É outra vez aquela altura do ano em que o radialista Fernando Alvim convoca músicos e melómanos (críticos, editores, etc.) para tirar a temperatura à música portuguesa. As eliminatórias realizaram-se em Dezembro e os finalistas desta edição do Festival Termómetro – o cantor e compositor lisboeta Caio, a banda de pop electrónica alfacinha quartoquarto, o duo de pop estranha Planeta Tundra, o trio indie leiriense Jerónimo e a cantora vimaranense Mathilda – sobem ao palco do Cinema São Jorge no sábado.
Como tem acontecido em edições anteriores, além dos novatos, há um nome mais conhecido em cartaz, fora da competição. Este ano, os convidados são os Pop Dell’Arte, figuras cruciais da produção pop marginal portuguesa. João Peste, Zé Pedro Moura e companhia andam há anos a prometer um novo disco e quem os viu ao vivo nos últimos tempos pôde escutar algumas das canções que andam a escrever. E não há de ser diferente no São Jorge.
A inclusão dos Pop Dell’Arte no alinhamento é representativa do que é, hoje, o Festival Termómetro. Inaugurado em 1994, impôs-se como um concurso de novos talentos e uma referência. Foi lá que se revelaram bandas como os Silence 4, os Blind Zero (que ganharam nos respectivos anos) ou os Ornatos Violeta (que não saíram vencedores). Hoje, no entanto, é outra coisa.
Com a internet, os artistas já não precisam de ser descobertos numa mostra deste género – mostram-se todos os dias nas redes sociais. E o festival evoluiu, atento a essa realidade. Continua a dar a ouvir gente nova, mas é sobretudo uma noite de concertos, um minifestival, onde muitas vezes as pessoas vão ouvir músicos que já conhecem. Sejam novatos como Mathilda e Caio ou lendas como os Pop Dell’Arte.