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Parasitas (2019)
©DRParasitas de Joon-ho Bong

Treze filmes coreanos imprescindíveis a qualquer cinéfilo

Uma escolha de 13 fitas fundamentais da cinematografia da Coreia do Sul, do início deste século até agora.

Escrito por
Eurico de Barros
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O cinema da Coreia do Sul é, por esta altura, um dos mais variados, ricos e importantes do mundo. Uma realidade sublinhada pela entronização de Parasitas na Europa e nos EUA – o filme de Jong Boon-ho venceu primeiro o Festival de Cannes, em 2019, e depois arrecadou quatro Óscares em 2020, incluindo o de Melhor Filme, feito até aí inédito para uma produção de língua não inglesa. Escolhemos 13 filmes (e podiam ser mais) desta cinematografia que não pára de nos surpreender, todos rodados neste século, como amostra da sua qualidade e diversidade. Alguns foram vistos em Portugal, outros não, e uns são mais conhecidos do que outros. Todos têm em comum o serem excepcionais e fundamentais para os cinéfilos.

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13 filmes sul-coreanos imprescindíveis

Joint Security Area

De Chan-Wook Park, 2000

Um dos melhores filmes sul-coreanos deste século, que durante muitos anos foi também o recordista de bilheteira no país. É um policial rigorosamente feito a regra e esquadro, que decorre na zona desmilitarizada que separa as duas Coreias. Dois soldados da Coreia do Norte são encontrados mortos, supostamente por um da Coreia do Sul, mas os investigadores europeus chamados para tratar do caso descobrem que o número de balas usado no crime não bate certo.

Oasis

De Lee-Chang dong, 2002

Um ex-presidiário irresponsável e de temperamento volátil sai da cadeia e vai à procura da família do homem que matou no acidente que o levou à cadeia, para lhes pedir desculpas, descobrindo que ele tem uma filha que sofre de paralisia cerebral. Do encontro entre este marginal e a rapariga desleixada pela família vai nascer uma tão inesperada como intensa relação amorosa, que o realizador Lee-Chang dong trata com enorme delicadeza e total verosimilhança. Foi premiado no Festival de Veneza.

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2009 – Memórias Perdidas

De Si-myung Lee, 2002

Este policial de ficção científica contempla uma história alternativa, sendo passado num mundo em que o Japão anexou a Coreia em 1910, facto que afectou todos os acontecimentos subsequentes do século XX, incluindo a II Guerra Mundial. Estamos em 2009, em Seul, capital de uma Coreia que faz parte do poderoso Império Japonês. Dois polícias, um nipónico e outro coreano, investigam as actividades de um grupo terrorista pró-independência.

Silmido – Código de Honra

De Woo-Suk Kang, 2003

Acção, drama e política combinam-se nesta fita baseada num facto real. É a história da Unidade 684, criada secretamente na Coreia do Sul em 1968 e composta por criminosos e condenados à morte, treinados com o fim de assassinar o Presidente da Coreia do Norte, como retaliação por uma tentativa semelhante contra o Presidente sul-coreano levada a cabo pelo regime comunista. Só que a operação é cancelada à última hora.

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Vingança Planeada

De Chan-Wook Park, 2005

Oldboy – Velho Amigo costuma ser referido como o melhor filme da Trilogia da Vingança de Chan-Wook Park. Mas este, o terceiro e último, bate-o aos pontos, na elaboração dramática da história, no estilo visual e na encenação da violência. Uma mãe solteira que cumpriu uma longa pena de prisão por um crime que não cometeu, e à qual foi tirada a filha, vai em busca do verdadeiro assassino após ser libertada, e também da menina.

A Criatura

De Bong Joon-ho, 2006

Uma criatura mutante que se desenvolveu num rio contaminado por um médico militar americano, começa a atacar e arrastar pessoas para as águas em que vive. Num dos ataques, o monstro leva uma rapariga, que é regurgitada viva e consegue contactar os seus e dizer que está nos esgotos com a criatura. Os familiares vão então tentar salvá-la. Bong Joon-Ho realiza aqui um filme que, ao mesmo tempo, consegue seguir e quebrar as convenções dos monster movies.

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Eu Vi o Diabo

De Kim Jee-won, 2010

Um agente dos serviços secretos jura encontrar o assassino em série que matou e mutilou a sua noiva. A dor e a sede de vingança vão fazer com que ele não recue perante nada para encontrar o criminoso, recorrendo até à ajuda de um assassino canibal. Eu Vi o Diabo é um revenge movie violenta e graficamente realista e que foge à tipificação do género, já que o realizador lhe introduz ambiguidade moral e uma dimensão emocional que são raras no formato.

Train to Busan

De Yoen Sang-ho, 2016

O cinema sul-coreano não podia ficar indiferente à moda dos zombies, e deu-nos um dos melhores filmes deste subgénero do terror com este trepidante Train to Busan, todo passado num comboio. Um gestor de fundos divorciado acede ao pedido da filha para, no seu dia de aniversário, irem ver a mãe a Busan. O comboio que apanham transforma-se num viveiro de zombies após uma passageira contaminada com um estranho vírus começar a espalhá-lo.

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O Lamento

De Na Hong-jin, 2016

Uma vila do interior da Coreia do Sul começa a ser assolada por uma série de crimes relacionados com uma estranha doença. A polícia desconfia de um japonês que se instalou numa casa isolada nas montanhas e começa a investigar, deparando-se com um inquietante cenário. Se há um filme fantástico asiático que merece ser exibido numa sessão dupla com O Exorcista, de William Friedkin, é este O Lamento, de Na Hong-jin, uma notável versão sul-coreana do melhor terror sobrenatural da vertente demoníaca. De culto imediato.

A Criada

De Park Chan-wook, 2016

O livro da inglesa Sarah Walters que Park Chan-wook adapta aqui passa-se na Inglaterra vitoriana, e o realizador instala-o na Coreia do Sul ocupada pelos japoneses dos anos 20 do século passado. A Criada é um filme requintadamente maquiavéloco e erótico, perverso e com muito humor negro, que nunca pára de nos surpreender. As duas actrizes principais, ama e criada, respectivamente Kim Min-hee e Kim Tae-ri, tão bonitas como talentosas, esmeram-se a interpretar personagens senhoras na arte de parecer o que na realidade não são.

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