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Fernando Pessoa por Almada Negreiros
©Carlos Azevedo

Rally tascas: beba como Fernando Pessoa

Já pensou fazer um rally tascas com Pessoa? Este é o roteiro pelas tascas e sítios do poeta e dos seus heterónimos

Escrito por
Tiago Neto
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Desde a morte de Fernando Pessoa que a frenética existencial do poeta é tema. As cartas, os poemas, os heterónimos, a urgência na criação levou-o além da centena de trabalhos e deixou algumas questões por responder: como é que, em 47 anos, o autor de "Tabacaria", "Mensagem" ou "Ode Triunfal" pôde ser tão profícuo e tão bom cliente dos botequins da cidade? A verdade é que o foi, contornando histórias de vinho, absinto e ópio, palmilhando as ruas de Lisboa de café em café, tasca a tasca. Alguns dos espaços desapareceram, outros transformaram-se, mas uns continuam por cá. Neste dia da poesia vamos recriar os passos de Pessoa de forma recreativa: um rally tascas pelos sítios onde o poeta bebeu

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Celebre o Dia da Poesia: Beba como Fernando Pessoa

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A Brasileira tornou-se um sítio de passagem e ponto de encontro, com a estátua de Lagoa Henriques a provocar selfies de turistas ao colo de Fernando Pessoa. Mas ainda por ali paira alguma da mística do lugar, palco de tertúlias intelectuais da geração de Orpheu, a justificar uma reconciliação. Isto para não falar de ser obrigatório carimbar no passaporte de todos os lisboetas com um café ao balcão, vindo do lote da casa.

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A data de fundação dos dois espaços é a mesma: 1917. Mas há mais a unir estas duas casas históricas da cidade do que o ano de nascimento. Na primeira, o nome original era Companhia Portugueza de Licores, e a figura fundadora foi Abel Pereira da Fonseca. Era aqui que Fernando Pessoa rumava diariamente para um copo de palhete. E foi aqui, também, que o poeta terá sido "apanhado em flagrante delitro". No restaurante há um painel de azulejos alusivo a esse momento. Na segunda, O Bacalhoeiro, viveu-se o legado do comércio de bacalhau até aos dias de hoje, e o bicho passou da balança ao prato, servido de todas as formas e feitios. Em 1997 os espaços foram unidos por uma passagem interior e transformados em restaurante, mantendo os nomes.

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Ir ao Beira Gare e não comer uma bifana é como ir a Roma e não ver o Papa. Um sacrilégio. E aqui não há desculpa que lhe valha, muito menos argumentar que não tem tempo para almoçar. Entre pedir e tê-la debaixo do nariz são menos de dois minutos. Talvez fosse por isso que Pessoa fez do Beira Gare ponto de encontro com o irmão de Ofélia, Carlos Queiroz. Afinal, até as lendas precisam de comer.

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  • Santa Maria Maior

A mesa onde Fernando Pessoa escreveu muitos dos seus poemas continua reservada para o poeta, mas todas as outras estão disponíveis para se provarem pratos típicos portugueses. Neste café-restaurante servem-se pastéis de bacalhau, peixinhos da horta, amêijoas à Bulhão Pato, arroz de pato, bacalhau à lagareiro ou o bife à Martinho.

Agora sobre escrita

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Sítios onde é pouco provável que encontre um exemplar de “Maria Vieira no País do Facebook” mas de certeza que tropeça numa obra de Konsalik. Já agora, por que raio há tantos livros de Konsalik à venda em Lisboa? Não sabemos a resposta, mas sabemos bem quais são as nossas livrarias independentes preferidas.

  • Filmes

A sétima arte habituou-nos a debruçar o olhar sobre tudo o que seja retrato biográfico. Nas histórias, mais ou menos fantasiadas, há dead on impressions mas também decisões de descolagem à figura como Michael Fassbender o fez em Steve Jobs ou Jessie Heisenberg em A Rede Social. Contudo, as películas baseadas em vidas ou obras também nos levaram ao território dos escritos, numa panóplia de trabalhos que não se fica por Hollywood.

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