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Este Termómetro mede a temperatura à música portuguesa

Cinco novos talentos e os convidados Pop Dell’Arte tocam sábado, no Cinema São Jorge, na final do Festival Termómetro

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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É outra vez aquela altura do ano em que o radialista Fernando Alvim convoca músicos e melómanos (críticos, editores, etc.) para tirar a temperatura à música portuguesa. As eliminatórias realizaram-se em Dezembro e os finalistas desta edição do Festival Termómetro – o cantor e compositor lisboeta Caio, a banda de pop electrónica alfacinha quartoquarto, o duo de pop estranha Planeta Tundra, o trio indie leiriense Jerónimo e a cantora vimaranense Mathilda – sobem ao palco do Cinema São Jorge no sábado.

Como tem acontecido em edições anteriores, além dos novatos, há um nome mais conhecido em cartaz, fora da competição. Este ano, os convidados são os Pop Dell’Arte, figuras cruciais da produção pop marginal portuguesa. João Peste, Zé Pedro Moura e companhia andam há anos a prometer um novo disco e quem os viu ao vivo nos últimos tempos pôde escutar algumas das canções que andam a escrever. E não há de ser diferente no São Jorge.

A inclusão dos Pop Dell’Arte no alinhamento é representativa do que é, hoje, o Festival Termómetro. Inaugurado em 1994, impôs-se como um concurso de novos talentos e uma referência. Foi lá que se revelaram bandas como os Silence 4, os Blind Zero (que ganharam nos respectivos anos) ou os Ornatos Violeta (que não saíram vencedores). Hoje, no entanto, é outra coisa.

Com a internet, os artistas já não precisam de ser descobertos numa mostra deste género – mostram-se todos os dias nas redes sociais. E o festival evoluiu, atento a essa realidade. Continua a dar a ouvir gente nova, mas é sobretudo uma noite de concertos, um minifestival, onde muitas vezes as pessoas vão ouvir músicos que já conhecem. Sejam novatos como Mathilda e Caio ou lendas como os Pop Dell’Arte.

Este Termómetro mede a temperatura à música portuguesa

Caio

Este Caio é na verdade João Santos, jovem músico lisboeta que canta e toca as canções que vai escrevendo. Música pacata e doce, que parece dever tanto ao cantor e compositor sueco José González como ao saudoso Elliott Smith. Chamemos-lhe indie-folk – apesar de o próprio se referir ao que faz como “acústico-ambiente”. Lançou o primeiro EP, Desassossego, em 2016, e no ano passado editou o disco Viagem pela French Sisters Experience.

Planeta Tundra

Os lisboetas Tiago Martins e Ricardo Amaral são os habitantes deste Planeta Tundra. Vintangol, o primeiro registo sonoro do corpo sideral em apreço, foi editado pela Munro Records em Outubro do ano passado. Basicamente, são cinco canções e pouco mais de 20 minutos de música estranha mas ao mesmo tempo familiar, um psicadelismo planante e sonhador, alimentado por memórias pop dispersas. Para ouvir sem pressa nem pressão.

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Mathilda

Mafalda Costa, a cantora e compositora que responde pelo nome Mathilda, ainda só tem 17 anos. Nascida em Guimarães, passou pelo conservatório da cidade minhota e a Escola do Rock, pisou os palcos de Paredes de Coura e da Casa da Música, e em Novembro lançou Lost Between Self Expression and Self Destruction, pela editora Planalto. Agora vai tentar a sorte no Termómetro, acompanhada em palco por Diogo Alves Pinto, o homem que se confunde com o projecto Gobi Bear.

Jerónimo

Têm nome de gente, mas são uma banda. E, literalmente, uma família. Os irmãos Nuno (também dos Few Fingers), Gil (que foi à final do Termómetro em 2014 com outra banda, Les Crazy Coconuts) e Luís Jerónimo (dos Nice Weather For Ducks) já são conhecidos há uns anos na cena indie de Leiria. Agora decidiram juntar-se e fazer canções indie de corte electrónico. O primeiro single, “Big Bites” já se encontra nas plataformas digitais e há mais uma ou outra canção espalhada pela internet.

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quartoquarto

Há ecos das cantigas pós-dubstep do britânico James Blake na pop electrónica pesarosa dos portugueses quartoquatro, que é como quem diz João Vidigueira (voz), Luís Lucena (programações, guitarra e baixo), João Abelaira (teclados) e Diogo Sousa (bateria e sampler). Já participaram nos concursos Vodafone Mexefest Band Scouting e EDP Live Bands, e agora vão ao Festival Termómetro, em busca de um lugar ao sol – ou pelo menos nos cartazes dos festivais de NOS Alive e Bons Sons.

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