Por mais anos que passem, os concertos no banho continuarão a ser fenómenos. Isto porque, se pensar bem, há poucas coisas mais hilariantes do que aquele mini concerto à porta fechada que todas as manhãs – ou tardes ou noites, somos inclusivos nos horários – acontece sem pudores. Queremos que se exprima, sem medidas, queremos cantorias bem conseguidas, queremos entusiasmo, que parta a loiça toda, que chame a atenção dos vizinhos e que o consiga fazer de sorriso na cara. E não se preocupe porque se não estiver para isso, também temos banda sonora. Vá por nós, prepare o telefone, a coluna, leve a toalha e rode as músicas para cantar no banho.
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Nada melhor para dar início ao concerto do que uma cantiga de fácil entoação e com letra perceptível. Um clássico garantido. A reter: o disco do duo britânico, Big Chair, faz este ano 35 anos. Já imaginou a quantidade de cantoria a que deu origem? Além disso, há formas bem piores de começar o dia.
Qualquer coisa que tenha a voz de Stevie Nicks por cima já devia ser património. Esta "Little Lies" não podia ser diferente. Também a jogar no campeonato do clássico, é uma pop fácil aos ouvidos e até pode desdobrar-se nos back vocals, assim estilo atirar os foguetes e apanhar as canas.
É quase certo que a nostalgia nos ajuda a ter manhãs mais fáceis. Pelo menos na parte de não termos de pensar ao que vamos, assim que a porta de casa se abre. Precisamente por isso, apresentamos-lhe esta cantiga, outrora perdida na década de 1990 e trazida finalmente a um chuveiro perto de si. Lembre-se é de desligar a torneira quando se ensaboar porque sete minutos é muita água desperdiçada.
Há qualquer coisa inexplicavelmente positiva nesta canção. Polémicas com os Jacksons à parte, "Blame It On The Boogie" soa a qualquer coisa como um hino perfeito para sair da cama sem grande vontade de entrar à cabeçada no metro. Portanto use-a no banho sem restrições.
Ah, os anos 90, essa gloriosa década. Há aqui uma questão: esta "All I Wanna Do" também não é nada de se deitar fora em viagem, para ouvir no carro. Mas como aqui o que interessa é o chuveiro, já sabe o que tem a fazer. Esfregue tudo, da ponta dos cabelos à dos dedos dos pés e vá entoando o que conseguir, sim, porque há aqui daquelas partes em que quase temos de comer palavras. E então?
É inevitável não imaginar um Ferrari branco à la Miami Vice quando uma coisa destas nos sai da coluna. Se tiver o dito na garagem, bem-haja, já pode viver o sonho. Se não, faça o concerto à balda e tente não pensar que não tem.
"Together, forever", la la la la, por aí fora. Como não começar o dia com Aretha Franklin sem um sorriso na cara? Impossível, dizemos nós. Portanto dê carga nesse microfone imaginário e comece a disparar o que sabe da letra.
Nem tudo são rosas no que toca às sessões musicais de chuveiro. Imagine que acorda em cima da hora, ou que vai sair de casa contra todas as forças do corpo. "Everything louder than everything else", já dizia Lemmy Kilmister (e Meatloaf, também), portanto suba o volume e parta a casa toda. Os vizinhos? Quem é que paga a renda? Sem medos.
"Não podes fazer música só com um loop de voz e um bom ritmo", diziam. Felizmente Thomas Bengalter (Daft Punk), Fred Falke e Benjamin Diamond juntaram forças e fizeram uma peça intemporal de beleza que prova o contrário. O melhor? É 100% à prova de água e de birras matinais.
Sim, já sabemos que "Hit The Road Jack" é um bom tema. Mas sugerimos que dê tudo num outro patamar, este. Pontos a favor: É Ray Charles, é bom, não vai incomodar a vizinhança, canta-se fácil. Pontos contra: nada.
Se o ritual matinal implica um prego ainda antes de meter água à boca, se o pequeno-almoço com granola e aveia e panquecas é para meninos, então está no sítio certo. De seguida, meta-se de molho ao som desta cantiga. Bom dia!
Para manhãs difíceis de aturar, Alex Turner traz a receita musical. É quase um minuto e quarenta de rock suportável e mecânico para que se possa concentrar na letra e entoar umas quantas estrofes sem qualquer motivação. Depois, o som abre, fica mais abrasivo, e aí sim, perca a cabeça, faça air guitar, air drumming, mostre aos companheiros de casa e aos vizinhos que a música no banho vale mais do que café.
"Quem tem boas noites não pode ter bons dias". Quem disse? Todas as mães, provavelmente. Mas sejamos honestos, há melhor forma de começar a manhã do que um malhão acelerado, ainda com álcool no sangue, antes daquela reunião de departamento? Não. E sim, malhão.
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Tudo o resto pode falhar. Teremos sempre uma banda sonora perfeita para nos fazer esquecer no caminho para casa.
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