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Tem um talento burlesco escondido? Há casting no Maxime

Renata Lima Lobo
Escrito por
Renata Lima Lobo
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Está a caminho um casting para a nova temporada do Maxime Cabaret Show. Sentámo-nos à conversa com as duas mulheres que vão liderar o júri do Maxime Hotel, aqui fotografadas em modo diva.

Até 5 de Setembro, o Maxime Hotel está a receber portefólios das mais variadas áreas artísticas que compõem os espectáculos de cabaret. A nova temporada vai arrancar com novos talentos, mas os candidatos têm de levar consigo uma experiência mínima de dois anos na arte performativa e apresentar um número no casting que se avizinha. Será liderado a 11 de Setembro por Sandra Silva, directora do hotel, e Vanity Redfire, fundadora do colectivo de artistas Voix de Ville, que faz a produção dos espectáculos do Maxime. Um júri que já se encontra a pré-seleccionar candidatos em áreas tão distintas como a comédia, o mentalismo, o malabarismo, o burlesco, o can can ou o drag. Este casting servirá para aumentar o leque de artistas da casa e a qualidade dos espectáculos.

“Só queremos números finalizados, de profissionais da área. O teatro de variedades num cabaret é individual, o performer é responsável por toda a sua actuação”, adereços e guarda-roupa incluídos, explica Vanity Redfire, o alter ego de Jaya Girão, um bom exemplo a seguir: tem 27 números preparados, todos diferentes. “Esta área é muito exigente e para nós foi uma maravilha abrir este hotel. Estamos a ter a oportunidade de viver o passado”, continua. E revela um dos números que vai apresentar na nova temporada: “The Lady is a Tramp”, tema estreado no filme musical Baby in Arms (1939), com Mickey Rooney e Judy Garland. “A ideia surgiu quando a minha chefe [Sandra] me disse ‘you’re a fucking lady’. “Não contextualizaste”, reclama Sandra, explicando que foi depois de Vanity Redfire beber uma garrafa de água de uma golada só. “A minha persona é muito over the top”, diz a artista que decidiu assim fazer um número sobre o excesso. “O cabaret é a celebração da diversidade humana e da beleza que o mundo pode ter. E tipicamente o artista não tem uma vida fácil. O ‘The Lady is a Tramp’ é uma ode a isso”.

Dignificar o espectáculo e respeitar os artistas é um dos objectivos do Maxime, que já se encontra na rota mundial dos cabarets. Todos os meses recebem artistas internacionais (pagam as viagens e os convidados ficam instalados no próprio hotel, cheio de divertidos quartos temáticos) e figuras icónicas do cabaret como Kitty Kitty Bang Bang (nº 10 do top mundial do burlesco. Sim, há um ranking), Betsy Rose (nº 12, que vai ao Maxime a 12 de Outubro) ou a noir drag queen Joe Black, que não está num ranking, mas está no topo. “Há artistas maravilhosos que não estão nos rankings”, explica Vanity Redfire, que acrescenta: “O Maxime é um refazer de um dos cabarets mais famosos da Europa em 1949. Eles tiveram a preocupação de contratar reais artistas de cabaret, pessoas que vivem disto. E é maravilhoso poder estar com a Sandra e refazer a história de um sítio tão importante na cena cultural de Lisboa. Estamos a tentar devolver a glória ao Maxime, sempre com um espectáculo de grande rotatividade com estrelas internacionais.”

E porque um espectáculo de variedades se quer sempre diferente, a partir de 20 de Setembro regressa o jantar-espectáculo, com um novo chef ainda por revelar (Luca Bordino sai de cena) e um novo menu.

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