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Javier Bardem

Os melhores filmes de Javier Bardem: um actor, sete faces

O actor espanhol é Pablo Escobar em 'Amar Pablo, Odiar Escobar', em estreia esta semana. Ei-lo em sete dos seus melhores papéis

Escrito por
Eurico de Barros
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É um dos mais internacionais actores espanhóis e já ganhou um Óscar de Melhor Actor Secundário, em Este País Não é para Velhos, dos irmãos Coen. Javier Bardem impôs-se como actor de primeiro plano no seu país nos anos 90, antes de dar o salto para os EUA, onde não se deixou estereotipar em papéis de vilão ou de latino para todo o serviço, mostrando a facilidade com que muda de registo e género. Já trabalhou com realizadores tão diferentes como Bigas Luna e Woody Allen, e é o produtor e principal intérprete de Amar Pablo, Odiar Escobar.

Os melhores filmes de Javier Bardem: um actor, muitas faces

‘Desejos Inconscientes’, de Bigas Luna (1992)

Foi com um papel secundário neste filme de Bigas Luna, o provocador encartado do cinema espanhol, que Javier Bardem deu nas vistas. Ele interpreta Raul, um antigo toureiro, machão e aspirante a modelo de roupa interior de homem, que a mãe do protagonista contrata, para que seduza a rapariga de condição modesta por quem o filho se apaixonou e engravidou. Bardem diria mais tarde que, apesar do filme ser uma comédia satírica, teve medo de, no futuro, ser estereotipado em papéis como o que fez aqui.

‘Perdita Durango’, de Álex de la Iglesia (1997)

Um papel delirante para Javier Bardem neste filme sem estribeiras de Álex de la Iglesia: o de Romeo Dolorosa, um bandido mexicano praticante de feitiçaria e grande inalador de cocaína, que, juntamente com a sua cúmplice, a Perdita Durango do título (Rosie Perez), rapta um casal de jovens turistas americanos para os oferecer em sacrifício. Acção, comédia negra e terror conjugam-se nesta fita over the top, onde Bardem saboreia a caracterização deliberadamente excessiva da sua personagem.

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‘Antes que Anoiteça’, de Julian Schnabel (2000)

Javier Bardem passou de figura de primeiro plano em Espanha a actor internacionalmente reconhecido, graças à poderosa e pungente interpretação que faz aqui de Reynaldo Arenas, o escritor homossexual e dissidente cubano perseguido pelo regime comunista da ilha, de onde viria a fugir em 1980, acabando por morrer de Sida nos EUA, em 1990. O papel valeu-lhe a Taça Volpi de Melhor Actor no Festival de Veneza, assim como vários outros prémios de interpretação um pouco por todo o lado.

‘Mar Adentro’, de Alejandro Amenábar (2004)

A história real de Ramón Sampedro, um espanhol que ficou quadriplégico após um acidente quando dava um mergulho, e que levou a cabo uma campanha de quase 30 anos para ter direito a acabar com a própria vida. Javier Bardem personifica Sampedro não para fazer melodrama fácil e arrancar lágrimas ou suscitar a piedade do espectador para com a personagem, mas para chamar a atenção para o seu desespero perante a tragédia e a indignidade da sua situação, e para a legitimidade do seu desejo de eutanásia. Avassalador.

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‘Este País Não é para Velhos’, de Joel e Ethan Coen (2007

Foi com um papel de vilão com contornos sobrenaturais que Javier Bardem ganhou o Óscar de Melhor Actor Secundário neste western contemporâneo e texano dos irmãos Coen adaptado de um livro de Cormac McCarthy. Contracenando com Tommy Lee Jones e Josh Brolin, Bardem é Anton Chigurh, um assassino profissional implacável e impassível, de presença sinistra, que por vezes oferece às vítimas, ou a quem tem o azar de lhe sair ao caminho durante um trabalho, a possibilidade de ficarem vivas jogando ao cara ou coroa.

‘Vicky Cristina Barcelona’, de Woody Allen (2007)

Javier Bardem é também um consumado actor cómico, embora pouco aproveitado neste registo, e foi por isso que Woody Allen o foi buscar para ser Juan Antonio, um pintor célebre e mulherengo impenitente, nesta comédia romântica que rodou em Barcelona. As personagens de Vicky e Christina (Rebecca Hall e Scarlett Johansson), envolvem-se ambas com Juan Antonio, mas não contam com Maria Elena (Penélope Cruz), a tempestuosa ex-mulher dele. Bardem diverte-se a fazer a paródia de um cliché, o do latino sedutor.

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‘007-Skyfall’, de Sam Mendes (2012)

Tantos e tão variados são os vilões que Javier Bardem tem interpretado – embora tenha conseguido não se deixar aprisionar por eles, uma proeza para um actor latino em Hollywood -, que era apenas uma questão de tempo até ser convocado para interpretar um vilão na série de filmes de James Bond. O seu Silva de 007-Skyfall é um psicopata vingativo movido pelo ressentimento e pelo ódio não só ao 007 de Daniel Craig mas também à M de Judi Dench, e o que lhe falta em sofisticação maligna, sobra-lhe em intensidade maníaca.

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