Não temos nada contra ficar estendido ao sol ou a encher a barriga de peixe e marisco. Mas há mais, muito mais para fazer em Cascais, num equilíbrio perfeito entre história, natureza e diversão. Estas rotas pedestres auto-guiadas, do Guincho ao Estoril, pela costa ou no meio da natureza, prometem mostrar-lhe o outro lado da região. Para os mais aventureiros a informação que se segue é mais do que suficiente. Já os mais cautelosos podem entrar no site Visit Cascais e fazer download do guia para cada um dos trilhos, que, além de outras informações, incluem ainda um mapa e ilustrações da fauna e flora que podem encontrar ao longo do caminho. Assim, da próxima vez que estiver entediado em casa ou a reclamar porque faz pouco exercício, lembre-se que a solução pode passar por aqui. Para isso basta vestir uma roupa e calçado confortáveis, preparar uma mochila com o que precisa (leia-se snacks, água, telemóvel e máquina fotográfica) e fazer-se à estrada.
Propomos-lhe um passeio que é quase um jogo, para ir conhecer os jacarandás de Lisboa. É muito simples. Escolha um jacarandá e dirija-se a ele. Que copa linda, não é? Olhe em redor e procure outro, não vai ser difícil encontrar um. Vá até lá. O chão coberto de flores lilases. Pois. Olhe em volta à procura de outro. Ou olhe para as colinas da cidade e veja-os a espreitar por entre os telhados do casario e vá até lá. Pelo caminho há-de ver muitos mais. Vá saltitando de jacarandá em jacarandá. O jogo acaba quando os seus olhos estiverem saciados de lilás.
Nós conseguimos ir do cruzamento da Barata Salgueiro com a Avenida da Liberdade até ao Palácio da Ajuda sempre a encontrá-los. E foi lá que começou a história dos jacarandás em Lisboa.
Os jacarandás (Jacaranda mimosifolia) de Lisboa vieram do Brasil (o nome jacarandá tem origem no tupi-guarani), encomendados pelo botânico Félix de Avelar Brotero, o segundo director do Real Jardim Botânico da Ajuda, entre 1811 e 1828, no reinado de D. João V. A aclimatização das árvores foi muito bem sucedida e em breve começou a ser plantada nos jardins dos nobres – e mais tarde por toda a cidade.
Os jacarandás podem atingir 200 anos de vida. É por isso que pode ainda encontrar dois dos originais no Jardim Botânico da Ajuda. Diz-se que são os últimos a florir na cidade. É ir lá comprovar.
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