Super Bock Super Rock 2019
Manuel Manso

Super Bock Super Rock 2019: street style e o melhor do segundo dia

Com a casa a meio gás e a dispersão instalada, foi pela dança que a noite se salvou.

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Não é que o entusiasmo não existisse, que a energia de alguma forma tivesse desaparecido, ou que a apatia fosse ressonante. A prová-lo estiveram os Shame, que acenderam o palco principal com argumentos suficientes para ferver o sangue. Os The Twisted Connection que fizeram valer o regresso e Charlotte Gainsbourg que nos deu a oportunidade de existir perante um belo jogo de luzes que lhe vestiu a música.

Mas nem tudo vibrava com o mesmo entusiasmo quasi-adolescente que se vivia no primeiro dia. A programação apontada ao indie havia de levar à comunhão os crentes e os irremediáveis, consagrando Christine And The Queens como projecto a ter em conta e percebendo a importância de Capitão Fausto como religião. Foi aliás com o quintento que o Meco teve o seu primeiro vislumbre de multidão. Coros cantados a plenos pulmões, olhos apontados religiosamente ao palco e uma inexplicável sensação de que tudo ficaria bem.

O embalo sobrou para fazer de Phoenix a próxima bandeira de salvação. Com a tour em fecho, a banda encabeçada por Thomas Mars chegou ao palco Super Bock Super Rock sem acusar o desgaste e arrancou bater de pés (como não?) com extrema facilidade. Uma das boas notícias do dia. 

FKJ – ou French Kiwi Juice – a outra vida de Vincent Fenton, multi-instrumentista francês que em palco se desdobra continuamente foi o que se seguiu. Da guitarra ao baixo, dos loops de voz aos loops de piano, da suavidade à admiração pura, o concerto juntava caras e forçava sorrisos. Tudo isto ampliado pelos clássicos “Skyline”, “Tadow” ou “Lying Together”. O fim foi glorioso, em enchente, em aplausos e agradecimentos de parte a parte. Estava estendida a passadeira para o que se seguia num outro palco: Kaytranada.

O haitiano-canadiano que já viveu a pele como Kaytradamus chegou forte. Recebido por uma multidão eufórica, ainda extasiada pelo que, minutos antes, FKJ lhes havia deixado, pelos pratos de Kevin Celestin rodaram temas como “If”, “Be Your Girl”, “You’re The One” ou “At All”. E ele soube como os prender: não falhou passagens, não falhou timings, não falhou em nada. Bom, ou talvez tenha. Falhou na duração do live. Que se queria, depois de tantos anos de espera, interminável. 

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Época festivaleira

  • Música

Em 25 anos e tantas moradas diferentes, é no Meco que o Super Bock Super Rock parece ter encontrado definitivamente a sua essência. O entusiasmo geral com o regresso à Herdade do Cabeço da Flauta, apesar dos difíceis acessos, até fez esquecer que nas últimas quatro edições o festival aconteceu no Parque das Nações. 

  • Música

Os festivais de música estão para o Verão como a chuva está para o Inverno: sabe bem de vez em quando, e mesmo quem não gosta reconhece que faz falta. Ao contrário da chuva, no entanto, há cada vez mais e maiores festivais. E há para todos os gostos. Desde megaproduções, como o NOS Alive, a festivais um pouco mais pequenos mas ainda assim grandes, como o Super Bock Super Rock e o Vodafone Paredes de Coura, e eventos mais especializados como o Jazz em Agosto, o Festival Forte ou o FMM Sines. 

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