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No Age: “Queríamos fazer um disco diferente do que veio antes”

Os No Age estão de volta, depois de cinco anos de silêncio editorial. Falámos antes do concerto de terça-feira, na ZDB

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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Os No Age estão de volta, depois de cinco anos de relativo silêncio editorial. E regressaram com um disco de indie rock vivo e directo, onde ouvimos ecos dos Sonic Youth e dos Fugazi, dos Hüsker Dü e dos Pavement. Falámos com o guitarrista Randy Randall em vésperas da apresentação de Snares Like a Haircut, terça-feira, em mais um Super Ballet da ZDB, com os Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs e os Sun Blossoms na primeira parte.

 

O disco anterior, An Object, era mais abstracto e não foi tão bem recebido como os vossos primeiros. O som mais directo do Snares Like a Haircut é uma reacção a isso?

Não. Queríamos fazer um disco diferente do que veio antes, só isso.

Também mudaram de editora. Porquê?

Nada de mais. Tínhamos um contrato para lançar três discos pela Sub Pop e lançámos três discos. Entretanto surgiu a oportunidade de assinarmos com a Drag City, uma editora incrível, de que sempre fui fã. Estamos para lá de contentes por estar a trabalhar com eles.

Demoraram cinco anos a lançar o novo disco. Porquê tanto tempo?

A seguir ao lançamento de An Object passámos dois anos em digressão. Depois acalmámos um bocado, casámos, tivemos filhos e, por fim, passámos um ano a trabalhar neste disco. Junta mais uns meses para a editora meter o trabalho cá fora. Além disso, desenvolvemos alguns projectos paralelos, musicais e não só. Como vês, foram cinco anos muito atarefados. Não lançámos um álbum nesse período, mas passou a correr.

Durante uns tempos cheguei a pensar que se tinham separado, porque deixei de ouvir notícias vossas.

Nada disso. Tocámos muito, quase sem parar, entre 2006 e 2013. E a dada altura sentimos que não conseguíamos passar mais seis meses seguidos na estrada. Queríamos estar algum tempo em Los Angeles, com as nossas famílias e os amigos. Desfrutar do nosso tempo.

Como é a tua relação com Los Angeles?

Adoro viver lá. Aquela cidade é como um bebé esquisito e canceroso. É enorme e desgovernada, e está a ficar maior e mais fora de dia para dia. Distrais-te um bocado e já perdeste uma coisa nova e estranha que está a acontecer.

Vocês são um produto da cena do it yourself centrada na mítica sala de concertos californiana The Smell. Lembro-me de ler que iam deitar abaixo a sala para construir um parque de estacionamento. Ainda estão a pensar fazer isso?

Acho que os donos do prédio do The Smell estão mesmo a pensar demoli-lo. Puseram um aviso a dizer que tinham pedido autorização à Câmara para mandar o prédio abaixo. Só que, quando o dono do The Smell entrou em contacto com eles, disseram-lhe que só tinham colocado lá aquele aviso porque tinham pedido a autorização, mas ainda não tinham a certeza de quando é que iam deitar tudo abaixo. Tenho a certeza que é uma questão de tempo.

Quão importante foi para ti o The Smell?

Importantíssimo. Foi lá que aprendi tudo o que sei sobre música. Aprendi a fazer som, aprendi a carimbar mãos, aprendi a limpar o chão. Aprendi a tocar ao vivo. Não seria a pessoa que sou sem o The Smell.

Conversa cantada

  • Música

Passaram seis anos e ele nem deu por isso. O último disco de estúdio, Mútuo Consentimento, é de 2011, mas até chegar a este Nação Valente, Sérgio Godinho não parou de criar. É que se acaso pára, confessa, crescem-lhe borbulhas. Aos 72 anos, cresce o desassossego da escrita – lá para Setembro há novo romance – mas não se imagina sem criar música e sem lhe dar palco.

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“Vamos Comer Caetano”, cantava Adriana Calcanhotto em 1998 num banquete antropofágico em celebração a Caetano Veloso e ao furacão tropicalista. 20 anos depois, o tropicalismo continua a ter muito para revelar e ensinar. Este mês, Adriana Calcanhotto estreia um novo projecto que resulta de uma residência artística e da experiência como professora na Universidade de Coimbra. O espectáculo “A Mulher do Pau-Brasil” parte do Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) de Oswald de Andrade, atravessa o tropicalismo e rumina as reverberações dessa estética na cultura pop brasileira.

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Três anos depois de True, The Legendary Tigerman está de volta aos discos. E de que maneira. Com Misfit, um álbum de rock and roll gravado em trio, com Paulo Segadães e João Cabrita, em Joshua Tree. E com Misfit Ballads, conjunto de baladas que não encaixavam em Misfit. E com o filme Fade Into Nothing, de Furtado, Rita Lino e Pedro Maia, história de estrada e diário de viagem ficcionado que acompanha a edição em CD de Misfit. E ainda há a banda sonora do filme, a editar mais perto do final do ano. Falámos sobre isto tudo com o músico português.

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