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Vincent & Theo

Vincent van Gogh visto pelo cinema

Aproveitando a estreia em Portugal da animação 'A Paixão de Van Gogh', de Hugh Welchman e Dorota Kobiela, recordamos aqui a forma como o cinema tem retratado o genial pintor

Escrito por
Eurico de Barros
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Actores como Kirk Douglas, Tim Roth, Jacques Dutronc e até mesmo o realizador Martin Scorsese já personificaram Van Gogh na tela, em filmes feitos desde os anos 50 até ao nosso século. 

Vincent van Gogh visto pelo cinema

‘A Vida Apaixonada de Van Gogh’, de Vincente Minnelli (1956)

Baseado num livro de Irving Stone, este filme de Vincente Minnelli é o mais conhecido de todos sobre Vincent van Gogh e contribuiu muito para estabelecer a imagem popular do pintor genial, criativamente atormentado e mentalmente perturbado. Minneli foi rodar à Bélgica, a França e à Holanda e fez todo o possível para dar ao filme as cores dos quadros de Van Gogh. Kirk Douglas tem aqui um dos maiores papéis da sua carreira, em que mergulhou profundamente, tendo mesmo começado a dedicar-se à pintura, e ficou de tal forma afectado por ele, que disse que nunca mais voltaria a interpretar uma personagem desta forma. O facto de não ter ganho o Óscar de Melhor Actor deixou também Douglas muito desiludido e amargurado.

‘Vincent’, de Paul Cox (1987)

O realizador australiano-holandês Paul Cox, falecido em 2016, é o autor deste documentário dramatizado sobre Van Gogh, que cobre os últimos oito anos da vida do pintor. O filme, fruto da profunda admiração que Cox tinha pelo artista e pelo seu trabalho, é composto por uma selecção de pinturas e esboços de Van Gogh, apresentados cronologicamente, bem como imagens dos sítios onde ele viveu e recriações de várias situações da sua existência. Tudo acompanhado pelo voz do actor inglês John Hurt, que lê cartas escritas por Van Gogh ao seu irmão Theo, e pela banda sonora do compositor e actor australiano Norman Kaye.

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‘Vincent & Theo’, de Robert Altman (1990)

Nunca exibido em Portugal, Vincent & Theo foi originalmente rodado para televisão por Robert Altman com o formato de uma minissérie de quatro horas, que teve uma versão para cinema com pouco mais de duas horas de duração. Altman e o argumentista Julian Mitchell centram-se na relação fraternal e profissional entre Van Gogh (Tim Roth) e o seu irmão Theo (Paul Rhys), e nas vidas de ambos, sendo o filme, assim, um duplo retrato, ao não transformar Theo numa personagem secundária ou nem sequer falar nele, como sucede noutras produções sobre o artista. Jean-Pierre Cassel interpreta o Dr. Gachet. As filmagens tiveram lugar na Alemanha, em França e na Holanda

‘Sonhos de Akira Kurosawa’, de Akira Kurosawa (1990)

Este filme, o antepenúltimo do mestre nipónico, não é especificamente sobre Van Gogh, mas uma das oito sequências oníricas de que é composto, Corvos, tem o artista como principal protagonista, interpretado por Martin Scorsese. Neste sonho, que se passa dentro de vários dos quadros de Van Gogh, um estudante de arte encontra-o em pleno trabalho num campo de trigo, vê que lhe falta uma orelha e pergunta-lhe o que aconteceu. É um dos mais brilhantes momentos deste filme desigual, contando com efeitos especiais da Industrial Light & Magic de George Lucas e acompanhado por um dos Prelúdios de Chopin.

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‘Van Gogh’, de Maurice Pialat (1991)

Os últimos três meses da vida de Van Gogh vistos por Maurice Pialat num filme que podia ser classificado como estando nos antípodas, quer no tom, quer na caracterização do pintor e na interpretação de Jacques Dutronc, do de Vincente Minnelli com Kirk Douglas. Pialat apresenta uma leitura anti-melodramática e anti-convencional da figura de Van Gogh, do seu gesto criativo e do seu quotidiano nos 67 dias finais da sua existência, e a escolha de Dutronc, que não é nada parecido com ele, para o personificar, é totalmente coerente com esta aproximação. Theo van Gogh é interpretado por Bernard Le Coq. Para muitos, este é o filme mais realista de todos sobre Van Gogh.

‘The Eyes of Van Gogh’, de Alexander Barnett (2005)

Esta produção de baixo orçamento e “arte e ensaio”, é o filme menos conhecido sobre Van Gogh, do qual o realizador, encenador e actor Alexander Barnett também é autor do argumento e interpreta o papel do pintor. Apoiado nas cartas escritas por este ao irmão Theo, Barnett recria a estadia de Van Gogh no hospício onde ele se internou voluntariamente, na sequência dos agitados meses que passou na companhia de Paul Gaugin em Arles. Segundo o seu autor e intérprete, a fita pretende “entrar dentro da cabeça de Vincent (…) dar expressão objectiva à sua experiência interior, isto é mostrar o que Vincent estava a pensar e a sentir”. Está inédita em Portugal.

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