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Atomic Blonde, Photo Credit: Jonathan Prime
Atomic Blonde

Agentes secretas e espias do cinema

A estreia de "A Agente Vermelha", com Jennifer Lawrence no papel de uma espia russa, é um bom pretexto para recordar um punhado de agentes secretas que se distinguiram no cinema

Escrito por
Eurico de Barros
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A lista de personagens femininas associadas aos serviços secretos no cinema não é muito grande, mas é bastante variada, desde a Mata Hari de Greta Garbo até à Lorraine Broughton de Charlize Theron, sem esquecer a Nikita de Anne Parillaud ou a "bondiana" Jinx Johnson de Halle Berry.  Agora, chegou a vez de Jennifer Lawrence com A Agente Vermelha

Agentes secretas e espias do cinema

Mata Hari / Greta Garbo

A lendária espia holandesa da I Guerra Mundial, de seu nome Margaretha Zelle, inspirou vários filmes, o primeiro dos quais alemão e mudo, em 1927, e interpretado por Madga Sonja. No entanto, a mais famosa Mata Hari do cinema é sem dúvida Greta Garbo, que a personificou no filme homónimo de 1931, realizado por George Fitzmaurice. Muito fantasiosa e hollywoodesca, a fita foi o maior sucesso comercial de Garbo e ficou conhecida pela sua carga erótica, existindo hoje apenas numa versão censurada após a entrada em vigor do Código Hays, em 1934. Greta Garbo é uma Mata Hari muito mais glamorosa e sensual – e também mais kitsch – do que as suas sucessoras Jeanne Moreau (num filme de 1964) e Sylvia Kristel (numa produção de 1985)

Anya Amasova / Barbara Bach

É muito raro que as agentes adversárias ou aliadas de James Bond na série de filmes de 007 deixem mais do que uma impressão superficial. E quando isso acontece, é apenas por causa da beleza ou dos dotes físicos das actrizes que as interpretam. Uma das raras excepções foi a agente do KGB Anya Amasova de Barbara Bach em 007-Agente Irresistível, de Lewis Gilbert (1977). No filme, os serviços secretos soviéticos e britânicos têm que trabalhar juntos para enfrentarem a ameaça comum do vilão Stromberg, e a major Amasova está longe de ser uma bonequinha passiva, batendo o pé ao Bond de Roger Moore, pelo qual não tem qualquer simpatia e quer ver morto, já que este eliminou o homem que ela amava no decurso de uma missão anterior.

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Nikita / Anne Parillaud

Uma delinquente reconvertida em agente especial e assassina profissional pelos serviços secretos franceses, a Nikita de Anne Parillaud é a carismática heroína de Nikita-Dura de Matar, de Luc Besson (1990), capaz de estar à vontade no mais sofisticado e cosmopolita dos ambientes, e também de eliminar os seus inimigos da forma mais eficaz e implacável. Nikita é o mais próximo de uma versão feminina de James Bond que o cinema já nos deu, e Parillaud ficou associada a este papel para a posteridade. Bridget Fonda interpretou-a no remake americano, A Assassina, de John Badham, em 1993, mas sem conseguir emular ou fazer esquecer Anne Parillaud. Na televisão, Nikita já foi personificada por Peta Wilson e Maggie Q em duas séries diferentes, entre 1997 e 2010.

Jinx Johnson / Halle Berry

Outra das poucas parceiras de James Bond que se destacou da média foi a Jinx Johnson de Halle Berry em 007-Morre Noutro Dia, de Lee Tamahori (2002), tendo sido ainda a primeira Bond girl negra desta série de filmes. Elegante, atlética, com sentido de humor e letal, Jinx é uma agente de topo da NSA americana, acompanhando o Bond de Pierce Brosnan numa intriga que os põe em confronto com um terrorista norte-coreano e o seu aliado, um maléfico multimilionário inglês. Jinx tem um memorável duelo à espada com a Miranda Frost de Rosamund Pike e a sua personagem foi tão bem recebida, que os produtores pensaram em fazer um filme só com a Jinx Johnson de Halle Berry, uma verdadeira 007 feminina, cujo sucesso poderia dar origem a uma série paralela à de James Bond. No entanto, este projecto acabaria por ser posto de parte.

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Evelyn Salt /Angelina Jolie

Na origem, a personagem da agente da CIA Evelyn Salt, de Salt, de Phillip Noyce (2010), era um homem, Edwin A. Salt, estando previsto que fosse Tom Cruise a interpretá-la. Quando Cruise abandonou o projecto, Salt mudou de sexo e foi parar aos braços de Jolie. Ela é uma operacional competentíssima e acima de qualquer suspeita, que se vê subitamente acusada, por um agente russo que mudou de campo, de ser uma agente dupla, trabalhando também para o Kremlin, e que foi encarregue de matar o presidente da Rússia quando este vier em visita oficial aos EUA. Angelina Jolie tenta defender a sua personagem, mas não pode fazer nada contra um argumento descaradamente absurdo, que funciona em delírio de inverosimilhança.

Susan Cooper / Melissa McCarthy

Uma das mais improváveis agentes secretas do cinema emergiu numa comédia, Spy, de Paul Feig (2015), uma paródia aos filmes de 007, e de espionagem em geral. Trata-se de Susan Cooper, 40 anos, solteira, gordinha, discreta e agente da CIA, mas que fica sempre numa secretária, de frente a um computador, a assistir o seu parceiro, Bradley Fine (Jude Law), que põe as mãos na massa. Quando este compromete uma perigosa missão e desaparece, Susan oferece-se como voluntária para a completar, já que só ela está de posse de todos os dados. E é relutantemente autorizada pela sua chefe e enviada para o terreno, embora não tenha um pingo de experiência. Melissa McCarthy sai-se bem a fazer uma “Jane Bond” em versão cómica.

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Lorraine Broughton / Charlize Theron

A agente do MI6 inglês Lorraine Broughton interpretada pela americana Charlize Theron em Atomic Blonde-Agente Especial, veio originalmente à vida num comic, The Coldest City, de Sam Hart e Antony Johnston. Ela é tão sensual como dura e implacável, e a intriga coloca-a em Berlim, poucos dias antes da queda do muro, para investigar a morte de outro agente e recuperar uma lista de agentes duplos. Charlize Theron, que além de interpretar o principal papel, é também uma das produtoras, levou cinco anos até conseguir fazer chegar este projecto à tela. A personagem de Broughton é melhor do que a história em que está envolvida, que mistura situações de acção espectacular de filmes de 007 com clichés de fita do tempo da Guerra Fria.

007, o agente mais famoso do mundo

  • Arte

Ele foi mais Bond do que o próprio James Bond. Dusco Popov inspirou o agente secreto mais famoso do mundo da literatura e do cinema e ainda assim era muito melhor do que ele, garante Larry Loftis, autor de Na Toca do Lobo.

Os rivais de James Bond no cinema
  • Filmes

O actor Daniel Craig disse que preferia cortar os pulsos a fazer mais um James Bond, mas afinal vai voltar a encarnar o agente secreto mais famoso da história do cinema. Aqui, recordamos os grandes rivais de 007 no cinema. 

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