por “problemas de insalubridade”, avançam os assinantes da petição “POR UM EDIFÍCIO DIGNO PARA O ARQUIVO MUNICIPAL DE LISBOA”. Numa sessão da Assembleia Municipal de Lisboa, a vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto, adiantou que além das torres foi identificado "um segundo espaço", destinado à hemeroteca, arquivo fotográfico e arquivo histórico: “Esse local já está identificado, mas como envolve negociações com terceiros, que não estão concluídas, não podemos avançar com a solução definitiva”.

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As estátuas são como aquele amigo que está sempre lá, mas com quem nunca conseguimos combinar um café. Estas são algumas das obrigatórias, para conhecer melhor e, de preferência, de bem perto. Há muitas coisas que os turistas fazem e todos os lisboetas devem experimentar, uma delas até passa por uma visita à Casa dos Gessos para ver o molde que deu origem à estátua de D. José I na Praça do Comércio. Mas desta vez queremos que preste mais atenção às obras finais, da mais antiga à mais polémica, ali no topo do Parque Eduardo VII.

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