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Se tem viagem marcada para a Tailândia e contava passar algum tempo a fazer amizade com a Mary Jane, temos más notícias. A canábis medicinal foi legalizada na Tailândia em 2018 e, em 2022, o consumo recreativo acabou por ser totalmente descriminalizado. Desde então, o país assistiu a um verdadeiro boom do turismo da canábis. Agora, no entanto, isso pode estar a chegar ao fim.
Esta semana entraram em vigor novas regras que obrigam os clientes a apresentar receita médica para comprar canábis, e segundo a CNN, o governo quer mesmo voltar a classificá-la como substância narcótica.
Após a descriminalização em 2022, o governo não conseguiu implementar planos eficazes para regular o sector, o que abriu um vazio legal e fez disparar o consumo recreativo, resultando nesta nova mudança nas regras de consumo.
Por toda a Tailândia existem agora milhares de dispensários, cafés de canábis, spas de cânhamo, espaços que oferecem tratamentos de beleza e até festivais dedicados à planta. Mas cresceram também as preocupações sobre o impacto social desta disponibilidade generalizada, como o consumo por parte de menores e o aumento da dependência.
O contrabando também disparou: entre Outubro de 2024 e Março de 2025, mais de 800 traficantes foram detidos e foram apreendidas nove toneladas de canábis, de acordo com o governo britânico.
“Queremos dizer aos turistas que são bem-vindos para desfrutar da cultura e da natureza da Tailândia – mas o país não deve ser visto como um destino para o consumo recreativo de canábis”, afirmou o ministro da Saúde Pública, Somsak Thepsutin.
As novas regras determinam que as lojas licenciadas só podem vender canábis a clientes com receita médica (por exemplo, para náuseas causadas por quimioterapia, epilepsia resistente a medicamentos ou dores nervosas). Estes estabelecimentos terão também de manter registos detalhados das vendas e serão alvo de inspecções regulares. Quem não cumprir arrisca uma multa de 620 dólares (com planos para aumentar consideravelmente este valor) ou até um ano de prisão.

Os produtores e agricultores também vão ficar sujeitos a regulamentação apertada, e a venda através de máquinas automáticas ou qualquer forma de publicidade comercial será proibida.
Mas muitos negócios temem seriamente o impacto que estas medidas terão no seu sustento. A Tailândia tem 18.000 lojas licenciadas de canábis, e um relatório do Ministério do Comércio previa que o sector valesse 1,2 mil milhões de dólares até 2025.
“É uma pena – a Tailândia foi um dos primeiros países do mundo a reconhecer os benefícios da canábis e a legalizá-la. Mas depois da legalização, os responsáveis nunca deram seguimento”, disse Ake Khattiyadamrong, proprietário de uma loja de canábis na província de Chonburi. “Nunca houve um esforço real para educar o público. E os regulamentos ministeriais que saíram também não foram aplicados a sério.”
Ake acrescentou que a obrigatoriedade de receita médica não vai impedir que as pessoas comprem canábis para uso recreativo, pois vão simplesmente arranjar maneira de obter os documentos necessários.
Ainda assim, o Ministério da Saúde defende que esta decisão é para o melhor. “As receitas podem descer no início, mas tendo em conta os danos sociais causados pelo consumo não regulado, esta mudança é necessária… os negócios responsáveis e cumpridores da lei continuarão estáveis e em funcionamento.”
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