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Tin Tin e o Lago dos Tubarões (1972)
©DRTin Tin e o Lago dos Tubarões de Raymond Leblanc

As aventuras de Tintin no cinema

Nos 90 anos do herói criado por Hergé, recordamos as suas (poucas) incursões pelo cinema

Escrito por
Eurico de Barros
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A vida cinematográfica de Tintin não é abundante, apesar de Hergé, o seu criador, ter sido apreciador de cinema, e de muitos realizadores serem leitores dos seus álbuns — Alain Resnais, Roman Polanski, Jean-Pierre Jeunet, etc. — e alguns deles terem-lhe mesmo feito alusões aqui e ali nos filmes. No entanto, o imortal herói da banda desenhada europeia já experimentou de quase tudo nos poucos filmes que protagonizou, entre adaptações dos seus álbuns e histórias originais. Temos filmes artesanais de animação imagem a imagem, animações tradicionais, produções em captura de movimento digital e também de imagem real. Variedade não falta.

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As aventuras de Tintin no cinema

“Le Crabe aux Pinces d’Or”, de Claude Misonne (1947)

A primeira aparição de Tintin no cinema, logo depois da II Guerra Mundial, é uma verdadeira curiosidade. Trata-se de uma adaptação muito artesanal do álbum O Caranguejo das Tenazes de Ouro com bonecos feitos de gaze, e animados imagem a imagem. O filme teve poucas projecções públicas na altura, e após a falência do seu produtor, em 1948, foi apreendido pela justiça, ficando inacessível até 2008, ano em que foi finalmente lançado em DVD. 

“As Aventuras de Tin Tin”, de Jean-Jacques Vierne (1961)

O primeiro filme de imagem real de Tintin é uma história escrita originalmente para cinema, que teve a colaboração de Goscinny. Jean-Pierre Talbot, um jovem monitor desportivo, foi o escolhido por Hergé para interpretar Tintin, pela sua grande parecença com a personagem, e o veterano Georges Wilson é o capitão Haddock. A história gira em redor de um velho navio, ancorado num porto turco, que é legado a Haddock por um amigo que morreu, e que poderá conter um tesouro muito bem escondido. O título original da fita é Le Mystère de La Toison D'Or.

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“O Mistério das Laranjas Azuis”, de Philipe Condroyer (1964)

O sucesso de As Aventuras de Tin Tin convenceu Hergé a repetir a experiência, de novo com uma história original. Jean-Pierre Talbot volta a personificar Tintin, tendo Georges Wilson cedido a personagem do capitão Haddock a Jean Bouise. A acção do filme passa-se em Espanha, dado tratar-se de uma produção franco-espanhola e do país vizinho oferecer nessa altura facilidades ideais de rodagem. Tintin e os seus amigos têm que resolver um enigma relacionado com umas estranhas laranjas azuis, uma das quais foi enviada ao Professor Tournesol, e depois roubada de Moulinsart.

“Tin Tin e o Templo do Sol”, de Eddie Lateste (1969)

Depois de uma série de adaptações animadas para televisão dos álbuns de Tintin pelos famosos Estúdios Belvision terem sido muito bem recebidas pelo público, Hergé decidiu apostar no cinema, com uma longa-metragem de animação baseada em As Sete Bolas de Cristal e O Templo do Sol, que põe a ênfase neste último álbum. O argumento contou com a colaboração de Greg, então chefe de redacção da revista Tintin, e a produção chegou a encomendar a Jacques Brel duas canções para a banda sonora do filme.

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“Tin Tin e o Lago dos Tubarões”, de Raymond Leblanc (1972

A segunda longa-metragem animada de Tintin retoma a ideia dos dois filmes de imagem real do herói de Hergé, ao ter um argumento original escrito por Greg. A história passa-se em território conhecido de Tintin, a Sildávia. Tintin, Haddock e Dupont e Dupond vão visitar Tournesol, que faz pesquisas numa vivenda à beira de um lago que os locais consideram ser maldito. A fita conheceu um sucesso colossal, em especial na Bélgica, onde foi apenas batida na bilheteira por O Padrinho e Laranja Mecânica.

“As Aventuras de Tintin – O Segredo do Licorne”, de Steven Spielberg (2011)

Há já muitos anos que Steven Spielberg queria filmar as aventuras de Tintin, de que é ávido leitor, mas só o conseguiu muito depois da morte de Hergé (que era também fã dos seus filmes). Este é o primeiro título de uma trilogia (a segunda fita foi anunciada recentemente). Spielberg queria optar pela imagem real, mas Peter Jackson, seu associado na produção, convenceu-o que só a técnica digital de captura de movimento faria justiça aos álbuns. O argumento inclui elementos de três aventuras de Tintin. Jamie Bell e Andy Serkis são Tintin e Haddock. O filme dividiu radicalmente os fãs de Tintin, com alguns a aplaudi-lo e outros a considerá-lo uma deturpação total das personagens e do universo de Hergé por um cineasta americano incapaz de perceber o espírito da banda desenhada francófona.

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As Aventuras de Tintim, de Georges Prosper Remi, mais conhecido por Hergé, começaram no suplemento infantil do jornal belga Le Vingtiéme Siécle, a 10 de Janeiro de 1929.

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