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Adamastor: vedação aprovada, mas pode ser provisória

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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A discussão esteve relativamente amena na reunião pública de Câmara que decorreu esta sexta-feira. O ponto de discórdia foi a vedação que irá rodear o miradouro, mas chegou-se a um meio termo.

Foi apenas no final do debate, antes das votações, que Fernando Medina acrescentou algumas alíneas à proposta inicial do executivo: "Esta é uma solução passível de ser transitória". O presidente da câmara abriu assim a porta a uma nova avaliação "no prazo de um ano, estimado após a conclusão das obras, em Julho de 2020".

A cronologia de acontecimentos é complexa (mas tem a papinha toda feita aqui) e esta sexta foi dia de pôr os pontos nos is no projecto de requalificação proposto pela Câmara Municipal de Lisboa. E a conversa, que demorou cerca de três horas, andou essencialmente à volta da vedação que irá rodear o Miradouro de Santa Catarina, mais conhecido como Adamastor, esse monstro tormentoso.

No final, o projecto de requalificação deste espaço público foi aprovado por maioria (com votos contra do BE e PCP) nos diversos pontos que foram a votos: a vedação, a videovigilância, a iluminação pública e a transferência da gestão da concessão do quiosque para a Junta de Freguesia da Misericórdia (JFM). Neste ponto, o CDS também discordou.

Mas antes houve debate. Teresa Leal Coelho, vereadora do PSD, remou contra a opinião dos restantes vereadores do seu partido. “Eu não acredito numa cidade com muros, não acredito numa cidade com vedações, não há nenhuma justificação para vedar um espaço da cidade de Lisboa”, defendeu, acrescentando que “não há espaços privados na cidade, sejam eles moradores dessa zona, ou não”.

Quando tomou da palavra, Ana Jara, vereadora do PCP, tocou num ponto sensível: "A prova que a solução não resolve o problema é que o miradouro está fechado há quase nove meses, a experiência empírica está realizada e a solução não resolve o problema. Porque mesmo tirando o miradouro do mapa, continuam a existir os mesmos problemas".

Na mesma frequência esteve Manuel Grilo, vereador do BE, quando disse não entender que "as barreiras resolvam o problema do ruído ou do tráfico de substâncias". "Se assim for, temos de colocar barreiras em muitos pontos da cidade onde há maiores problemas de tráfico e ruído."

Assunção Cristas, está de acordo quanto ao horário proposto pela junta (das 07.00 às 23.00), mas pede uma excepção para as "festas da cidade, de Verão ou de momentos particulares como as festas do ano novo".

Quanto a isso, o vereador Manuel Salgado defende que "o horário até pode variar consoante o horário que nasce o sol”. E avança: “A vedação que está projectada pode ser retirada a qualquer momento, não tem uma fundação em betão e durante o dia permite visibilidade para o exterior”, uma ideia que já tinha sido reforçada nesta reunião por José Sá Fernandes. "Reservo-me no direito de para o ano propor a retirada na vedação", disse o vereador. "Não quero dizer que vou fazer isso. Logo veremos."

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