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As eternas obras de Santa Engrácia
Museu da Cidade

O Pátio das Antigas: As eternas obras de Santa Engrácia

Quase três séculos. Foi o tempo que durou a construir a Igreja de Santa Engrácia, entre 1682 e 1966. A expressão “obras de Santa Engrácia”, para designar algo que nunca mais é acabado, entrou para o discurso dos lisboetas, para as anedotas e para as revistas do Parque Mayer.

Escrito por
Eurico de Barros
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A Igreja de Santa Engrácia – Panteão Nacional, foi erguida no local de uma outra, construída em 1568 por determinação da Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I, para receber o relicário da virgem mártir Engrácia de Saragoça, e para assinalar a criação da freguesia com o mesmo nome. Esta igreja, que por sua vez ocupava o local de outra datada do século XII, foi muito danificada por um temporal em 1681. As obras para a sua construção iniciaram-se logo nos anos seguintes, mas só quase três séculos depois, em 1966, foram terminadas. 

Antes disso, no século XIX, o local chegou a servir de armazém de armamento do Exército e lá esteve também instalada uma fábrica de sapatos. Em 1910, foi-lhe atribuído o estatuto de monumento nacional, e em 1916, ainda estava o templo incompleto, dada a função de Panteão Nacional. Finalmente, as obras de conclusão do edifício decorreram entre 1962 e 1966. Entretanto, a expressão “obras de Santa Engrácia” popularizou-se entre os alfacinhas, para designar algo que demora muito tempo a concluir, ou que nunca mais é acabado, e passou também para as anedotas e para as revistas do Parque Mayer. Ficou conhecido, numa delas, datada do início dos anos 60, um quadro satírico da burocracia e da lentidão da função pública, em que um lisboeta, interpretado por Henrique Santana, entra numa repartição para pedir um documento. Fica lá à espera durante longo tempo, e atreve-se finalmente a ir perguntar a um funcionário quando é que o papel fica pronto. A resposta é: “Lá para depois do fim das obras de Santa Engrácia”.

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