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CoCasa
Gabriell Vieira

Esta casa colaborativa é um cowork de dia e um restaurante à noite

De dia é um cowork com café de especialidade e com um menu simples, à noite tem pop-ups de novas marcas de comida. A CoCasa fica na Bica e todos os dias tem uma programação diferente.

Escrito por
Inês Garcia
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Depois de anos de glória, o Oasis Backpacker’s Hostel, perto do Miradouro de Santa Catarina, na Bica, entrou em declínio. Culpa da Covid, o bicho mau dos nossos dias, mas também sinal dos tempos e da falta de manutenção. Mas a localização, o edifício com vários pisos e a esplanada convidativa mereciam recuperação. É assim que aparece a CoCasa, uma casa colaborativa erguida por um grupo de pessoas com backgrounds muito diferentes e vontade de criar um espaço onde todos podem trabalhar, comer bem, divertir-se e, no fundo, sentir-se em família.

“É um cowork descontraído durante o dia, com um menu simples e o café do Buna. Pagas a secretária e tens direito ao almoço, uma coisa mais básica e saudável. À noite o espaço transforma-se em restaurante, com cinco conceitos de comida diferentes. Cada dia há um”, explica Jackson, que chegou a trabalhar por um breve período no hostel, nos seus tempos áureos, e se mudou para Portugal vindo da Austrália no primeiro confinamento.

A entrada faz-se pela esplanada colorida e com luzinhas que se iluminam ao lusco-fusco. Subindo as escadas do edifício principal, o café de especialidade do Buna, que tem a casa-mãe na Rua dos Mastros, é o responsável por aromatizar o primeiro piso. É também aqui que se vê a lufa-lufa da cozinha, que à noite ganha mais ritmo, e que há as primeiras mesas de cowork, alugadas ao dia. No segundo piso, três outros quartos, com quatro mesas cada, para alugar ao mês (200€ a secretária, ou 250€ com secretária normal, uma secretária de pé e um plafond de 100€ para gastar em comida). 

CoCasa
Gabriell VieiraBonitas Burritos

Ainda estão a afinar os dias para cada conceito mas apresentamo-los já: o Beauty’s Burger e o Bonitas Burritos são obra de Elliot Jones, ex-chef do restaurante Crispy Mafya e que no Verão de 2020 já tinha tentado dar nova vida à esplanada deste espaço com o pop-up Tutti Frutti. Agora vira-se para o mundo plant-based com estes dois projectos, um de hambúrgueres grandes e gulosos, outro de burritos “ao estilo californiano”, ambos a funcionar de terça a sexta-feira. “Pode ser controverso porque eu não sou vegan, mas gosto de comer plant-based e de trabalhar estes ingredientes. O objectivo é ensinar as pessoas a comerem menos carne e a fazerem escolhas”, diz.

Continuando nas opções vegan, às sextas, entre as 17.00 e as 22.30, entram em palco Nico e a sua sanduíche Kendrick, um kebab feito com raiz de aipo marinada durante toda a noite e servido em pão pita caseiro, feito especialmente para este projecto pela mão de Ricardo Gonçalves da Slow Sourdough&Co. Leva molho à escolha, entre harissa, salsa verde ou satay (6€) e só há 20 sanduíches a cada sexta. 

Ainda sem dia definido, está o Oyster Point, com ostras portuguesas fresquinhas, crab rolls, kombucha caseira e Aperol Spritz; e o Basic Pizza, responsável por pizzas napolitanas caseiras. 

Além destes conceitos que vão funcionar em dias fixos, há outros pop-ups já com data marcada, como o Hungy4Pasta, um projecto de italianos de massa fresca caseira que tomará de assalto a cozinha todas as segundas-feiras à noite, ou o brunch turco todos os domingos.

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Gabriell VieiraSanduíche Kendrick

“Queremos fazer muita coisa este Verão, incluindo uma espécie de mini festivais de street food”, adianta Elliott. “Todas as noites haverá um evento diferente, seja música ao vivo, um workshop sobre fermentados, uma prova de vinhos, uma noite de poesia”, acrescenta Jackson. 

No último piso do edifício, onde antes existiam beliches, está agora um espaço amplo com uma varandinha com vista para o rio, onde vão acontecer aulas de yoga ou sessões de cinema. Na sala contígua, vai nascer uma espécie de centro de wellness, com massagens e acupunctura uma vez por semana (sob marcação). “Só pufes, um difusor, tecnologia é proibida. É para descomprimir, relaxar totalmente”, explica Jackson, que nos guia pelos pisos e corredores desta CoCasa.

Na cave, com entrada pela rua lateral, instalou-se a Janvier Plants, a loja de Noemie e Claire com plantas de interior e exterior, vindas de produtores ambientalmente responsáveis de França e que espalharam também verduras pelo edifício. E é também neste piso que em breve nascerá um estúdio de rádio, que será possível alugar para podcasts por exemplo. 

Em resumo: nesta casa colaborativa terá sempre alguma coisa para fazer, comer, beber. É só estar atento às redes sociais, onde comunicam tudo o que se vai passar, a cada dia.

Rua de Santa Catarina, 20 (Bica). 

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