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Rutger Hauer
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Sete filmes de Rutger Hauer memoráveis

Do realismo de 'Delícias Turcas' à ficção científica de 'Gladiadores do Século XXIII', eis sete os melhores filmes de Rutger Hauer

Escrito por
Eurico de Barros
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Rutger Hauer costumava dizer nas entrevistas que só tinha feito dois ou três bons papéis ao longo da sua atarefada e desigual carreira, e citava o replicante Roy Batty de Blade Runner-Perigo Iminente, de Ridley Scott, como o melhor de todos. Esse papel, naturalmente, foi lembrado por todos quando da sua morte, aos 75 anos, mas a verdade é que Hauer teve várias outras interpretações dignas de nota e de realce, quase todas nos anos 80, a década em que mais brilhou. Recordamos aqui mais seis filmes de Rutger Hauer, além da do citado filme de culto de ficção científica. 

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Sete filmes de Rutger Hauer memoráveis

‘Delícias Turcas’, de Paul Verhoeven (1973)

Rutger Hauer foi “descoberto” pelo seu compatriota Paul Verhoeven na televisão, na série histórica Floris, e daí seguiram juntos para o cinema. Dos vários filmes que ambos fizeram na Holanda, Delícias Turcas é um dos melhores. Hauer interpreta um escultor que anda de mulher em mulher até se apaixonar loucamente por uma bela jovem (Monique van de Ven). Um filme intensamente erótico, bem característico da década de 70 (foi recusado em Cannes como “pornográfico”), com um excelente Hauer no trepidante artista libertino que quer o melhor de dois mundos irreconciliáveis.

‘Blade Runner-Perigo Iminente’, de Ridley Scott (1982)

O replicante Roy Batty é o papel da vida de Rutger Hauer, e ele considerava-o o seu favorito. Nenhum outro actor como Hauer poderia dar vida a este andróide que é, aparentemente, o vilão do filme, mas que se revela depois ser uma vítima dos humanos e da sua tecnologia. A forma como Batty passa de personagem ameaçadora a figura trágica é dada de forma admirável por Rutger Hauer, e a inesquecível sequência final com o Deckard de Harrison Ford no topo do prédio abandonado, em que o replicante poupa o humano que o persegue para eliminar, e profere o belíssimo e melancólico monólogo das “lágrimas à chuva”, entrou para a história do cinema pela porta grande.

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‘A Mulher Falcão’, de Richard Donner (1985)

Uma fantasia medieval em que Rutger Hauer tem um dos seus melhores papéis de herói. Ele é Navarre, um cavaleiro condenado por uma maldição a ser humano de dia e um lobo de noite, enquanto que a sua amada, Isabeau (Michelle Pfeiffer) é um falcão de dia e mulher de noite. Phillipe (Matthew Broderick), um jovem ladrão, vai ajudar o casal a desfazer a maldição. A história combina fantástico e acção aventurosa com muita felicidade, e o filme transformou-se num favorito da década de 80, a mais rica para Hauer em matéria de bos papéis.

‘Amor e Sangue’, de Paul Verhoeven (1985)

Rutger Hauer continuou na Idade Média em Amor e Sangue, onde reencontrou Paul Verhoeven, mas agora sem magia e com muito realismo. Um grupo de mercenários liderados por Martin, a personagem de Hauer, rapta a noiva (Jennifer Jason Leigh) do filho de um nobre que lhes deve dinheiro, e rapaz persegue-os para a libertar. Só que a rapariga começa a ficar interessada pelo seu captor. Hauer faz de Martin uma personagem ao mesmo tempo perigosa e fascinante, que tem as suas razões para fazer o que faz e ser como é.

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‘Terror na Auto-Estrada’, de Robert Harmon (1986)

Este filme de terror de culto volta a juntar Rutger Hauer e Jennifer Jason Leigh, com o actor no papel do misterioso e maléfico John Ryder, que pode ou não ser uma criatura sobrenatural, e transforma num inferno a vida de um jovem e incauto automobilista (C. Thomas Howell) que lhe dá uma boleia numa estrada deserta dos EUA. Ryder é tanto mais aterrorizador porque não dá nunca nenhum motivo para aquilo que faz, e Hauer personifica-o sem pinga de cabotinismo ou exagero, com a gradação sinistra perfeita. É outro dos papéis da sua vida.

‘A Lenda do Santo Bebedor’, de Ermanno Olmi (1988)

Uma das mais notáveis e mais subvalorizadas interpretações de Rutger Hauer, sob a batuta do “autor” católico por excelência do cinema italiano, Ermanno Olmi. Baseado num livro de Joseph Roth, o filme ganhou o Festival de Veneza. E Hauer merecia ter recebido a Taça Volpi de Melhor Actor pelo papel de um vagabundo alcoólico de Paris, ao qual um estranho dá uma boa esmola, fazendo-o prometer que um dia a retribuirá a uma igreja da cidade. Só que o homem é constantemente frustrado nos seus esforços para o fazer.

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‘Gladiadores do Século XXIII’, de David Webb Peoples (1989)

Mad Max encontra Rollerball nesta fita de ficção científica pós-apocalíptica rodada na Austrália. Rutger Hauer está nas suas sete quintas de carismático actor de acção interpretando Sallow, o líder de um grupo de pessoas que vai de lugar em lugar praticando um desporto conhecido como O Jogo, que é uma variante cruel e brutal do futebol desse mundo devastado por um conflito nuclear. Os seus praticantes são conhecidos como os Juggs, e Sallow espera um dia voltar a jogar na Liga das Nove Cidades, da qual foi expulso no passado. É outro filme de culto no currículo do actor.

Os melhores filmes de...

Dustin Hoffman
  • Filmes

Ganhou dois Óscares, uma data de Globos de Ouro e prémios BAFTA, foi nomeado um ror de vezes, mais de 50, e no entanto sempre pareceu um tipo discreto. Com o seu nariz, diz-se. O que lhe valeu alguns amargos, e uma integridade artística a toda a prova. Parabéns, pá. E obrigado por estes sete filmes imperdíveis.

Jeanne Moreau
  • Filmes

Patti Smith comparou-a a “uma vedação de arame farpado em chamas.” E essa pode muito bem ser a melhor definição do trabalho de Jeanne Moreau, a actriz que se tornou ícone da nova vaga do cinema francês, mas não ficou por aí. Além do teatro, entrou em dezenas de filmes. Muitos maus, ou assim-assim. Mas nestes sete que seguem, A Moreau é sempre sublime.  

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  • Filmes

Ele já tinha anunciado, em 2016, a vontade de se reformar. Agora confirmou que O Cavalheiro com Arma, de David Lowery, é o último filme em que o vamos ver. Para assinalar o fim de uma longa, prestigiada e premiada carreira de actor que começou na televisão, há quase 60 anos, recordamos alguns dos melhores filmes de Robert Redford, à frente e atrás das câmara.

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