A Time Out na sua caixa de entrada

Procurar
Vinho do Mar, por Atelier Rita Rivotti
©DRVinho do Mar, por Atelier Rita Rivotti

Os olhos também bebem

Há garrafas de vinho que parecem verdadeiras obras de arte. Destacamos quatro.

Escrito por
Mariana Lopes
Publicidade

Quer seja pelo prazer de ter uma garrafa bonita na mesa, ou pelo peso que o subconsciente tem no acto de escolher um vinho, os produtores preocupam-se cada vez mais com a estética, a imagem do rótulo e o packaging. Há, inclusive, criações e garrafas portuguesas a receber prémios internacionais de design, como as garrafas do branco 3 Barricas Arinto, desenhada pela M&A Creative Agency, ou do Vinho do Mar, pelo Atelier Rita Rivotti. Aqui ficam alguns projectos recentes – e bonitos.

Recomendado: Os melhores bares de vinho em Lisboa

As Velhas, por Maria Seruya
©DR

As Velhas, por Maria Seruya

Vinho, mulheres e envelhecimento são os temas que se cruzam nos rótulos do vinho As Velhas Reserva tinto. Morais Rocha é o produtor alentejano e Maria Seruya a artista cascaense autora das pinturas que o decoram, que fazem parte do seu projecto “Velhas Bonitonas – The Power of Old Ladies”. Diz Ana Rocha, directora-geral da empresa produtora da Vidigueira, que este vinho “tem a missão de criar uma experiência de celebração da vida, e desafiar a um brinde em honra da passagem do tempo, a aceitarmos o que passou, a ter esperança no tempo que ainda há-de vir, e a desfrutar do presente”. Maria Seruya, a artista motivacional que se dedica a retratar o envelhecimento feminino com atitude, inspira mulheres através de intervenções multidisciplinares e artísticas. Ainda não há registo de prémios para este projecto, mas os rótulos impactantes merecem já um brinde.

Esporão Reserva, por Jorge Queiroz
©DR

Esporão Reserva, por Jorge Queiroz

Todos os anos, o Esporão convida um artista para personalizar o rótulo de uma nova colheita dos vinhos Esporão Reserva e Esporão Private Selection. Jorge Queiroz, que passou pelo Centro de Arte & Comunicação Visual Ar.Co, em Lisboa, pelo Royal College of Art, em Londres, e pela School of Visual Arts, em Nova Iorque, foi o autor da ilustração do Reserva branco de 2020. “Isto de desenhar um rótulo é algo que projecta o nosso trabalho numa outra dimensão. Como é que se passa um desenho que já se sabe que vai prestar aquele propósito? Um projecto que levei como um exercício desafiante”, confessa. O rótulo é uma de seis ilustrações pertencentes a uma única obra e apresenta Dionísio (o deus do vinho na mitologia grega) ao centro, rodeado por imagens que representam o processo de vinificação. Arte que se bebe, portanto.

Publicidade
Vinho do Mar, por Atelier Rita Rivotti
©DR

Vinho do Mar, por Atelier Rita Rivotti

1300 garrafas estagiaram durante 10 meses em alto mar, junto à costa alentejana. Quando regressou a terra, o Vinho do Mar, do Monte da Carochinha (produtor da Península de Setúbal), trazia esculpido em si um rótulo da autoria do próprio oceano: a água tinha criado desenhos únicos em cada garrafa, através de organismos que se foram incrustando e que, segundo Rita Rivotti – líder do atelier lisboeta de design e de criação de marcas de vinho e azeite com o mesmo nome – “acabaram por criar relevos e uma riquíssima paleta de cores”. Aos autores do projecto coube não estragar a obra da mãe natureza. Este trabalho original conquistou o prémio Platina na categoria “Bebidas” no prestigiado concurso internacional de design de embalagens Pentawards – a mais alta distinção de sempre para Portugal nesta competição.

3 Barricas, por M&A Creative Agency
©DR

3 Barricas, por M&A Creative Agency

A amizade pode ser inspiradora. Que o diga Luís Marques, CEO e coordenador de projectos da M&A Creative Agency, a quem bastou a origem do branco 3 Barricas Arinto, contada pelo produtor bairradino Casa do Canto, para desenvolver o seu rótulo. Três amigos enófilos juntaram-se na adega, e cada um decidiu ficar com uma barrica. Quando as juntaram, nasceu este vinho. “A ideia de colocar simplesmente um 3 na garrafa prendeu-se com a simplicidade e genuinidade desta amizade”, explica. O “3” é de latão com tratamento de cobre – latão em alusão à cinta metálica que liga as aduelas das barricas – e foi resultado de um processo exigente e de uma decisão arrojada. “A barrica não existe sem estas peças, que a tornam sólida, tal como as peças que solidificam a amizade”, justifica o criativo. A obra foi distinguida com o prémio Bronze, na categoria Design, subcategoria Packaging, no Festival de la Publicidad Independiente 2021.

Mais que beber

  • Noite
  • Cafés/bares

Pela cidade, há espaços que lhe são exclusivamente dedicados e outros que, aos poucos, vão aprimorando os seus cocktails de forma a inclui-la. Mas a história daquela que é uma das mais populares bebidas da actualidade em Lisboa já tem séculos. O gin, como hoje o conhecemos, evoluiu de uma outra bebida, o jenever, com origem neerlandesa, e a sua primeira referência data do século XIII. Só mais tarde, no século XVII, é que seria popularizado no Reino Unido por mão do monarca William III, e acabaria por se tornar uma alternativa ao brandy. Com o aprimorar da receita, as possibilidades foram crescendo e as marcas florescendo, caminhando largamente até se tornar uma das mais populares bebidas espirituosas do mundo. Na capital portuguesa há muito onde o provar, portanto, o melhor mesmo é seguir o nosso roteiro dos melhores bares de gin em Lisboa. 

  • Noite

Dezembro é, por tradição, duro para o fígado. É o mês do Natal, dos jantares de grupo e das festas de passagem de ano, sempre bem regadas a álcool. E o corpo é que paga, já dizia António Variações. Felizmente, para colmatar os efeitos da época festiva, nasceu o movimento Dry January, que leva milhares de pessoas a abdicarem de álcool durante o primeiro mês do ano. Assim, sugerimos-lhe quatro sítios para beber mocktails em Lisboa. É para se enfrascar sem consequências, mas com o mesmo prazer. Aliás, nem vai notar a diferença. 

Recomendado
    Também poderá gostar
    Também poderá gostar
    Publicidade