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O Pátio das Antigas: Cinema de autor, ‘Blade Runner’ e pornografia

O Cinebolso ficou para sempre ligado aos filmes para adultos, mas começou como cinema dedicado a obras de autor, estreou ‘Blade Runner’, exibiu Monty Python e mudou de nome duas vezes.

Escrito por
Eurico de Barros
Cinebolso
DR
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O nome Cinebolso evoca na maioria das pessoas uma sala de cinema exclusivamente ligada à exibição de filmes pornográficos, e que foi, durante muitos anos, a única de Lisboa especializada neste tipo de produções, e a última delas a encerrar. Mas quando abriu, em 1975, com A Salamandra, de Alain Tanner, o Cinebolso era uma sala-estúdio vocacionada para os filmes de autor, que inovou ao programar sessões à hora do almoço, não ter lugares marcados, só começar a vender bilhetes meia hora antes de cada sessão e apresentar sessões especiais aos sábados e domingos, estas para crianças.

No início de 1976, o Cinebolso começou a exibir só filmes pornográficos. Em Fevereiro de 1983, sob nova gerência, a mesma do Quarteto, foi rebaptizado Quinteto, com uma programação em linha com a daquele, tendo lá sido a estreia, juntamente com o Castil, de Blade Runner – Perigo Iminente, de Ridley Scott. E na Páscoa ficaram célebres as sessões “blasfemas” da meia-noite com A Vida de Brian, dos Monty Python. No final de 1985, entrou nova gerência e o cinema mudou outra vez de nome, para N’Gola, mantendo no entanto uma programação de qualidade. No Verão de 1986, a sala voltou a ser Cinebolso e os filmes para adultos regressaram para ficar, até ao seu recente encerramento.

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