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Oito thrillers psicológicos imperdíveis

Fizemos uma cuidadosa selecção de alguns dos melhores filmes deste género com grandes e ilustres pergaminhos, e muito apreciado pelos cinéfilos.

Escrito por
Eurico de Barros
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Alguns dos melhores filmes já feitos são thrillers psicológicos. Basta apenas olhar, por exemplo, para a filmografia de Alfred Hitchcock. Combinando elementos do policial de suspense e do drama psicológico, estas fitas exploram em simultâneo as ansiedades das personagens e do público que as está a ver, o que pode explicar em parte a sua popularidade e o facto do género não ter caído em desuso, ao contrário de outros, e continuar a ser cultivado pelos realizadores e plebiscitado pelo público. Propomos uma lista de thrillers psicológicos que consideramos indispensáveis, rodados entre os anos 40 e o início deste século. 

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Oito thrillers psicológicos imperdíveis

‘Mentira’, de Alfred Hitchcock (1943)

Uma lista destas estaria escandalosamente incompleta sem um filme do grande Hitchcock, e Mentira serve como luva cara em mão de senhora fina nesta categoria. Theresa Wright interpreta a jovem Charlie Newton, que tem no jovial e elegante Charlie Oakley (Joseph Cotten) o seu tio favorito, irmão da mãe. Quando ele vem visitar a família, Charlie fica felicíssima. Só que, a pouco e pouco, começa a desconfiar que o tio poderá ser o assassino em série de viúvas ricas que a polícia procura há anos. Hitchcock molda a tensão e o suspense como mais nenhum e o final no comboio é de estilhaçar os nervos.

‘Meia Luz’, de George Cukor (1944)

Um clássico absoluto do género, passado na Londres do século XIX. Ingrid Bergman é uma jovem cantora de ópera que se casa com um distinto homem mais velho (Charles Boyer). O casal vai viver para casa da mãe dela, que ali foi misteriosamente assassinada, anos antes, e a rapariga começa a ser atormentada por pequenos e enervantes acontecimentos. Será que está a ficar louca, ou será que o marido não é quem parece? O preto e branco e a subtileza da realização de George Cukor são fundamentais para estabelecer a atmosfera angustiante e criar o crescente sufoco emocional e confusão mental que atingem a heroína.

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‘As Diabólicas’, de Henri-Georges Cluzot (1955)

Véra Cluzot, mulher do realizador francês, tem, juntamente com Simone Signoret, um dos principais papéis nesta fita. Elas são Christine e Nicole, a dona de um colégio interno de rapazes e uma das professoras, que decidem matar o outro dono, e também reitor do estabelecimento, marido da primeira e ex-amante da segunda, sujeito brutal e que toda a gente detesta. Só que a história não acaba depois do crime consumado e instala-se no filme um ambiente de inquietação e medo que sugere uma possível dimensão sobrenatural no enredo. As Diabólicas é um modelo deste género.

‘Reportagem de Choque’, de Sam Fuller (1963)

Escrito originalmente por Sam Fuller para ser filmado por Fritz Lang, este é um dos melhores filmes do autor de Matei Jesse James e Mãos Perigosas. Johnny Barrett (Peter Breck), um ambicioso jornalista, faz-se declarar doente mental e internar num hospício, para investigar um crime que lá foi cometido e a polícia não conseguiu resolver, mas tem três testemunhas, todos pacientes gravemente perturbados. Esta originalíssima e barroca série B, e filme de culto, funciona a dois níveis: como thriller psicológico de betão armado, e como alegoria surreal sobre os EUA na época.

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‘Sisters’, de Brian De Palma (1972)

Nunca exibido comercialmente em Portugal, este filme de Brian De Palma, o seu primeiro thriller, acena abundante e obviamente na direcção de Alfred Hitchcock (até a banda sonora é composta por Bernard Herrmann), como aconteceria nas suas realizações seguintes, mas também tem muitos méritos próprios. Jennifer Salt faz uma jornalista que testemunha um crime no apartamento em frente do seu, onde vive Grace, uma modelo (Margot Kidder). Como a polícia não acredita nela, Grace vai investigar sozinha, e nem sonha com o que vai descobrir. Sisters é inventivamente sangrento e macabro, e voyeurista e perverso como o diabo.

‘O Homem que Queria Saber’, de George Sluizer (1988)

Premiada no Fantasporto, entre outros festivais de cinema fantástico ou policial, esta co-produção europeia, realizada pelo holandês George Sluizer, centra-se em Rex, um homem cuja namorada foi raptada sem deixar rasto numa estação de serviço, quando ambos iam de férias. Poucos anos mais tarde, Rex começa a receber cartas do raptor, um tal Raymond, prometendo dizer-lhe o que aconteceu à rapariga. Bernard-Pierre Donnadieu é arrepiante no sádico Raymond, Sluizer faz nossos a ansiedade e o tormento do desgraçado e manipulado Rex, e o final é cruel e absolutamente inesquecível.

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‘Anjo ou Demónio’, de Takashi Miike (1999)

O prolífero Takashi Miike mostra aqui um excelente exemplo de thriller psicológico ao seu estilo extremo. Shigeharu, um homem de negócios viúvo e com um filho adolescente, tem um amigo produtor de cinema que organiza um casting de actrizes para um filme falso, para que aquele possa encontrar uma mulher que o interesse. E Shigeharu fica obcecado pela lindíssima Asami, aparentemente a rapariga de sonho de qualquer homem. Mas da aparência à realidade vai uma grande distância. E como estamos num filme de Miike, o terror aqui é tanto psicológico como físico.

‘Vingança Planeada’, de Park Chan-Wook (2003)

Este terceiro (e o melhor) filme da chamada “Trilogia da Vingança” do sul-coreano Park Chan-Wook, realizador de Oldboy – Velho Amigo, Este é o meu Sangue ou A Criada, põe as emoções, tensões e convulsões do thriller psicológico ao serviço da história da vingança de uma mulher maltratada e injustiçada. Após ter estado vários anos presa por um crime que não cometeu e visto a filha ser-lhe retirada pelo Estado, Geum-ja (a soberba Lee-Yeong ae) é libertada. E quer que o verdadeiro criminoso pague – e sofra muito – por tudo o que fez. Vingança Planeada é um filme implacavelmente diabólico, álgido e torturado.

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