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Marta PinaNídia

O 25 de Abril dá o mote para pensar nos Futuros da Liberdade na Ajuda

Maria Teresa de Horta, Antonio Onio, Nídia, Lena d'Água e Benjamim, entre outros artistas, cruzam-se na segunda edição do festival, entre quinta-feira, 18, e domingo, 21.

Luís Filipe Rodrigues
Escrito por
Luís Filipe Rodrigues
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“Nunca foi tão importante celebrar o 25 de Abril como é hoje.” A frase tem sido repetida como um mantra ao longo dos últimos meses, ganhando maior intensidade à medida que as semanas se sucedem e as conquistas da revolução parecem cada vez mais ameaçadas. Quem a diz desta vez, numa tarde quente no Jardim da Parada, é Joana Krämer Horta, que pelo segundo ano consecutivo organiza o festival Futuros da Liberdade com Sofia Montanha e Henrique Loja, da Supermala.

O programa desenrola-se em vários pontos do bairro da Ajuda entre esta quinta-feira, 18, e domingo, 21. Mas materializou-se pela primeira vez entre 27 e 29 de Abril do ano passado, entre a Rua das Gaivotas 6, que Joana programava na altura, e a galeria de Sofia e Henrique, a Mala. “Foi um evento piloto para que depois um festival pudesse crescer”, descreve agora Joana. “A partir daí foi possível fazermos a candidatura ao [programa] Arte pela Democracia, da DGARTES, e acabámos por ganhar esse apoio”, continua. “Este ano estamos com outra solidez.” E com um alinhamento mais extenso.

Apesar de integrar as comemorações oficiais dos 50 anos do 25 de Abril e da democracia, o programa proposto por Joana Krämer Horta e a associação tenta evitar a armadilha da nostalgia. “Como diz o nome, a ideia é criarmos novos diálogos, novas formas de pensar sobre as liberdades”, desenvolve a programadora. “É importante olharmos para o passado, tratarmos no presente, para podermos encarar o futuro com vontade de desbravar caminho. Por outras palavras, relembrar alguns valores do 25 de Abril e entendermos como é que podemos continuar a praticá-los”.

Um programa para a comunidade. E com a comunidade

O pontapé inicial é dado na galeria Mala, pelas 17.00 de quinta-feira, 18, altura em que se inaugura uma nova exposição individual de Mauro Cerqueira. O festival continua depois na Oficina das Artes, também na Ajuda. Das 15.00 às 18.00, o coreógrafo António Onio promove um workshop, seguido a partir das 19.00 por uma conversa entre Carla Filipe, Teresa Coutinho e, talvez, Maria Teresa Horta. “Estamos a cruzar os dedos”, assume a co-organizadora. “A Teresa [Coutinho] vai ler um poema [da Maria Teresa Horta]. Portanto, ela estará sempre presente de alguma forma. Mas ainda estamos a perceber se ela se pode juntar a nós por questões também de saúde e de disponibilidade.”

Para sábado, 20, estão programados dois momentos. “O primeiro vai sai ser no Jardim das Damas, que é maravilhoso, mesmo atrás do Palácio da Ajuda. As pessoas conhecem o outro Jardim da Ajuda, o Botânico, o maior. Mas mesmo ao lado há este do Jardim das Damas, mais íntimo. Vamos ter uma cachupa e um momento de convívio lá, seguido de uma leitura de poesia [revolucionária] pela Gisela Casimiro e o André Tecedeiro.” A tarde termina com a música ambiental e exploratória de Polido, um dos mais destacados compositores do género em Portugal, a partir das 18.00 

Depois de uma pausa para jantar, mais música. Desta feita no Pavilhão Multiusos da Ajuda. As portas abrem às 21.00 para o único momento do programa sem entrada livre: um concerto de Lena D'Água, cantora histórica da música produzida em Portugal a partir da segunda metade da década de 1970, em duo com o cantor/compositor Benjamim, que acaba de editar o álbum As Berlengas. Os bilhetes custam 10€ e dão também acesso ao set de Nídia, produtora-estrela da batida de Lisboa.

O último capítulo dos Futuros da Liberdade, em 2024, escreve-se no Mercado da Ajuda, e combina a música do Grupo de Cante Alentejano da Junta de Freguesia da Ajuda com uma performance de Lara Dâmaso. “A Junta de Freguesia da Ajuda foi o nossa grande parceira, abrindo os espaços do bairro para nós.” Quiseram, por isso, “trabalhar com a comunidade e para a comunidade”, de acordo com Joana“E trazer aquilo que já existe e que está a acontecer no bairro da Ajuda para o festival. Também alguma tradição, mas em diálogo de interacção com esta bailarina que é a Lara Dâmaso.

Vários locais (Ajuda). 18-21 Abr (Qui-Dom). Entrada livre (excepto no sábado à noite)

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