A colheita de videojogos de 2017 foi uma das melhores de que há memória, graças a uma indústria japonesa revigorada e à contínua criatividade do espaço indie. O ano foi ainda marcado pelo sucesso disruptivo da Nintendo Switch, que recebeu alguns dos melhores lançamentos do ano, como The Legend of Zelda: Breath of the Wild ou Super Mario Odyssey. Entre outros jogos, a PlayStation 4, Xbox One e PC destacaram-se ainda Persona 5, What Remains of Edith Finch e Nier: Automata.
Os melhores jogos de 2017
Persona 5
É ao mesmo tempo um simulador social e um RPG japonês em que somos constantemente forçados a abdicar de fazer algo ou passar tempo com alguém. Tudo ao longo de um ano narrativo em que um grupo de adolescentes tenta melhorar uma sociedade corrupta. Um jogo glorioso, com a força de um single punk e a sofisticação libertária do melhor jazz.
Super Mario Odyssey
O primeiro Super Mario da Nintendo Switch é um dos melhores jogos de plataformas da história. Cada nível é um parque de diversões recheado de segredos, em diálogo constante com o passado da série, ainda que inovador. Sem nunca cair nas armadilhas da nostalgia. Um jogo convidativo, mas denso, que nos dá de volta tudo o que lhe damos.
What Remains of Edith Finch
O primeiro jogo dos estúdios Annapurna, com créditos firmados no cinema, é um dos mais surpreendentes do ano. Uma história sobre histórias – a da protagonista, as da sua genealogia e as dos livros que se amontoam na casa onde se desenrola a acção – que são apresentadas como pequenos jogos, aliás, experiências ludonarrativas bem sintonizadas com a história que contam.
NieR: Automata
A mais recente criação do iconoclasta japonês Yoko Toro, em parceria coma Platinum Games, é diferente de tudo. Ainda assim, reconhece e celebra a sua linhagem e o passado do meio. Um excêntrico RPG japonês que é também um jogo de acção filosoficamente intenso e sem medo de fazer perguntas complicadas.
Best of 2017
Cada final de ano, na altura dos habituais balanços, e no que ao cinema diz respeito, chegamos sempre à mesma conclusão. Começámos pouco optimistas em relação à qualidade dos filmes que íamos ver; e acabámos com a satisfação de que vimos suficientes bons filmes para elaborar uma lista com os dez melhores, e ainda ficam de fora uns quantos que também lá cabiam perfeitamente.
O ano de 2017 assistiu à estreia de vários filmes portugueses com muita qualidade. Na ficção, como Fátima, de João Canijo, São Jorge, de Marco Martins, ou Fábrica de Nada, de Pedro Pinho. E no campo do documentário, onde se destacaram Ama-San, de Cláudia Varejão, e Nos Interstícios da Realidade ou o Cinema de António de Macedo, de João Monteiro.
Mais um ano, mais uma remessa de grandes discos e músicas, para todos os gostos e feitios. Da frescura rock lo-fi de Mac DeMarco ao indie rock de Thurston Moore, passando pela pop vanguardista de Benjamin Clementine ou o hip-hop de Vince Staples, Young Thug ou Kendrick Lamar.
A música portuguesa vive dias bons. Com bandas e artistas a falarem a sua língua e a produzirem canções que reflectem o país e o presente. Do indie rock português das Pega Monstro e Putas Bêbadas às batidas afromecânicas de Nídia e DJ Lycox, passando pela folk lisboeta de Éme e Luís Severo, o hip-hop de Slow J e os Orelha Negra ou o fado de Camané. Estes foram os melhores discos do ano.
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