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Filme, Cinema,. A Doce Vida (1960)
©DRA Doce Vita de Federico Fellini

O esplendor do cinema italiano

A Festa do Cinema Italiano disponibilizou mais de 100 filmes em Filmin. Seleccionámos sete títulos absolutamente clássicos.

Escrito por
Eurico de Barros
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A Festa do Cinema Italiano foi adiada para data a definir, e para compensar, a sua direcção colocou, na plataforma de streaming Filmin, pelo preço mensal de 6,95 euros, 114 filmes italianos, entre obras clássicas e outras mais recentes. Escolhemos sete títulos de entre os muitos disponíveis, todos eles rodados por realizadores de primeira grandeza entre as décadas de 1940 e 1960, e interpretados por nomes como Massimo Girotti, Marcello Mastroianni, Sophia Loren, Vittorio Gassman, Jeanne Moreau, Jean-Louis Trintignant, Monica Vitti ou Ugo Tognazzi.

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O esplendor do cinema italiano

1. Obsessão

Luchino Visconti, 1943, 140 min.

Segunda adaptação ao cinema, após a do francês Pierre Chenal em 1939 (Le Dernier Tournant), do livro policial O Carteiro Toca Sempre Duas Vezes, de James M. Cain, este filme de Luchino Visconti rodado e estreado durante o regime fascista italiano, inovou à altura, menos pelo realismo do que pelo tratamento de temas como o adultério, o assassínio ou a miséria social. Massimo Girotti e Clara Calamai (que substituiu à última hora Ana Magnani, grávida), são os amantes criminosos e Juan de Landa o marido assassinado.

2. Alemanha, Ano Zero

Roberto Rossellini, 1948, 78 min.

Apesar de ter sido filmado em parte em estúdio em Itália, esta fita de Roberto Rossellini constitui um impressionante documento sobre a Berlim devastada pelos bombardeamentos aliados e pelos combates para a sua conquista durante a II Guerra Mundial, e as condições de vida dos alemães nos anos a seguir ao conflito. É a história dilacerante de Edmund, um rapaz de 12 anos que vive com a família na capital alemã ocupada pelas tropas aliadas, e que enfrenta os problemas e dilemas da sobrevivência dessa altura.

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3. A Doce Vida

Federico Fellini, 1960,  174 min.

Actor favorito e grande cúmplice de Fellini, Marcello Mastroianni, interpretando um jornalista boémio e atormentado cuja relação com a namorada está em crise, é o nosso guia através do turbilhão da vida na Roma de início dos anos 60, em todas as suas declinações sociais e estroinas, indo dos ambientes mais populares às festas exclusivas dos aristocratas e da burguesia. Ainda com Anita Ekberg (e a sua cena lendária com Mastroianni na Fonte de Trevi), Anouk Aimée, Magali Noel, Alain Cuny e Yvonne Fourneaux.

4. A Noite

Michelangelo Antonioni, 1961, 122 min.

Segundo filme da trilogia não-oficial de Antonioni sobre o vazio existencial, a incomunicabilidade e a alienação anímica e emocional na sociedade em crescimento económico acelerado de finais dos anos 50 e início da década de 60, rodado entre A Aventura e o Eclipse, A Noite foi rodado numa Milão em rápida mudança, e segue um casal da classe média endinheirada (Marcello Mastroianni e Jeanne Moreau) cujo matrimónio está à beira do fim e já não têm nada a dizer ou a dar um ao outro. Também com Monica Vitti.

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5. A Ultrapassagem

Dino Risi, 1962, 105 min.

Um playboy impulsivo, exibicionista e fanfarrão interpretado por Vittorio Gassman, e um jovem tímido e calado estudante de Direito vivido por Jean-Louis Trintignant, que não se conhecem bem, cruzam, no Lancia descapotável daquele, uma Itália estival e em rápida modificação devido ao “milagre económico” da época. Dino Risi assina aqui um notável misto de road movie, drama existencial e comédia social, que é também um dos maiores exemplos da era de ouro do cinema italiano, passadas as agruras do pós-guerra.

6. Matrimónio à Italiana

Vittorio De Sica, 1963, 102 min.

Esta é uma de várias “comédias à italiana” clássicas que Vittorio De Sica fez com Marcello Mastroianni e Sophia Loren, baseada numa peça de Eduardo De Filippo. Mastroianni é Domenico, um homem de negócios que mantém uma relação com Filumena (Loren), que conheceu quando esta era jovem, logo à seguir à guerra, e antes de se tornar prostituta, e que poderá ser o pai dos três filhos dela. E Filumena quer à viva força casar com ele, para se tornar uma mulher respeitável e dar finalmente um pai aos rapazes.

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7. Os Monstros

Dino Risi, 1963, 121 min.

Ao longo de 20 sketches de duração muito variada, os fabulosos Vittorio Gassman e Ugo Tognazzi interpretam uma série de personagens de todas as latitudes e áreas do espectro social e político italiano, neste típico filme em episódios à altura muito cultivado pelo cinema transalpino. Ricos, pobrezinhos ou da classe média, políticos, sacerdotes, empresários, funcionários públicos, militares, literatos, advogados, desempregados ou pedintes, ninguém escapa ao olhar genial e acidamente satírico de Dino Risi.

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