Não é preciso estar “grosso” para apreciar um concerto grosso: “grosso” tem o significado, em italiano, de “grande” e a designação provém de nestas peças existir um diálogo constante entre um pequeno grupo de solistas (o concertino) e o conjunto da orquestra (o ripieno ou concerto grosso). Apesar de ao concertino caber o material mais floreado e virtuosístico, o seu protagonismo é relativamente modesto e episódico, ao contrário do que acontece no concerto para solista e orquestra, em que o solista é indiscutivelmente o foco das atenções durante a maior parte do tempo.
Os concerti grossi que floresceram durante o período barroco destinaram-se sobretudo a orquestras de cordas, sendo o concertino formado por dois violinos e um violoncelo, mas, num sentido mais lato, pode entender-se que alguns dos Concertos Brandemburgueses de Bach, com os seus jogos de contraste entre os solistas (que incluem instrumentos de sopro e cravo) e o ripieno, se enquadram no conceito de concerto grosso.
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