A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
Ozzy Osbourne
© Rob Greig

Ozzy Osbourne: o peso de um mito

Ozzy Osbourne está a dar a volta ao mundo pela última vez. Antes do concerto em Lisboa, fazemos o sumário de uma vida

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
Publicidade

Não é um exagero nem um erro escrever que Ozzy Osbourne é um músico lendário. No activo há 50 anos, é uma figura seminal, envolta em mitos urbanos e histórias reais que roçam o surreal. A solo e com os Black Sabbath, editou discos históricos e foi acompanhado por músicos que fizeram escola. Passa por Lisboa na segunda-feira, acompanhado por Zakk Wylde (guitarra), Rob “Blasko” Nicholson (baixo), Tommy Clufetos (bateria) e Adam Wakeman (teclados), a meio daquela que, segundo o próprio Ozzy, será a sua última grande digressão mundial e se vai estender até 2020. É a ocasião perfeita para celebrar e recordar um dos mais importantes corpos de trabalho da música pesada.

Ozzy Osbourne: o peso de um mito

O pioneiro metálico dos anos 1970

A história dos Black Sabbath começou a ser escrita em 1968, por Tony Iommi, Bill Ward, Geezer Butler e Ozzy Osbourne. Na altura chamam-se Earth, mas acabaram por mudar para Black Sabbath, inspirados pelo filme de terror de Mario Bava, com Boris Karloff, e começaram a desenvolver um blues-rock arrastado, negro e pesado, que viria a servir de base ao que hoje chamamos metal. Ozzy cantou em todos os discos da banda nos anos 70 – do homónimo de 1970 a Never Say Die! (1978) – mas pouco depois começou a trilhar o próprio caminho, sozinho.

A estrela do hard rock dos anos 1980

Enquanto o som dos Black Sabbath continuava a evoluir e a crescer, com Ronnie James Dio no papel de vocalista, Ozzy começou uma carreira em nome próprio e, movido por uma miríade de químicos e acompanhado quase sempre por músicos tecnicamente prodigiosos, tornou-se uma estrela do rock. A sua voz, apesar de limitada, expandiu-se em mais direcções, enquanto o seu som se tornou mais luminoso e sinfónico, flirtando até com o glam numas quantas canções. Blizzard of Ozz, lançado logo em 1980, é o disco-chave desta fase.

Publicidade

O padrinho do metal dos anos 1990

Na sequência do álbum No More Tears (1991) e da primeira digressão No More Tours, logo a seguir, o cantor britânico anunciou que se ia reformar. Não durou muito tempo. Pouco depois voltou aos discos e sobretudo aos concertos. Em 1996 criou o Ozzfest, um festival itinerante que durante mais de uma década juntou Ozzy Osbourne – a solo ou com os Black Sabbath – a algumas das mais populares bandas de metal (e seus sucedâneos) de então. E, sem surpresas, tornou-se numa espécie de figura tutelar da música pesada, cimentando o seu legado.

A encenação do real nos anos 2000

Ozzy Osbourne tornou-se mais popular e mediático do que nunca durante os anos zero. Uma consequência natural do sucesso e natureza metodicamente transversal do Ozzfest? O reflexo do possível sucesso dos álbuns Down to Earth (2001) e Black Rain (2007)? Não e não. Entre 2002 e 2005 o seu sucesso deveu-se muito ao reality show The Osbournes, protagonizado pelo cantor, a sua mulher, Sharon, e os filhos Kelly e Jack. Reza a lenda que, na primeira temporada, foi a série mais vista de sempre na MTV.

Publicidade

O vulto de peso dos anos 2010

Hoje com 69 anos, Ozzy Osbourne é um nome maior do que o metal que ajudou a inventar. É um vulto que não precisa de fazer grande coisa para encher grandes salas. Ainda assim, na presente década, já cantou em tantos discos como na anterior. Em 2010 lançou, em nome próprio, Scream, e em 2013 pôs as cordas vocais ao serviço de 13, o seu primeiro álbum com os Black Sabbath desde Never Say Die!, em 1978. Está à altura do que veio antes? Não. Mas é um bom disco e inesperadamente coeso. Porque algumas lendas nunca morrem.

Música

  • Música

Passaram seis anos e ele nem deu por isso. O último disco de estúdio, Mútuo Consentimento, é de 2011, mas até chegar a este Nação Valente, Sérgio Godinho não parou de criar. É que se acaso pára, confessa, crescem-lhe borbulhas. Aos 72 anos, cresce o desassossego da escrita – lá para Setembro há novo romance – mas não se imagina sem criar música e sem lhe dar palco.

  • Música

“Vamos Comer Caetano”, cantava Adriana Calcanhotto em 1998 num banquete antropofágico em celebração a Caetano Veloso e ao furacão tropicalista. 20 anos depois, o tropicalismo continua a ter muito para revelar e ensinar. Este mês, Adriana Calcanhotto estreia um novo projecto que resulta de uma residência artística e da experiência como professora na Universidade de Coimbra. O espectáculo “A Mulher do Pau-Brasil” parte do Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924) de Oswald de Andrade, atravessa o tropicalismo e rumina as reverberações dessa estética na cultura pop brasileira.

Publicidade
  • Música

Três anos depois de True, The Legendary Tigerman está de volta aos discos. E de que maneira. Com Misfit, um álbum de rock and roll gravado em trio, com Paulo Segadães e João Cabrita, em Joshua Tree. E com Misfit Ballads, conjunto de baladas que não encaixavam em Misfit. E com o filme Fade Into Nothing, de Furtado, Rita Lino e Pedro Maia, história de estrada e diário de viagem ficcionado que acompanha a edição em CD de Misfit. E ainda há a banda sonora do filme, a editar mais perto do final do ano. Falámos sobre isto tudo com o músico português.

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade