Best World War II movies: The Pianist
Photograph: Focus Features/Pathé
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10 filmes sobre o Holocausto (sem contar com “A Lista de Schindler”)

O campo de concentração de Auschwitz foi fechado em Janeiro de 1935. Mas o Holocausto não é assunto encerrado. Nem esquecido. Como o cinema regularmente recorda.

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Os sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz recuperaram a sua liberdade em 1935, a 27 de Janeiro. É nessa data que se homenageiam as vítimas desde 2005, ano em que a Organização das Nações Unidas declarou o Dia Internacional em Memória do Holocausto. Mas o cinema recorda mais frequentemente. A filmografia sobre o Holocausto é vasta e nela sobressai A Lista de Schindler. Destaca-se tanto (e tão justamente) que esquecemos muitos outros filmes igualmente importantes na luta contra o esquecimento. Para que nunca mais se repita (e com a obra-prima de Steven Spielberg já de fora), seguem-se dez filmes sobre a enormidade do crime nazi.

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10 filmes sobre o Holocausto (sem contar com 'A Lista de Schindler')

O Agiota (1964)

Parece não ser o motivo principal, mas todo o contexto do filme de Sidney Lumet remete constantemente para o Holocausto através da sua personagem principal, Sol Nazerman, um sobrevivente da loucura nazi que se torna prestamista em Harlem. Magnificamente interpretado por Rod Steiger, Sol procura levar a sua nova vida em Nova Iorque com o menor número de sobressaltos possível. Contudo, todas as suas acções são psicologicamente determinadas pelo seu passado, dado em sucessivos e pungentes flashbacks que mostram a perda da família às mãos dos nazis.

A Escolha de Sofia (1982)

Depois do seu importante papel na série de televisão Holocausto (com o qual ganhou um Emmy), diz a lenda, a escolha de Meryl Streep para o papel de Sophia (apesar de já ter recebido o Óscar de Melhor Actriz Secundária por Kramer vs. Kramer, de ter sido nomeada para o de Melhor Actriz por A Amante do Tenente Francês e de por este mesmo filme vencer a categoria nos Globos de Ouro) foi motivo de grande discussão entre a produção e o realizador, Alan J. Pakula. Ganhou o realizador. E a actriz, no papel de uma imigrante polaca com um segredo, vivendo em Brooklin com o seu namorado, Nathan (Kevin Kline), e o aspirante a escritor Stingo (Peter MacNicol), arrancou uma das mais belas e comoventes interpretações da sua carreira, justamente premiada com o Óscar de Melhor Actriz. Mais importante, através da sua interpretação desta história baseada em romance de William Styron, Streep conduz uma espécie de visita guiada pelos horrores dos campos de concentração que não deixa ninguém indiferente.

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Europa Europa (1990) 

Agnieszka Holland, que antes abordara o Holocausto na sua obra (e vira já Angry Harvest nomeado para Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, em 1985, antes de com esta película vencer idêntica categoria nos Globos de Ouro, em 1991), partiu da história verdadeira de um rapaz judeu, Solomon Perel (Marco Hofschneider), que se fez passar por militante nazi para escapar ao Holocausto. Na obra da realizadora alemã, o protagonista é separado da família durante a ocupação alemã da Polónia e enviado para um orfanato, onde destrói os seus papéis de identificação e declara ser um alemão chamado Josef Peters, que se juntará ao exército germânico na tentativa de invasão da União Soviética e, embora ferido, sobrevive e acaba por desembarcar em Israel.

A Vida É Bela (1997)

O recurso ao humor em obra sobre o Holocausto foi motivo de algum debate quando Roberto Benigni estreou o filme que escreveu, interpretou e dirigiu. Porém, o seu solidamente comovente argumento, a sua competente realização e, principalmente, a sua espantosa interpretação foram mais do que suficientes para receber o Óscar para Melhor Filme Estrangeiro e ainda o de Melhor Actor. Na película, o actor é um empregado de mesa judeu com uma particularmente optimista visão da vida. Maneira de estar essa que vai, perante o filho pequeno, tornar a permanência de ambos num campo de concentração numa criativa brincadeira, sem por isso iludir as condições de vida e a miserável repressão a que são sujeitos.

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O Pianista (2002)

Com grande sensibilidade, o realizador polaco Roman Polanski chegou-se a um tema que lhe é próximo. Adaptando as memórias do compositor e pianista judeu Władysław Szpilman durante a II Guerra Mundial, mas nelas – como afirmou em entrevistas – reflectindo também a sua memória de criança, primeiro confinado ao gueto de Cracóvia, onde viu a sua família aprisionada e enviada para campos de concentração, depois marcada por uma desesperada fuga para a liberdade. Além do cuidado posto no argumento de Ronald Harwood, ou a forma desenvolta como utiliza a câmara, é a contida e emocional interpretação de Adrien Brody a principal mais-valia desta obra que saiu da cerimónia de entrega dos Óscares do ano seguinte com os galardões de Melhor Actor, Melhor Argumento Adaptado e Melhor Realização.

O Leitor (2008) 

O filme de Stephen Daldry confirma a atracção que os filmes sobre o Holocausto exercem sobre os eleitores dos Óscares, e, ironicamente, também as palavras de Kate Winslet num episódio de Extras, a série de Ricky Gervais, em que a actriz profetiza que a melhor maneira de ganhar um Óscar é fazer de deficiente ou entrar num filme antinazi. Que a película é antinazi não há qualquer dúvida e sobre ela está sempre presente a sombra do Holocausto. Como não há qualquer dúvida que o Globo de Ouro e o Óscar atribuídos a Winslet são completamente merecidos, pois a sua interpretação de uma guarda de campo de concentração a ser julgada por crimes de guerra é o perfeito retrato de uma mulher enredada por circunstâncias que não controla.

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Valentina’s Mother (2008)

A complicada relação entre Paula (Attel Kovenska), uma sobrevivente do Holocausto vivendo sozinha em Telavive, e Valentina (Silvia Drori), uma jovem imigrante polaca que vai viver com ela, como sua auxiliar, por insistência de um religioso, depois das muitas tentativas falhadas do filho, está no centro da acção deste filme dos realizadores israelitas Matti Harari e Arik Lubetzky. É uma história de atracção que se transformará em repulsa e conflito, povoada pelas memórias de ambas as mulheres que, com o tempo, se verá serem muito diferentes, senão mesmo contraditórias.

The Lady in Number 6: Music Saved My Life (2013) 

Apenas 38 minutos bastaram para o filme de Malcolm Clarke contar a emocionante história Aliza Sommer-Herz, então com 109 anos, a mais velha sobrevivente do Holocausto, e arrebatar o Óscar para o Melhor Documentário de Curta-Metragem. Através desta película, nesta pouco mais de meia hora, acompanha-se a odisseia de Alice, uma pianista que, em 1943, com a mãe, o marido e o filho de seis anos, foi despachada para a cidade-fortaleza de Theresienstadt, que os nazi apresentavam como modelo da humanidade dos seus guetos (pois oficialmente não existia tal coisa como um campo de concentração), pior, como “o presente do Fuhrer aos judeus”. Aí, nessa fachada de civilidade nazi nem por isso menos opressiva, foi a música que lhe permitiu encontrar a força necessária à sobrevivência.

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O Filho de Saul (2015)

Depois de A Lista de Schindler, o filme do realizador húngaro László Nemes é, sem dúvida, por um lado, o mais importante realizado sobre o Holocausto, e, por outro, uma das mais difíceis experiências cinematográficas a que um cinéfilo se pode sujeitar. Na sua primeira obra, Nemes criou uma corajosa e comovente película sobre o amor nas piores circunstâncias, dirigida com imaginação e eficácia e sinceridade, e considerável quinhão de poesia. Vencer o Globo de Ouro e o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro tem o seu significado, porém é o que menos importa nesta história do “sonderkommando” (um judeu obrigado a trabalhar para os alemães), Saul Ausländer (brilhantemente interpretado por Geza Rohrig, um poeta húngaro e actor ocasional), nos fornos crematórios do campo de concentração de Auschwitz/ Birkenau, o qual, desesperadamente, durante dois frenéticos dias, entre dificuldades muitas, oposições variadas e excepcional força de vontade (ou fé, se preferido), tenta salvar o corpo do filho de autópsia e cremação e ainda encontrar um rabino capaz de recitar as orações devidas e realizar um funeral de acordo com a sua religião.

Negação (2016) 

Apesar do testemunho dos sobreviventes, das inúmeras provas recolhidas pelos exércitos e investigadores Aliados, e outras fornecidas em grande parte pela obsessão por registos fiáveis dos nazis, demonstrarem uma evidência cruel, ainda há quem negue o Holocausto. É este o tema do filme de Mick Jackson, com argumento de David Hare, a partir do livro de Deborah Lipstadt, History on Trial: My Day in Court with a Holocaust Denier, onde relata a estranha história do processo judicial Irving vs. Penguin Books Ltd. A película, com Rachel Weisz exemplarmente deslumbrante no papel de Deborah E. Lipstadt, conta como a professora universitária americana, especializada no Holocausto, começou por ser atacada na sua seriedade académica para, mais tarde, ser processada pelo historiador pró-nazi David Irving, dando início a um julgamento onde o combate contra o revisionismo histórico negacionista proporciona uma dolorosa viagem pela história do Holocausto.

A guerra no grande e no pequeno ecrã

  • Filmes

A guerra tem servido de inspiração a muitos realizadores. Uns celebram os participantes e as suas vitórias, alguns criticam a violência e a barbárie dos confrontos e outros ainda partem dos conflitos para dizerem algo de mais profundo sobre a condição humana. Há de tudo no cinema e há de tudo nesta lista dos melhores filmes de guerra.

  • Filmes

É o conflito mais recriado no cinema e nesta selecção encontra filmes americanos, mas também ingleses, alemães, russos, japoneses e até um brasileiro ambientados em várias fases e cenários da II Guerra Mundial, assinados por realizadores como Andrzej Wajda, René Clément, Andrei Tarkovsky, Richard Attenborough ou Wolfgang Petersen.

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