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Apocalypse Now
Apocalypse Now

Os 25 melhores filmes de guerra de sempre

Bem parece a guerra, a quem está longe dela. E nada se compara a um bom filme de guerra. Estes são os melhores

Escrito por
Editores da Time Out Lisboa
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A guerra serviu de inspiração a muitos realizadores ao longo das décadas. Uns celebraram os participantes e as suas vitórias, alguns criticaram a violência e a barbárie dos confrontos, de maneira mais directa ou indirecta, e outros ainda partiram dos conflitos para dizerem algo de mais profundo sobre a condição humana. Há de tudo no cinema e há de tudo nesta lista dos melhores filmes de guerra, desde clássicos do cinema mudo (o espectacular Asas, de William Wellman) até produções mais actuais, como Dunkirk, de Christopher Nolan, com muitos clássicos da sétima arte pelo meio.

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Os melhores filmes de guerra

1. Asas (1927)

Dois rapazes da mesma cidade nos EUA mas de origens sociais muito diferentes, um abastado, outro de família modesta, gostam da mesma rapariga, que prefere um deles mas não deixa de encorajar o outro. Alistam-se ambos na Força Aérea e vão combater nos céus de França, onde apesar de rivais no amor se tornam bons amigos. Charles ‘Buddy’ Rogers, Richard Arlen e Clara Bow são os principais intérpretes desta grande produção muda, realizada por William Wellman, que foi ele próprio piloto durante o conflito, o que contribuiu para o realismo e a espectacularidade dos combates aéreos.

2. A Oeste Nada de Novo (1930)

Adaptação do célebre romance de Erich Maria Remarque, um antigo combatente, sobre um grupo de estudantes alemães que se alistam para a guerra cheios de ilusões, e a sua dilacerante experiência nas trincheiras. Dirigido por Lewis Milestone, é um dos poucos filmes sobre a I Guerra Mundial contado do ponto de vista alemão, mas que ao mesmo tempo se torna também no dos soldados de todas as nacionalidades que participaram no conflito. Um título pacifista clássico, com Lew Ayres no papel principal.

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3. Quatro de Infantaria (1930)

Um filme alemão baseado num romance de Ernst Johannsen, que combateu na I Guerra mundial, e realizado por Georg Wilhelm Pabst. Ao contrário do que sucede em A Oeste Nada de Novo, os soldados protagonistas de Quatro de Infantariasão veteranos experimentados, sem ilusões nem sonhos de glória, e conhecem bem as realidades do combate. A história passa-se em 1918, já perto do final do conflito, com os homens muito fatigados, fartos de ver horrores e sob a enorme tensão das últimas ofensivas do conflito.

4. A Grande Ilusão (1937)

Realizado nas vésperas da II Guerra Mundial, A Grande Ilusão põe em cena uma série de militares de nacionalidades, estratos sociais, crenças e funções profissionais diversas, que são prisioneiros de guerra dos alemães durante a primeira grande guerra. Um deles, um aristocrata francês (Pierre Fresnay), identifica-se naturalmente com o comandante da fortaleza onde estão encerrados, também ele nobre (Erich Von Stroheim). Fugindo a generalizações e simplificações, Jean Renoir assinou um filme sobre a tensão entre a identificação natural entre os seres humanos e os valores, formações e diferenças várias que os separam.

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5. Sargento York (1941)

A história real de Alvin York, um homem simples do interior dos EUA, que se tornou num dos maiores heróis americanos da I Guerra Mundial, apesar da sua estrita educação religiosa o proibir de fazer mal ao próximo. Mas uma vez nas trincheiras, York, que era caçador e tinha uma pontaria considerada “sobrenatural”, teve que rever as suas convicções espirituais em função do seu patriotismo e do dever de proteger os camaradas de armas. Um clássico assinado por Howard Hawks, que deu a Gary Cooper um dos mais memoráveis papéis da sua carreira.

6. A Batalha do Rail (1946)

Rodado um ano depois do final da II Guerra Mundial, e interpretado por actores amadores, este filme de René Clément centra-se nas acções de sabotagem de linhas e comboios feitas pelos ferroviários franceses durante a ocupação alemã, em especial no período que mediou entre o desembarque dos Aliados na Normandia e a entrada destes em Paris, em 1944.

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7. Horizontes de Glória (1957)

Kirk Douglas produz e interpreta um dos papéis principais desta poderosa fita que dramatiza os fuzilamentos que se deram entre as tropas francesas a certa altura da I Guerra Mundial, quando alguns soldados se recusaram a deixar as trincheiras e ir combater, e houve tentativas de amotinação. Douglas personifica um corajoso coronel que vê alguns dos seus homens serem acusados de cobardia e seleccionados para julgamento e fuzilamento como exemplo. Um dos melhores filmes anti-guerra de sempre, realizado por Stanley Kubrick.

8. Morrer como um Homem (1957)

A segunda longa-metragem do realizador polaco Andrzej Wajda passa-se em 1944, em plena II Guerra Mundial, numa Varsóvia levantada contra o ocupante alemão. Vendo tudo perdido, um punhado de resistentes tenta escapar pelo sistema de esgotos da cidade. Os sobreviventes acabam por deparar com o exército soviético parado do outro lado do rio, abstendo-se de intervir.

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9. A Infância de Ivan (1962)

É durante a invasão da União Soviética pelos alemães que decorre a acção do primeiro filme de fundo do grande Andrei Tarkovski, que consegue encontrar lirismo no meio da carnificina. O Ivan do título é um órfão de 12 anos que arrisca a vida para trazer informações aos seus compatriotas sobre as movimentações das tropas ocupantes, sendo protegido e acarinhado por um trio de oficiais.

10. MASH (1970)

Mordaz sátira de Robert Altman, a partir dos romances de Richard Hooker sobre a Guerra da Coreia. O tom de farsa político-militar, de resto, é dado logo nas primeiras imagens com a chegada dos novos cirurgiões, os capitães “Hawkeye” Pierce (Donald Sutherland), “Duke” Forrest (Tom Skerritt) e “Trapper” John McIntyre (Elliott Gould), cuja perspectiva sobre a sua missão é bastante diferente da dos seus superiores. Principalmente no aspecto do divertimento.

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11. Heróis por Conta Própria (1970)

Esta produção interpretada por Clint Eastwood, Donald Sutherland e Telly Savalas, sob a direcção de Brian G. Hutton, é uma raridade no género: um filme cinicamente desencantado e anti-heróico passado na II Guerra Mundial. Durante a invasão da Normandia, um grupo de soldados americanos tenta apoderar-se de uma fortuna em barras de ouro que os alemães deixaram para trás.

12. Uma Ponte Longe Demais (1977)

Os filmes de guerra costumam retratar grandes triunfos e feitos históricos. No entanto, esta superprodução anglo-americana, dirigida por Richard Attenborough e constelada de estrelas, além de reconstituir um sério e sangrento falhanço dos Aliados na II Guerra Mundial, a Operação Market Garden, lançada na Holanda, em Setembro de 1944, passa também uma mensagem anti-guerra.

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13. O Caçador (1978)

Se em MASH a guerra era essencialmente uma diversão, em O Caçador Michael Cimino olhou para a Guerra do Vietname do ponto de vista dos soldados que regressam a casa carregando dor, trauma e desilusão. A energia obsessiva do filme (que pode ser sintetizada na cena da roleta russa) é em muito responsabilidade das vívidas interpretações de Robert De Niro (mais uma vez nomeado para um Óscar que não ganhou, o que aliás aconteceu também a Meryl Streep), Christopher Walken (Óscar para Melhor Actor Secundário) e John Cazale.

14. Apocalypse Now (1979)

Por esta altura, Francis Ford Coppola já carregava o peso da fama e de alguns Óscares, principalmente graças ao êxito dos dois primeiros tomos de O Padrinho. Talvez por isso a sua queda para a megalomania acentuou-se e foi paradoxalmente fundamental para a conclusão de Apocalipse Now – sem dúvida um dos filmes mais complicados de produzir. Mas produziu-se. E a viagem rio acima de Martin Sheen à cata do coronel Kurt, interpretado por Marlon Brando, tornou-se muito mais do que um filme de guerra graças ao denso, rico e filosoficamente existencialista argumento de John Milius inspirado num curto romance de Joseph Conrad (O Coração das Trevas).

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15. Gallipoli (1981)

Peter Weir parte de uma situação clássica do filme de guerra – um grupo de jovens de meios sociais diversos parte para combater no estrangeiro – para contar a história de como as tropas australianas e neozelandesas (os ANZACS) foram massacradas na desastrosa campanha de Gallipoli, na Turquia, entre Fevereiro de 1915 e Janeiro de 1916, planeada por Winston Churchill, então Primeiro Lorde do Almirantado. Mel Gibson e o estreante Mark Lee personificam os dois jovens que são os pivôs do enredo deste filme, pertencente à Nova Vaga do cinema australiano dos anos 70 e 80.

16. A Odisseia do Submarino 96 (1981)

O alemão Wolfgang Petersen realizou aqui o melhor, mais realista, mais autêntico e mais claustrofóbico filme de guerra submarina de sempre, passado num U-Boot durante a Batalha do Atlântico. Jürgen Prochnow personifica o comandante da nave, um papel que o levou para Hollywood. A produção fez construir duas réplicas de submarinos germânicos da II Guerra Mundial.

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17. Platoon – Os Bravos do Pelotão (1986)

Oliver Stone partiu da sua experiência como militar durante a Guerra do Vietname para a construção da sua melhor longa-metragem, merecidamente vencedora dos óscares de Melhor Filme e Melhor Realizador, colocando-se política e esteticamente em directa oposição à corrente dominante em Hollywood, para a qual a guerra era para ser mostrada à maneira de John Wayne e em películas patrioteiras. E o que Stone mostra é a guerra vista do interior como instrumento de degradação humana e de sabotagem do humanismo. Perspectiva por muitos vista como uma espécie de glorificação da guerra, mas realmente não mais do que um retrato cru tornado mais vívido pelas interpretações de Willem Dafoe e Tom Berenger, muito bem acompanhados por Charlie Sheen, Kevin Dillon, Johnny Depp e Forest Whitaker.

18. Nascido Para Matar (1987)

Stanley Kubrick soube filmar (e mostrar) como poucos a violência sem sentido da guerra e a toxicidade perniciosa de uma certa cultura militarista. Neste clássico ambientado durante a Guerra do Vietname e nomeado para o Óscar de melhor argumento adaptado em 1988, começa por descrever a brutalidade desumanizante de todo o processo de treino e recruta. Para mais tarde, na segunda parte do filme, centrar as atenções no combate e na sua violência gratuita, pelo caminho mostrando como está tudo ligado.

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19. Soldados do Universo (1997)

Paul Verhoeven é um dos grandes criadores de filmes de acção com subtexto político, interessado em arrepiar a audiência, ofender a sua sensibilidade e fazê-la pensar. Aqui, num mundo futuro onde toda a gente é bonita e no qual apenas os cidadãos podem votar, imagina uma guerra contra uma raça de extra-terrestres que, só pela sua repugnante aparência, a torna no alvo perfeito para a agressividade dos humanos. Rapidamente se percebe o ataque contra o imperialismo norte-americano e a futilidade de Hollywood, que culmina numa das mais impressionantes imagens em toda a ficção científica quando Neil Patrick Harris, uniformizado como um agente da Gestapo, prepara o envio de um pelotão de aterrorizados adolescentes para a batalha.

20. O Resgate do Soldado Ryan (1998)

O Resgate do Soldado Ryan acaba por ser um filme de acção em estado puro. A partir de um argumento de Robert Rodat, Steven Spielberg não descura o conteúdo político e psicológico nem o seu carácter humanista neste retrato das crueldades da guerra. E as cenas de acção são verdadeiramente inesquecíveis, tornando alguns momentos históricos e bem documentados numa viagem hiper-realista pelo melhor e pelo pior dos seres humanos.

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21. A Barreira Invisível (1998)

Terrence Malick não filmava há 20 anos. Aliás, estava mais ou menos oficialmente reformado da realização e, como sempre, distante dos holofotes, mudo para a imprensa, alheio aos argumentos que lhe enviavam, aparentemente, como se costuma dizer, na boa. O que se costuma dizer, no entanto, não tinha razão. E o realizador, que se tornou figura de culto depois de Noivos Sangrentos e Dias do Paraíso, mantinha vivo o desejo de voltar a dirigir. Foi o que fez e não lhe faltou nada (afinal, não é todos os dias que um génio recluso regressa à acção), desde meios de produção a actores para fazer desta história no cenário da Batalha de Guadalcanal, durante a II Guerra Mundial, uma profunda reflexão sobre o sentido da vida. É um filme belo sobre a sujidade da alma, uma obra única que vive, e decerto continuará a viver, para lá do seu tempo.

22. O Olhar da Morte (2002)

Um grupo de soldados ingleses, sobreviventes de um ataque falhado que fez muitas baixas, ficam isolados atrás das linhas inimigas com um prisioneiro alemão. Decidem então ir refugiar-se num complexo de trincheiras abandonado, contra os avisos do seu prisioneiro, que diz que forças malignas tomaram conta do abrigo e daí ter sido abandonado. Uma vez lá instalados, os militares começam a ter visões e a comportar-se estranhamente. Realizado por Michael J. Bassett e interpretado por Jamie Bell e Andy Serkis, O Olhar da Morte é uma verdadeira raridade: um filme de terror ambientado em plena I Guerra Mundial.

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23. Yamato (2005)

Entre os muitos filmes passados na II Guerra Mundial feitos por japoneses, este de Junia Satô é talvez o melhor e o mais impressionante. Baseado num livro da romancista e poeta Jun Henmin, Yamato conta a história da tripulação do poderoso navio de guerra homónimo, durante a batalha no Pacífico que levou ao seu afundamento pelos americanos, em Abril de 1945.

24. O Herói de Hacksaw Ridge (2016)

Realizado por Mel Gibson em 2016, O Herói de Hacksaw Ridge conta a história verídica de um objector de consciência, de seu nome Desmond Doss (Andrew Garfield), que se recusou a pegar em armas e a matar quem quer que fosse durante a II Guerra Mundial, por motivos religiosos. O que ainda assim não o impediu de participar no conflito. Nem, já agora, de se tornar num dos seus heróis mais condecorados, salvando inúmeras vidas.

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25. Dunkirk (2017)

Se tivesse sido rodado com
 a II Guerra Mundial ainda fresca na memória colectiva britânica, como foi o caso, 
em 1958, de A Epopeia
 de Dunquerque, de Leslie Norman, este Dunkirk de Christopher Nolan seria um filme de agitação e inspiração patriótica. Pelo contrário, 
é uma fita onde a escala de superprodução contrasta com a abordagem semidocumental e descritiva, e o tom carregado e não-heróico. Nolan recorreu a um mínimo de efeitos digitais e apostou em aviões e barcos da época, ou réplicas, o que confere outra autenticidade ao filme.

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