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©Rodrigo Tiago

30 curiosidades para 38 anos de Trumps

O Trumps sopra 38 velas. Para celebrar a ocasião, juntámos três dezenas de curiosidades sobre a histórica discoteca onde se estreou António Variações.

Escrito por
Clara Silva
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O Trumps celebra 38 anos esta quinta-feira numa festa com dresscode black & white, uma óptima desculpa para celebrar três décadas de noites arco-íris em Lisboa. É a discoteca gay mais popular da cidade e isso nota-se logo na fila – já se sabe, inevitavelmente, a noite há-de acabar numa das duas pistas de dança. Entre os clientes famosos está, por exemplo, António Variações, que ali fez as suas primeiras actuações. Hoje em dia, é frequentada essencialmente por uma clientela mais jovem e imberbe, mas histórias não faltam para contar. Recordamos algumas curiosidades.

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30 curiosidades sobre o Trumps

1. 

Foi a 11 de Dezembro de 1980 que o Trumps abriu portas. A inauguração da discoteca gay mais famosa do país foi adiada uma semana por causa da morte de Francisco Sá Carneiro.

2. 

Apesar da data, a festa de aniversário da discoteca acontece sempre na Primavera, por volta de Abril, e normalmente a entrada é por convite.
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3. 

Lydia Barloff (nome artístico do actor José Manuel Rosado) actuou na noite de inauguração da discoteca.

4. 

Nos anos 80, a discoteca era frequentada por uma elite, com artistas, modelos, estilistas, músicos e escritores.

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5. 

Se hoje no site do Trumps podemos ler que o clube é “hetero-friendly”, há 38 anos a discoteca não era exclusivamente gay.

6. 

As Doce, uma das primeiras girls band europeias, chegaram a actuar no Trumps na primeira passagem de ano da discoteca.

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7. 

Rosa Maria, uma das sócias da primeira geração de donos, era uma das figuras principais da noite alfacinha. O momento em que aparecia na pista era um acontecimento e as suas roupas costumavam, mais tarde, ser comentadas nas revistas do social.

8. 

Ruth Bryden, uma das primeiras transformistas do país e assídua do Trumps nas décadas de 80 e 90, morreu precisamente na noite em que a discoteca lhe prestava uma homenagem. O funeral, em Maio de 99, foi pago com os lucros da festa.

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9. 

António Variações, também habitué da casa, dava no Trumps o seu primeiro concerto a 18 de Março de 1981, com o grupo Kamikaze.

10. 

A discoteca foi um dos lugares escolhidos para as filmagens de “Variações”, de João Maio, o filme biográfico sobre jovem cantor e compositor natural de Amares, Braga, com estreia prevista para 22 de Agosto.

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11. 

A última aparição pública de Variações foi precisamente no Trumps, numa festa temática “Amarelo e Branco”.

12. 

Aliás, desde as primeiras noites que a discoteca aposta em eventos temáticos.

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13. 

A maior parte das histórias do Trumps estão compiladas no livro Histórias da Noite Gay de Lisboa, de Rui Oliveira Marques, publicado em Abril de 2017.

14. 

Foram precisos dois anos e 20 entrevistas para escrever o livro. As histórias começam nos anos 70 e vão até aos dias de hoje, com relatos de várias pessoas que lá trabalharam.

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15. 

Um dos relatos é de Carlos Mendonça, falecido em 2016, e também conhecido na cidade como “o Mourinho das marchas”: "No chão estavam duas mulheres enroladas uma na outra. Tive de dizer às meninas que se quisessem fazer aquilo tinham de ir para casa. O que era cunho do Trumps era a liberdade de poder extravasar, dançar, fazer e acontecer. Duas mulheres a fazer um 69 na casa de banho e ninguém a poder entrar, pareceume um bocado demais."

16. 

A discoteca é antiga, mas não detém o título da mais velha discoteca gay de Lisboa. Esse troféu pertence ao Finalmente, que comemora em Abril 40 anos.

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17. 

Hoje em dia, apostam principalmente na música house e pop, com duas pistas que atraem clientes com menos de 35 anos, e DJs nacionais e internacionais.

18. 

O ano passado, durante a Eurovisão, foi eleito clube não oficial do festival.

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19. 

Nessa altura recebeu algumas actuações de concorrentes, como Eleni Foureira (“Fuego”), do Chipre, e a vencedora Netta Barzilai ("Toy"), de Israel.

20. 

Em 2018, também Ana Malhoa escolheu o Trumps para dois miniconcertos muito concorridos.

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21. 

Filas à porta e que percorrem a Rua da Imprensa Nacional são, aliás, uma constante. Chegue cedo.

22. 

Sempre funcionou às sextas e sábados mas no início de 2018 passou também a abrir à quinta, com as festas Funk Off, onde o funk serve de pretexto para abanar o rabo. Há rumores de que em breve poderá também abrir portas às quartas-feiras.

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23. 

Em 2016, a actual gerência chegou a abrir um bar também no Príncipe Real, o Secret, virado para um público feminino, que entretanto fechou.

24. 

A primeira drag DJ de Lisboa, a DJ Filha da Mãe, personagem criada por Pedro Simões, é DJ residente do Trumps há quase 10 anos.

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25. 

A drags residentes são as estrelas das sextas-feiras com Rebecca Bunny, Sylvia Koonz, Lola Bunny, Lexa Black e Marge Mellow.

26. 

A discoteca até tem direito a um festival de Verão que dura entre três e cinco dias, o Trumps Summer Festival, que o ano passado, pela primeira vez, chegou ao jardim do Príncipe Real com as Trumps Garden Sessions. Em 2019 o Trumps Summer Festival vai decorrer de 14 a 18 de Agosto e vai contar com eventos ao ar livre e um drag brunch.

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27. 

O camarim do Trumps é palco do projeto fotográfico "2 square feet", de Ary Zara Pinto, com momentos íntimos da equipa de animação e convidados.

28. 

Todas as noites há um shot da casa diferente oferecido directamente na boca dos clientes. Os ingredientes são “altamente secretos”, diz a gerência.

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29. 

Em breve será lançada uma app Trumps que vai dar acesso a um cartão de cliente com vantagens como entradas grátis e promoções.

30. 

Muitos dos actuais colaboradores da casa trabalham como actores, bailarinos, cineastas e coreógrafos.

Lisboa LGBT+

  • Gay

O tabu, esse palavrão. A eterna bengala de tudo o que é, à partida, desconhecido ou tido como errado, a reacção facilitista ao diferente. Pois bem, aqui o tema é precisamente o contrário. Nos últimos anos a Lisboa do conservadorismo transformou-se e floresceu para um fantástico novo mundo, uma existência democrática, all serving, que abraça todos os credos. Não é de estranhar, portanto, que os espaços acompanhem a tendência e que a capital tenha hoje uma oferta particularmente atractiva quando o assunto é LGBT. 

  • Noite

Os primeiros bares gays em Lisboa começaram a espreitar pela fresta do armário nos anos 60. Hoje, os dedos de duas mãos não chegam para os contar. Este é só um sinal de que a cidade está cada vez mais arejada e pronta para acolher toda a gente. De quartos escuros a bares fetichistas, sem esquecer discotecas onde se dança nu e terminando nos melhores sítios para beber um copo ao fim do dia. 

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