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Vinhas na Região de Lisboa
©Arlindo Camacho

Vinhos de Lisboa: uma região para descobrir (até pelos lisboetas)

É das poucas capitais do mundo com uma região vitivinícola em seu nome e a única em que essa região está plantada junto às fronteiras da cidade. Conheça os vinhos de Lisboa

Escrito por
Mariana Lopes
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De todas as razões que fazem de Lisboa um destino obrigatório, há uma menos óbvia que permanece desconhecida dos turistas e, em boa verdade, até da maioria dos lisboetas. A saber: que Lisboa é também uma região vitivinícola que produz grandes vinhos, com muito carácter, em cada vez maior quantidade e qualidade. A comprová-lo, Lisboa foi mesmo apontada pela imprensa internacional da especialidade como um dos melhores destinos vínicos de 2019.

Com uma área de vinha de aproximadamente, 18 mil hectares, a região tem 9 Denominações de Origem Controlada (DOC): Alenquer, Arruda, Bucelas, Carcavelos, Colares, Encostas d’Aire, Lourinhã, Óbidos e Torres Vedras. Tem, também, a Indicação Geográfica Protegida (IGP) homónima, que se traduz no vinho Regional Lisboa.

De todo este território nasce uma produção que é hoje exportada para mais de 80 países, sendo a região portuguesa que envia para o exterior a maior percentagem dos vinhos (não espumantes) que certifica. Tudo isto com uma qualidade geral que cresce a cada ano que passa. Para o ajudar a descobrir a região, damos-lhe dez sugestões de grandes vinhos que deve experimentar agora. No final, acrescentamos ainda mais um tesouro produzido neste território singular.

Já conhece estes vinhos de Lisboa?

Recomendado: Bons vinhos até 5 euros, quem quer?

Brancos

Grand’arte Alvarinho 2017
©DR

Grand’arte Alvarinho 2017

Regional Lisboa

Um belíssimo Alvarinho de Lisboa, da colossal DFJ, que conjuga, no aroma, flores e citrinos como o limão e a tangerina, e um toque mineral. É muito preciso na sua acidez, numa boca com um lado vegetal amargo bem agradável, laranja, limão, de textura suave e com boa persistência. Uma interpretação interessante da casta, que promete não desiludir.

Fica bem com: Peixes brancos, como o robalo assado ou o imperador, e portar-se-á bem perante pratos especiados, como um caril de grão, por exemplo.

Preço: 6€

Quinta do Monte d’Oiro 2018
©DR

Quinta do Monte d’Oiro 2018

Regional Lisboa

As castas Viognier, Marsanne e Arinto são a base deste branco que se mostra muito bem no aroma de pêra e maçã verde, aliadas a ervas aromáticas e flores brancas. Bastante elegante na boca, não se excede na fruta e tem a sua acidez perfeitamente integrada, com final macio e longo.

Fica bem com: Peitos de frango com molho de limão e pimenta, mariscos e peixe grelhado.

Preço: 9€

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Morgado de Sta. Catherina Reserva 2016
©DR

Morgado de Sta. Catherina Reserva 2016

Bucelas

De um dos maiores produtores, a Sogrape Vinhos, surge este branco dourado na cor, com boa frescura e limpeza de fruta, a introduzir fruta tropical e fruta branca, em simultâneo. Elegante e fino, a dar a sensação que se desenha na boca, tem uma acidez perfeita que lhe dá imensa frescura, num perfil requintado e com classe. Uma óptima escolha.

Fica bem com: Pezinhos de coentrada, folhado de cogumelos e qualquer prato leve,  com alguma gordura.

Preço: 9,60€

Mira Arinto 2016
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Mira Arinto 2016

Bucelas

Este Arinto de Bucelas é feito pela C2O, e tem um carácter muito único e envolvente. Tem no seu aroma um toque austero, um lado fumado e quase metálico, dando a sensação que cresce no nariz. A surgir harmonioso na boca, sem arestas por polir, é muito expressivo na sua fruta cítrica e perfeito na acidez, deixando água na boca quando a garrafa acaba. De beber e chorar por mais.

Fica bem com: Amêijoas à Bulhão Pato, ostras e peixes gordos ou magros.

Preço: 17,50€

Rosé

Casal de Santa Maria Mar de Rosas 2018
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Casal de Santa Maria Mar de Rosas 2018

Regional Lisboa

A tríade Touriga Nacional, Pinot Noir e Syrah, contribui aqui para um vinho macio, com volume e uma bela acidez que o corta, num perfil que se baseia na fruta vermelha delicada e expressiva, e nas notas das barricas onde esteve seis meses. Tem um sabor muito definido e activo, que não esmorece. Chama-se assim porque o fundador do Casal de Santa Maria, quando da perda da sua adorada mulher, mandou cobrir a propriedade com pés de rosa, para a relembrar. E este vinho está à altura da homenagem.

Fica bem com: Pastas de quase todo o tipo, como uma bolonhesa algo condimentada ou até massas vegetarianas.

Preço: 22,50€

Tintos

Olissipo 2013
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Olissipo 2013

Regional Lisboa

A Quinta de São Bartolomeu faz este vinho de Alicante Bouschet e Touriga Nacional, cheio de fruta negra e encarnada, num conjunto muito bem composto. Na boca é sério e com boa acidez, pleno de sabor e frescura, sem nunca perder vivacidade. Um vinho de Lisboa com óptima relação qualidade/preço. E a chamar-se assim, será sempre um bom “recuerdo”.

Fica bem com: este tipo de tinto é muito versátil à mesa, acompanhando bem qualquer prato de carne, leve ou intenso, a par de legumes salteados com pimenta, por exemplo.

Preço: 4,95€

Dory Reserva 2016
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Dory Reserva 2016

Regional Lisboa

Este vinho, do produtor Adega Mãe, é feito com as castas Touriga Franca, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot, e vale cada cêntimo: tem um aroma profundo e rico, com fruta de grande qualidade, algum funcho e muita pimenta. A sua enorme frescura de boca é equilibrada numa bela estrutura, toque vegetal e especiaria. Cheio de garra, é um vinho que fica melhor ainda com tempo de garrafa.

Fica bem como: Qualquer pato, como magret ou foie gras, e até bacalhau, desde que pouco condimentado.

Preço: 11,95€

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Quinta da Boa Esperança Touriga Nacional 2016
©DR

Quinta da Boa Esperança Touriga Nacional 2016

Regional Lisboa

Com um nariz perfumado e bonito de frutos vermelhos maduros, flores secas do campo e toque de pedra molhada, este vinho puxa à salinidade característica de algumas zonas da região, é fino, com grande acidez e frescura. Revela, também, citrinos verdes como a lima. Leve, mas persistente na boca, mostra pureza de fruta. Um belo e sério Touriga Nacional!

Fica bem com: Uma peça de vitela só com sal, apenas selada na grelha, filet mignon, tornedó com molho de pimenta e cogumelos.

Preço: 15,90€

Chocapalha Vinha Mãe 2013
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Chocapalha Vinha Mãe 2013

Regional Lisboa

Aqui está um tinto complexo, de Tinta Roriz, Touriga Nacional e Syrah. O diálogo entre a fruta, as notas vegetais e a barrica onde estagiou, impressiona no seu aroma. Muito elegante no corpo, é delicado, expressivo, com um bonito floral de fundo que lhe é dado pela Touriga Nacional. Um vinho que mostra bem de onde vem, a Quinta de Chocapalha, na Serra de Montejunto, onde as vinhas e o mar se encontram.

Fica bem com: Ervilhas ou favas com ovos escalfados (mais uma tradição portuguesa a não perder), carnes vermelhas em geral, ossobuco, etc.

Preço: 22€

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Quinta de Pancas Grande Reserva 2015
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Quinta de Pancas Grande Reserva 2015

Regional Lisboa

Este vinho é o paradoxo potência/elegância em forma de garrafa, no bom sentido. De Touriga Nacional, Alicante Bouschet e Petit Verdot, tem um aroma fantástico, com a Touriga a dar-lhe citrinos e flores, a par do lado vegetal agradável das outras duas castas. Muita fruta e complexidade marcam a boca, num perfil sofisticado, saboroso equilibrado. Super sedutor!

Fica bem com: Tudo o que seja similar a este vinho, ou seja, pratos sofisticados, equilibrados e elegantes. Não falha.

Preço: 29€

Aguardente

Quinta do Rol Aguardente Vínica Velha XO
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Quinta do Rol Aguardente Vínica Velha XO

Lourinhã

Seria obrigatório juntar uma aguardente da Lourinhã a este compêndio, visto que esta é uma das 3 únicas regiões demarcadas, do Mundo, só para aguardente e cujo nome não pode ser utilizado para outro produto vínico. As outras duas são bem conhecidas: Cognac e Armagnac. João Paulo Martins, da revista Grandes Escolhas, define-a como um “belo exemplar”, muito macia e aveludada, com grande elegância, aroma puro e definido, de grande frescura e com notas de madeira, caramelo e frutos secos.

É aconselhável: Não aquecer o balão (copo bojudo de aguardente) antes de beber e conservar as bebidas destiladas na posição vertical.

Preço: 65€

E agora não perca o embalo

  • Bares

Não é segredo para os portugueses – ou ingleses, ou qualquer outra nacionalidade – dizer que o nosso vinho é um dos melhores do mundo e prova disso foi o galardão entregue pelo Wine Enthusiast ou a recomendação da Condé Nast Traveler. A estas junta-se um outro punhado de menções que, ao longo dos anos, têm deixado os produtores nacionais orgulhosos.

  • Coisas para fazer

Portugal é um país de forte tradição vitivinícola e, a avaliar pelos inúmeros prémios e distinções em concursos internacionais, a excelente qualidade dos seus vinhos não passa despercebida. Para os apreciar e conhecer, nada como visitar as regiões de produção e envolver-se na sua cultura, através de visitas guiadas às instalações ou provas de vinhos e outros produtos locais, por exemplo. Mas, porque nem só da vinha e do vinho vive um homem, poderá ainda alargar horizontes com um passeio de balão ao pôr-do-sol, uma caminhada ou um mergulho numa piscina salgada. 

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  • Coisas para fazer

Com uma área demarcada que se estende de Colares à Lourinhã, a região de Lisboa produz os mais variados vinhos, fruto dos diferentes tipos de clima, solos e castas. Fortemente influenciada pelo Atlântico, esta zona que se estende por 40 quilómetros foi delineada em 1993 como Extremadura, ganhando, mais tarde, o nome de Vinho Regional de Lisboa e é actualmente formada por nove denominações de origem. São elas: Colares, Carcavelos, Bucelas, Arruda, Torres Vedras, Alenquer, Lourinhã, Óbidos e Encostas d'Aire.

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