Filme, Cinema, O Piano (1993)
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Dez filmes realizados por mulheres que tem de ver

No Dia Internacional da Mulher, seleccionámos uma dezena de filmes marcantes, assinados por outras tantas realizadoras.

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Dez filmes realizados por mulheres, dez maneiras particulares de olhar para o mundo e de o representar em imagens e em emoções, para a vida, para as relações entre os homens e as mulheres, para a amizade e para a rivalidade feminina, para a família, para as instituições sociais e a forma como as mulheres funcionam nelas. Realizados entre as décadas de 30 e de 90, esta dezena de títulos caracteriza-se pela enorme diversidade temática, de géneros e de registos, e de convicções políticas das suas autoras. E foram rodados, entre outras, por realizadoras americanas, alemãs, iranianas ou russas.

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Dez filmes realizados por mulheres que tem de ver

‘A Luz Azul’, de Leni Riefenstahl (1932)

A alemã Leni Riefenstahl é mais conhecida pelos seus épicos filmes de propaganda do regime nacional-socialista, mas realizou igualmente obras sem carga política. É o caso deste deslumbrante A Luz Azul, que também interpretou, uma história impregnada de sensualidade e misticismo sobre uma misteriosa luz azul que brilha nas montanhas nas noites de lua cheia e atrai os jovens para a morte.

‘Dança, Rapariga, Dança’, de Dorothy Arzner (1940)

A única mulher que realizou filmes na chamada Idade de Ouro de Hollywood, Dorothy Arzner conseguiu também fazer a transição do cinema mudo para o sonoro. Dança, Rapariga, Dança é uma vibrante comédia dramática centrada num grupo de bailarinas e nos sonhos de realização pessoal das raparigas que o compõem. Com Lucille Ball, Maureen O’Hara, Virginia Field e Maria Ouspenskaya.

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‘Arrojada Aventura’, de Ida Lupino (1953)

Actriz e realizadora que trabalhou no cinema e na televisão, Ida Lupino assina aqui um policial de série B seco, directo e tenso, que se transformou num título de culto dentro do género. Dois amigos que vão numa viagem de pesca dão boleia a um homem que revela ser um assassino psicopata evadido da prisão, e anuncia que os vai matar pouco antes de chegarem ao final da viagem.

‘Duas Horas na Vida de uma Mulher’, de Agnès Varda (1962)

A segunda longa-metragem de Agnès Varda é um dos filmes de referência da Nova Vaga francesa. Corinne Marchand interpreta Cléo, uma jovem cantora parisiense que aguarda os resultados de um exame médico e teme ter um cancro. Vai passar duas longas e angustiadas horas assombrada pela perspectiva de uma doença terminal, o que afecta por completo o seu estado de espírito.

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‘Jovens e Atrevidas’, de Vera Chitylová (1966)

A checa Vera Chitylová foi um dos nomes cimeiros da Nova Vaga do cinema do seu país, e Jovens e Atrevidas é a sua obra-prima, uma comédia iconoclasta, surreal e vanguardista sobre duas raparigas que decidem que o mundo não presta e que só lhes resta divertir-se, e espalham a confusão, o escândalo e a anarquia em seu redor. O filme foi proibido de imediato pelas autoridades comunistas.

‘Insólito Destino’, de Lina Wertmuller (1974)

Primeira mulher a ser nomeada ao Óscar de Melhor Realização, a italiana Lina Wertmuller gosta de explorar temas sociais e políticos, e as relações entre os homens e as mulheres. Insólito Destino é uma alegoria sobre uma milionária (Mariangela Melato) e um marinheiro comunista (Giancarlo Giannini) que ficam presos numa ilha deserta. Detestam-se, mas têm que aprender a viver um com o outro enquanto não vêm resgatá-los.

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‘Ascensão’, de Larisa Shepitko (1977)

Mulher do também realizador russo Elem Klimov, Larisa Shepitko morreu num desastre de automóvel, apenas com 41 anos, pouco tempo após ter completado Ascensão, um sombrio e denso conto moral passado durante a II Guerra Mundial. Dois combatentes russos são feitos prisioneiros pelos alemães, e reagem de forma completamente diferente às ameaças e às torturas dos seus captores.

‘Duas Mulheres em Nova Iorque’, de Claudia Weill (1978)

Aplaudida por Stanley Kubrick quando da estreia, esta esplêndida comédia dramática sobre a amizade feminina segue duas mulheres que vivem juntas em Nova Iorque. Susan (Melanie Mayron) é fotógrafa e Anne (Anita Skinner) poeta e académica. Quando se preparam para mudar para um novo apartamento, Anne diz à amiga que se vai casar com o namorado e deixá-la sozinha. Ambas vão ter que se adaptar às suas novas situações na vida.

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‘O Piano’, de Jane Campion (1993)

A neozelandesa Jane Campion tornou-se na única mulher a ter ganho o Festival de Cannes graças a este filme. Holly Hunter (que teve o Óscar de Melhor Actriz, e Campion o de Argumento Original) é Ada, uma viúva escocesa muda que vai para a Nova Zelândia com a filha, num casamento arranjado com um fazendeiro local. Ada tem um piano, que é a sua “voz” e o seu escape, mas o marido vende-o a um vizinho. Que vai pôr condições a Ada para o usar.

‘A Maçã’, de Samira Makhmalbaf (1998)

Filha do celebrado realizador iraniano Mohsen Makhmalbaf, Samira Makhmalbaf tornou-se, aos 17 anos, na mais jovem cineasta a competir no Festival de Cannes com este A Maçã. É um filme poderosamente realista e cuidadosamente sensível, que conta a história de duas irmãs que descobrem o mundo após terem estado aprisionadas pelos pais em casa durante 12 anos e sido libertadas por assistentes sociais.

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