É impossível falar de dieta mediterrânica sem pensar em azeite, uma gordura que não necessita de processos químicos de refinação e que, sendo desde há muito um grande cartão de visita do Alentejo, está a tornar-se uma marca do Algarve. Muito por causa do Monterosa, o azeite de Moncarapacho, perto de Olhão. A D’Olival vende, entre outras, as variedades Cobrançosa e Verdeal (11€), assim como o azeite da Herdade do Vale de Arca, perto de Alcácer do Sal (14,50€). Para além de dar a volta ao país em azeites, esta loja da Rua do Poço dos Negros vende tudo o que está relacionado com ele. Há aqui azeitonas pretas galegas, da Campos Santos, do Algarve (3,50€) ou ervas da Be Aromatic, de Évora (5€), para substituir o sal, como na melhor gastronomia alentejana.
Muitos vegetais, carne só em dias de festa, sem gorduras refinadas por processos químicos, muito sabor e criatividade. Podíamos estar a falar de um qualquer tipo de alimentação que saltou agora para a moda, mas esta é afinal uma dieta antiga, fundada e construída por gente pobre e que foi em 2013 considerada Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela UNESCO.
Agora a pesquisa que levou à distinção da dieta mediterrânica passa para o território com roteiros organizados e divulgados pelo MEDFEST, um projecto nacional da In Loco, uma associação algarvia para o desenvolvimento local, co-financiado pela União Europeia. Prometem-se outros trajectos pela bacia mediterrânica desenhados por outras entidades e um festival em Tavira, em Setembro.
Para já, há o primeiro roteiro, que tem como embaixador o chef Vítor Sobral: de Lisboa a Tavira, passa por Arraiolos, Estremoz, Reguengos de Monsaraz, Alqueva, Castro Verde e Mértola, com sugestão de paragens ligadas à cultura gastronómica em todos eles – em breve disponíveis numa aplicação.
Para se preparar antes de rumar a sul, damos-lhe um elenco para explorar esta dieta sem sair de Lisboa.