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Francisco Romão Pereira

Miguel Rocha Vieira sai do Anfíbio e Olivier entra no negócio

O chef regressou a Portugal para assumir o projecto da Doca da Marinha, mas o grupo Lean Man decidiu afastá-lo. Olivier apresentará novo conceito para o restaurante, que está aberto há menos de um ano. O investimento total rondou os 3,5 milhões de euros.

Cláudia Lima Carvalho
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Cláudia Lima Carvalho
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Miguel Rocha Vieira só fica na Doca da Marinha até ao final do ano. Surpreendido pela decisão, o chef tinha-se mudado da Hungria, onde tinha duas estrelas Michelin no Costes e do Costes Downtown, para chefiar o Anfíbio, num projecto que além deste restaurante incluía três quiosques ali ao lado. Os resultados, porém, terão ficado aquém dos desejados e previstos pelo grupo Lean Man, liderado por Bernardo Delgado (também proprietário dos quiosques Banana Café), que optou por procurar um parceiro para o negócio.

Olivier da Costa é o homem que se segue, confirmou a Time Out junto de várias fontes, depois dos zunzuns que começaram a correr no meio gastronómico há dias. De um lado e do outro, procura-se guardar a informação, até porque ainda não estão todos os detalhes acertados, e nem Bernardo Delgado nem Olivier da Costa quiseram falar. Miguel Rocha Vieira, por seu lado, confirmou apenas a saída, sem adiantar mais detalhes. 

O que está a ser planeado não é um novo Guilty, um Seen ou um Yakuza. Para o Anfíbio, Olivier está a preparar um novo conceito, que ainda não está fechado, à semelhança do que fez quando comprou o histórico XL – hoje XXL – a Vasco Gallego. À beira-rio, o empresário estará decido a apostar numa carta de peixe e marisco. De fora da sua alçada ficam os três quiosques, que têm cartas desenhadas por Miguel Rocha Vieira, e o espaço de eventos, também ainda longe do que se pretendia para ali – os Santos no Tejo, na época dos Santos Populares, foram até agora o maior evento; chegaram a ser anunciados um festival gastronómico, dedicado aos pescadores e focado no peixe e marisco, e um mercado de Inverno, que não ocorreram.

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Arlei Lima

Foi pouco antes do Verão que o Anfíbio abriu portas, ao lado da Estação Sul e Sueste, num edifício assinado por Carrilho da Graça, depois de uma obra que acabou por demorar muito mais tempo do que o previsto. Os quiosques abriram meses antes e de forma faseada. 

Em Janeiro, aquando da apresentação oficial do projecto, que contou com a participação do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, Bernardo Delgado expressava o desejo de dinamizar “de forma disruptiva e surpreendente” esta renovada zona ribeirinha. “Vai revolucionar hábitos”, defendeu, então, o CEO da Lean Man, que ganhou o concurso lançado pela Associação do Turismo de Lisboa para explorar a concessão terrestre da Doca da Marinha com um investimento na ordem dos 3,5 milhões de euros. A concessão é por 15 anos.

Meses antes, Miguel Rocha Vieira apresentava-nos a mesma visão, antecipando os desafios. “É engraçado porque estamos a falar de uma área no centro de Lisboa que muitas pessoas não conhecem, nem os lisboetas, e, a meu ver, tem um potencial gigante. Temos um livro grande em branco nas mãos e podemos contar a história que quisermos”, deslindava. “As pessoas agora forçosamente vêm da Baixa, chegam à Praça do Comércio e viram à direita. Não tenho dúvidas que a partir do momento em que haja barulho a vir daqui, começam a passar para aqui também”, defendia ainda o chef, antecipando que seria sempre preciso tempo para que o projecto se conseguisse afirmar na cidade. 

Menos de um ano depois a funcionar, o Anfíbio segue outro rumo.

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