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Sete filmes críticos de Hollywood rodados em Hollywood

Com 'Mank' em exibição na Netflix, fomos buscar um punhado de filmes em que Hollywood faz a sua autocrítica.

Escrito por
Eurico de Barros
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Mank, de David Fincher, já disponível na Netflix, retrata o célebre argumentista Herman J. Mankiewicz, que escreveu O Mundo a Seus Pés, de Orson Welles, e inclui-se naquele género de filmes críticos da indústria do cinema americano, que são ambientados nessa mesma indústria e saem do seu interior. Seleccionámos aqui sete outros títulos rodados desde a década de 50 em que Hollywood faz o seu acto de contrição e se flagela a si própria, com maior ou menor ferocidade, e assinados por cineastas tão distintos, variados e premiados como Billy Wilder, Vincente Minnelli, John Schlesinger ou Robert Altman.

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Sete filmes críticos de Hollywood rodados em Hollywood

‘O Crepúsculo dos Deuses’, de Billy Wilder (1950)

Contado em flashback pela personagem de William Holden, que está morta, O Crepúsculo dos Deuses é uma obra-prima entre os filmes críticos ou desencantados sobre Hollywood. Holden faz um argumentista sem trabalho e endividado que se torna no amante e gigolô de uma estrela do cinema mudo esquecida (Gloria Swanson), que vive reclusa com o seu mordomo e motorista, comprometendo-se a escrever-lhe o filme que a fará voltar à tela em triunfo. Buster Keaton, Erich von Stroheim e Cecil B. DeMille também aparecem neste grande filme de ambiência fantasmagórica e decadente.

‘Cativos do Mal’, de Vincente Minnelli (1952)

Kirk Douglas tem um dos seus melhores papéis odiosos neste filme de Vincente Minnelli, onde interpreta um produtor ambicioso e sem escrúpulos, que usa todos à sua volta, nomeadamente um realizador, uma actriz e um argumentista que lhe são próximos e fiéis, para chegar ao topo de Hollywood. Cativos do Mal é o precursor de todos os filmes duramente críticos da Meca do Cinema que foram feitos posteriormente, ambientados nela e saídos do seu interior.

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‘O Dia dos Gafanhotos’, de John Schlesinger (1975)

Baseado no livro de Nathanael West, que trabalhou em Hollywood como argumentista nos anos 30, experiência que usou como base para o escrever, O Dia dos Gafanhotos segue um jovem (William Atherton) que arranja emprego num estúdio de Hollywood como director artístico, e um punhado de pessoas falhadas, aproveitadoras ou inescrupulosas que o rodeiam, em especial uma candidata a actriz (Karen Black). O filme pinta, com tintas apocalípticas um retrato de pesadelo de Hollywood e daqueles que vivem na indústria do cinema ou gravitam em seu redor.

‘Barton Fink’, de Joel e Ethan Coen (1991)

Nos anos 40, um dramaturgo nova-iorquino idealista e progressista chamado Barton Fink é atraído para Hollywood para escrever filmes, e vai deparar-se com um mundo boçal, superficial, a roçar o absurdo e cheio de gente que estranha, não conseguindo escrever uma linha. John Turturro desempenha o papel principal desta comédia satírica dos irmãos Coen, que carregam nas tintas grotescas e alucinatórias, e não poupam nem o seu ingénuo, desesperado e auto-torturado herói.

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‘O Jogador’, de Robert Altman (1992)

Escrito pelo argumentista Michael Tolkin com base no seu livro The Player, este filme permitiu a Robert Altman, que tinha bastantes queixas de Hollywood, ajustar algumas contas com a indústria cinematográfica que o destratou, e que é aqui implacavelmente satirizada de alto a baixo no modelo de narrativa “coral” que o realizador tanto cultivou. Tim Robbins dá vida a um produtor ameaçado de morte por um argumentista cujo script rejeitou. Só que ele não faz ideia de qual se trata, já que deu o mesmo tratamento a muitos.

‘A Comédia dos Infiéis’, de George Huang (1994)

Buddy Hackerman, a personagem que Kevin Spacey interpreta nesta comédia, é um muito sério candidato a mais tirânico, insensível e insuportável produtor de Hollywood já representado no cinema. Que o diga o sofredor Guy, o seu jovem e cândido assistente (Frank Whaley), que o atura até não poder mais, e acaba por o raptar e torturar. Spacey é fenomenal no papel do cruel e escarninho Hackerman. O título original é bem mais sugestivo do que o português: Swimming With Sharks.

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‘Pânico em Hollywood’, de Barry Levinson (2008)

O registo de comédia gozona foi o escolhido por Barry Levinson para troçar do sítio onde ganha o pão, em parceria com o veterano produtor Art Linson, que assina o argumento do filme, adaptado do seu livro What Just Happened. Robert De Niro é Ben, o alter ego de Linson, um produtor que quer levar o seu novo filme ao Festival de Cannes e tem que enfrentar uma série de problemas profissionais e familiares, bem como os egos de vários dos envolvidos na fita e mais o director do estúdio em que foi feita.

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