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Série O Crime do Padre Amaro
©Pedro PinaBárbara Branco e José Condessa (O Crime do Padre Amaro)

Os pecados de ‘O Crime do Padre Amaro’

A nova adaptação do romance de Eça de Queirós (RTP) é uma coisa condensada, mastigada e modorrenta, com escassa vivacidade dramática e ainda menos tensão erótica.

Escrito por
Eurico de Barros
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★★☆☆☆

Em 2002, tivemos uma adaptação mexicana ao cinema de O Crime do Padre Amaro, de Eça de Queirós, atrevidota em termos de sexo. Seguiu-se-lhe, em 2006, outra versão, esta portuguesa, para cinema e televisão, que trazia a história para o nosso tempo, e para um bairro “problemático” de Lisboa, e carregava bastante na tecla erótica. E quando parecia que o único livro de Eça que não envelheceu lá muito bem (sobretudo pelo “realismo de traço grosso”, como notou Machado de Assis à altura da publicação) tinha sido deixado em paz, eis que surge mais uma adaptação de O Crime do Padre Amaro (RTP1. Qua 22.30/RTP Play), para a qual só vemos duas razões. Uma, é o gozo fácil de zupar forte e feio na Igreja; e a outra é o sexo, que até é metido onde não existe no livro (o padre que Amaro vem substituir morre de uma apoplexia após uma ceia de peixe, e não a copular com uma prostituta, como na série). Anticlericalismo crónico e abuso de carnalidade à parte, este novo Crime do Padre Amaro é uma coisa condensada, mastigada e modorrenta, com escassa vivacidade dramática e ainda menos tensão erótica, um Amaro assim para o panão e uma Amélia pãozinho sem sal. O Primo Basílio e A Cidade e as Serras, entretanto, ainda continuam à espera de quem os transforme numa série de televisão catita.

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