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Gabriell Vieira

Cinco pratos para comer no Provincia, o novo restaurante Non Basta

Novo restaurante do grupo Non Basta mantém a matriz italiana mas tem uma carta que alarga horizontes.

Escrito por
Inês Garcia
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Não bastavam três, e por isso o grupo Non Basta lançou-se num novo projecto e abriu uma Provincia nas Avenidas Novas, para ir ao campo sem sair da cidade – continuam no campeonato da comida italiana que já tão bem conhecem, mas elevando a experiência gastronómica, alargando horizontes e estreitando a ligação à horta biológica própria do grupo (uma senhora horta de três hectares em Oeiras).

O restaurante estava previsto para o primeiro trimestre de 2020 mas, tal como tudo este ano, a abertura foi adiada, o que deu para ficar a maturar um pouco mais a ideia, sempre com a matéria-prima nacional como base. É um “ponto de viragem na história do grupo”, garantem, explicando que “a matriz italiana continua presente mas há agora uma maior liberdade para deixar de lado o livro de receitas tradicionais”.

Começamos pelo espaço: um antigo café transformado pela arquitecta Inês Moura, também responsável pelo projecto de interiores do Memoria, em Campo de Ourique. Este tem duas zonas, divididas por um imponente bar, mistura mármore e madeira e tem uns candeeiros vermelhos estilo cabaré a servir como ponto de cor. A juntar o mundo rural à cidade, como é toda a premissa do restaurante que até trouxe os animais da quinta para o interior da sala para fotografar a campanha de lançamento, há terrinas, livros antigos, garrafas de cristal ou azulejos desenhados à mão. 

É neste bar central, logo à entrada do restaurante, que pode começar a refeição e perceber que aqui há mais do que as pizzas e as massas boas da casa – comece então pelas ostras do Sado e por um dos cocktails de autor, todos os meses com propostas novas consoante o sabor do mês (em Novembro foi a vez da romã, em Dezembro é a pêra).

Já na mesa e devidamente apetrechado com o cesto de focaccias caseiras (6€), uma delas recheada, pode pedir coração de burrata cremoso (7€) ou o culatello (9€) para acompanhar. A carta divide-se então em entradas, onde encontra barriga de atum com bottarga e gremolata (18€), lula dos Açores com tomate marinado e agliata de pistácio (16€), bivalves (amêijoa, berbigão e lingueirão) abertos na grelha com alho e malagueta (14€) ou a beterraba e taleggio no forno a lenha (9€). Só neste primeiro capítulo percebe-se a viagem onde o Provincia nos leva, diferente dos Pasta Non Basta (São Sebastião e Alvalade) e mesmo do Memoria (Campo de Ourique), com mais criatividade na hora de apresentar pratos italianos.

Entre os pratos principais destacam-se as massas frescas caseiras, elaboradas diariamente na cozinha do restaurante. Há um linguine com tártaro de barriga de atum marinada e bottarga (20€), uns ravioli verdes com aipo, mascarpone e cogumelos (14€), o famoso tagliolini que acompanha a marca Non Basta com trufa e gema de ovo confitada (18€) ou um mais complexo gnocchi com rabo de boi assado no forno a lenha, daqueles que se desfazem à primeira colherada (17€). Há também um único prato de arroz, o malandro de bivalves (14€).

Se for à procura de pizza, tem cinco opções, incluindo a Provincia, com molho de tomate com a pasta picante nduja, mozzarella fior di latte, salame picante, cebola assada e manjericão (14€) ou a cogumelos e trufa, com mozzarella fior di latte, taleggio, cogumelos silvestres e trufa (16€).

Mas a ementa não se esgota nas massas ou nas pizzas e tem também pratos no fogo, como o chuletón galego para três pessoas (75€, com três acompanhamentos à escolha) ou os abanicos de porco preto de Estremoz (12€). 

Para sobremesa, o incontornável tiramisú, servido do tabuleiro, tinha de estar na carta (6€), mas tem opções mais criativas como o granizado com lemon curd, geleia de citrinos e limoncello (5€), o zabaione gratinado com frutos vermelhos, citrinos, crumble de amêndoa e sorbet de tangerina (8€) ou o profiterole gigante com creme de praliné de avelã, gelado de baunilha e chocolate quente (6€). 

No bar, além dos cocktails de autor, há mais de 40 referências de tintos, brancos, rosés e espumantes, com predominância portuguesa e italiana, incluindo opções biológicas e não filtradas.

Avenida da República, 48B (Avenidas Novas). Seg-Sex 12.00-15.00, 18.00-22.30 (os horários estão sujeitos a alterações, conforme as regras do Governo). 

Recomendado: Rebentos da quarentena: os novos projectos gastronómicos

Cinco pratos para comer no Provincia

Bivalves abertos na grelha
Gabriell Vieira

Bivalves abertos na grelha

Uma caçarola chega a mesa com o que poderiam ser amêijoas à Bulhão Pato, mas aqui há o toque italiano, pois claro. Lingueirão, berbigão e amêijoas são salteados com alho e malagueta. Peça a focaccia para ir atacando o molhinho.

14€

Lula dos Açores, tomate marinado, pistácio
DR/Provincia

Lula dos Açores, tomate marinado, pistácio

Outra entrada que mostra a criatividade deste menu. Lula dos Açores com tomate marinado e agliata de pistácio. 

16€

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Linguine com tártaro de barriga de atum
Gabriell Vieira

Linguine com tártaro de barriga de atum

Inicialmente chamaram-lhe "carbonara", assim, com aspas. Mas depois de umas semanas de operação, resolveram pegar a massa pelo nome e dizer exactamente o que é: um linguine, fresco, feito na casa, com tártaro de barriga de atum marinada e bottarga. Por ter o tártaro, é servida a uma temperatura ambiente.

20€

Ravioli verdes
DR/Provincia

Ravioli verdes

No campeonato das massas há ainda umas recheadas, com aipo, mascarpone e cogumelos. A comida de conforto de que muitas vezes precisamos.

14€

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Gnocchi com rabo de boi
DR/Provincia

Gnocchi com rabo de boi

Este é daqueles pratos que enche o olho e o estômago. Em bom. Numa cama de gnocchi saborosos, está o rabo de boi assado no forno a lenha, daqueles que se desfazem à primeira colherada.

17€

Comer em tempo de Covid

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Tenho comido algumas massas com anchovas, mas nenhuma se comparou à deste A’paranza. A pasta é dura, bem mais do que o al dente tuga, dura mesmo, dura de Nápoles, região de origem dos donos. E o molho de anchovas e tomate cereja tem o balanço perfeito de gordura e doce, tudo envolvido já na mesa em burrata, uma decadência cremosa e escorregadia como o soalho do ClubJenna, uma das melhores coisas que podemos comer nesta cidade por 12 euros.

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Uma coisa que aprendemos quando somos uma família é que não se devem fazer comparações entre irmãos. Outra coisa que aprendemos é que toda a gente faz. Há alguns irmãos na restauração lisboeta. E, portanto, algumas comparações que não se devem fazer. Uma delas: não devemos dizer que o Prado está no quadro de honra e que o Prado Mercearia não; que o Prado é um restaurante trendy, com entrada nos guias Wallpaper e cinco estrelas na Time Out; e que o Prado Mercearia permanece uma lojinha ali ao lado. Mas dizemos. Mas dizíamos.

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