vista eurostars museum
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Eurostars Museum: o hotel das descobertas

Os Descobrimentos foram o tema escolhido para o Eurostars Museum, num local onde foram ainda descobertos achados arqueológicos anteriores à busca do Quinto Império.

Renata Lima Lobo
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O acesso aos quartos é com cartão, mas a localização é a chave. O passado da cidade ribeirinha ecoa na estrutura do novo Eurostars Museum, um hotel de cinco estrelas plantado junto à margem do rio de onde Vasco da Gama e seus companheiros partiram à conquista do mundo.

+ Já pode visitar os achados arqueológicos deste hotel que também é um museu

Eurostars Museum

Agora, é a cadeia espanhola que quer conquistar quem visita Lisboa, e não são poucos os trunfos que guarda na manga ali em frente à Doca da Marinha. Em apenas cinco minutos, o mais incauto dos clientes percebe que está num hotel onde o bom gosto da decoração contemporânea rivaliza com camadas e camadas de histórias aqui vividas. Literalmente. É que está tudo à mostra, sem pudores. A pièce de resistance está ali à mão de semear, a poucos passos da recepção e remonta à altura em que Lisboa ainda se chamava Olisipo. Trata-se de uma divisão com 39 m2 – uma domus, típica residência romana, com pavimento em mosaico do século II ou III e a maior in situ alguma vez descoberta em Lisboa. Ao centro, uma quase intacta Vénus que tenta alcançar a sandália, em representação de um antigo mito romano. Estamos num hotel, é verdade, mas também estamos num museu (daí o nome) e aos domingos há visitas guiadas por arqueólogos aos achados encontrados durante as escavações no antigo Palácio Coculim. Há vestígios que vão desde a Idade do Ferro, passando pela ocupação romana e a árabe, até ao século XX, quando o palácio foi ocupado pelos Armazéns Sommer.

O elevador que dá acesso aos quartos é o mesmo que nos indica a “Zona museológica”, o “Ginásio” e o “SPA”. Faça como nós: atire as malas para o quarto e regresse ao botão mágico do elevador. A placa numa porta diz-nos que os achados estão ali – espreitamos cautelosamente, ao melhor estilo Indiana Jones, mas acabamos por encontrar primeiro o Bar Cocktail. Para chegar à zona museológica é preciso passar o bar decorado com uma exposição de arte contemporânea, com obras à venda. Damos então de caras com uma autêntica máquina do tempo. A abrir, objectos recuperados durante as escavações, desde uma ânfora datada de entre os séculos VII e VI a. C. até uma caderneta bancária dos Armazéns Sommer. Atrás, umas escadas e uma visão: as escavações destaparam um lajeado que fazia parte de uma rua romana, um tanque fontanário e um poço que foi usado durante mil anos, do século IV ao XV.

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Terminado o exercício de imaginação de uma vida ali passada, não deixe de passar pelo spa. De casa leva-se touca e fato de banho, do quarto o roupão e os chinelos, que, na falta de vestiários, envergamos pelos corredores do hotel de cinco estrelas com alguma propriedade. Há serviço de massagens, banho turco e sauna. E uma cascata de gelo para termostatos mais resistentes. No final, um mergulho na piscina interior aquecida a 27 ºC. Hora de jantar.

A carta de influências galaico-portuguesas foi desenhada pelo chef Ricardo Macedo, que, apesar de brasileiro, foi importado da Galiza, onde trabalhou durante dez anos. Com vista para uma parede/muralha romana, pedimos um caldo verde (8€) que chegou aveludado e bem enchouriçado, ao qual se seguiu um tortelone de bochecha de porto preto e sumo de cogumelo (14€) e uma bem recheada caçarola de amêijoa e “cocochas” – massa muscular da mandíbula inferior dos peixes – à Bulhão Pato (18€). No fim ainda houve espaço para um rijo pudim Abade de Priscos (6€) e um arroz doce caramelizado com gelado de canela (6€). Tudo aprovado. Estômago cheio e feliz pede descanso, hora de regressar aos aposentos.

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Atrás de uma cama de casal onde cabia uma família numerosa, um mapa mundi e uma história: a expedição portuguesa à Índia que zarpou em 1497 do rio que se vê da janela contou com um piloto árabe queniano conhecedor dos segredos do Índico.

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Ao passar o beco estreito e escuro, é possível que se pergunte se está no sítio certo. Mas siga sem medos, vai valer a pena: o Memmo Príncipe Real, o primeiro boutique hotel de cinco estrelas no bairro, abriu há um ano, foi eleito em Novembro pela revista Monocle como um dos melhores hotéis urbanos do mundo e fica (bem) escondido, mas tem uma vista incrível sobre a cidade de Lisboa, com o Castelo de São Jorge lá no alto da outra colina.
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As más línguas dizem que é fácil adormecer em museus e que as galerias de arte contemporânea dão sono. No Largo Camões, o hotel Le Consulat vai mais longe e dá-lhe sofás e camas onde se pode estirar confortavelmente enquanto olha para obras de arte.
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