Se fizermos uma viagem no tempo, na Grécia Antiga já se falava da importância do sympósion: um ritual em que se comia, bebia e pensava junto. Não era um simples jantar, era uma experiência filosófica, sensual e profundamente social. Embora os gregos ainda não falassem em “harmonização” no sentido moderno da palavra, já sabiam que o contexto, o ritmo, os sentidos e até a companhia influenciam – e muito – a experiência à mesa.
Na hora de harmonizar vinho e comida, há dois caminhos clássicos que costumo seguir: o da semelhança e o do contraste. A semelhança é quando juntamos o que vibra na mesma frequência, ou seja, um prato delicado com um vinho igualmente subtil, ou um prato untuoso com um branco de boa cremosidade, por exemplo. Já o contraste é quando criamos tensão e equilíbrio: a acidez do vinho que corta a gordura do prato, o tanino que se rende à proteína, ou o açúcar que doma o picante. Um joga com o outro (ou contra o outro). O importante é que, no fim, eles dancem bem juntos na nossa boca.
Se a Grécia nos ensinou que comer e beber é também pensar, sentir e partilhar, então chegou a hora de partilhar. Aqui vão três combinações para abrir o apetite e aguçar a sua curiosidade.
Ah, e com sugestões vegetarianas incluídas, porque prazer à mesa também é saber acolher diferentes escolhas e paladares.
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