A Voz do Amor, Valérie Lemercier

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O cinema francês volta a fazer a festa em Lisboa, entre os dias 7 a 20 de Outubro, e propõe seis antestreias e um filme da retrospectiva deste ano.
São mais de meia centena de filmes de diferentes géneros, 20 deles em antestreia, que a 22.ª Festa do Cinema Francês vai apresentar na edição deste ano, que tem lugar em Lisboa entre os dias 7 e 20 de Outubro no Cinema São Jorge, e 8 e 20 de Outubro na Cinemateca (para a retrospectiva Audry, Jacqueline Audry). Às habituais secções, junta-se este ano uma nova, Visões do Fantástico, dedicada ao cinema fantástico. No Porto, a Festa realiza-se entre 19 e 27 de Outubro, no Rivoli e no Trindade. Passará ainda, até ao final do mês, por Oeiras, Almada, Coimbra, Braga, Faro, Viseu e Évora. Seleccionámos sete filmes de entre as antestreias e um da retrospectiva dedicada à realizadora Jacqueline Audry.
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A obra da cineasta Mia Hansen-Love está em foco nesta Festa 2021 e um dos filmes que será exibido é esta sua mais recente realização, que competiu no Festival de Cannes. Mia Wasikowska, Tim Roth e Vicky Krieps interpretam esta fita sobre um casal de argumentistas que se instala, no Verão, na ilha onde Ingmar Bergman viveu, para escreverem os seus próximos filmes.
Romain Duris interpreta o grande engenheiro francês Gustave Eiffel, que também deixou obra célebre e duradoura em Portugal, neste filme em que se documenta a atribulada e muito contestada construção da torre em Paris que ficou com o seu nome, para a monumental Exposição Mundial de 1899. O filme tem também um sub-enredo romântico. Com Emma Mackey e Armande Boulanger.
Zara, uma jovem yazidi, é raptada por guerrilheiros islâmicos e vendida como escrava sexual. Consegue fugir e junta-se a uma briga internacional de mulheres que lutam integradas na resistência curda, chefiada por uma formidável combatente conhecida apenas como “A Comandante”. Interpretam Dilan Gwyn, Amira Casar, Camélia Jordana, Maya Sansa e Nanna Blondell.
Catherine Frot dá aqui corpo a Christine, uma sem-abrigo de Paris que numa noite de Inverno encontra na rua um menino eritreu de oito anos perdido da mãe. Partem então os dois em busca dela, numa viagem por sítios esconsos e muito pouco turísticos da capital francesa, onde são ajudados por uma prostituta que tem pena deles (Dominique Frot, irmã da protagonista).
O novo filme do veterano Benoît Jacquot (As Asas da Pomba, Sade, Adeus, Minha Rainha, O Último Amor de Casanova) passa-se nos anos 60 e tem Charlotte Gainsbourg no papel de uma mulher presa num casamento confortável mas sem amor, e que se liga sentimentalmente a um rapaz mais novo. Terá que escolher entre resignar-se à vida que leva ou separar-se e ficar com o rapaz.
A Festa do Cinema Francês dedica este ano uma retrospectiva a Jacqueline Audry (1908- 1977), a única realizadora a filmar com regularidade em França entre as décadas de 40 e 60 e a primeira a ter sucesso comercial, e que assinou vários filmes que abordavam o papel das mulheres na sociedade, as relações com os homens e entre elas, e a sua sexualidade. Rodado em 1950 e interpretado por Edwige Feuillère, Simone Simon e Marie-Claire Olivia, Olivia passa-se numa escola de raparigas no século XIX e deu brado na altura, pela forma sensível e aberta como trata o despertar da sexualidade adolescente, assim como pelas sugestões lésbicas, transformando-se na fita mais conhecida e falada da cineasta.
Consulte aqui a programação completa e a lista de cidades por onde a Festa do Cinema Francês vai passar ao longo de Outubro.
O Outono comporta algo de profundamente poético na sua melancolia, e o cinema nunca lhe ficou indiferente. Não é que procuremos um masoquismo induzido quando os olhos se fixam no ecrã, mas fugir desse cliché soa quase a anti-natura.
Quando a conjuntura permite finalmente que voltemos a sair de casa a horas de ir jantar fora e só regressar já de madrugada, graças à ansiada reabertura de bares e discotecas, as poderosas forças da televisão fazem tudo para nos pôr a gravitar em direcção ao sofá. Outubro é um mês forte para amantes de séries.
Devido à pandemia e ao confinamento, e tal como havia sucedido no ano passado, 2021 tem sido um ano atípico para o cinema, com as salas encerradas durante vários meses. Mas os cinemas estão de novo abertos e as estreias sucedem-se em grande número todas as semanas, como que para compensar a ausência de filmes durante tanto tempo.