Vinhos arte
Time Out Lisboa
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Vinhos que parecem obras de arte

Beber com os olhos nunca fez tanto sentido. Venha conhecer rótulos de vinhos dignos de galeria de arte.

Liana Saldanha
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Muitas pessoas têm o hábito de guardar os rótulos do vinho depois de beber. Algumas porque o vinho era memorável; outras porque aquela garrafa carregava um pedaço de arte – daqueles
que dão vontade de emoldurar.

Em Portugal, terra de produtores irrequietos e criativos, o vinho tem vindo a cruzar-se cada vez mais com o design, a ilustração, a fotografia e até o graffiti. Se antes o rótulo era apenas o “cartão de visita” da garrafa, hoje é também manifesto visual, identidade estética ou recado artístico. Alguns produtores apostam em colaborações com artistas contemporâneos, como o Quanta Terra, que, para celebrar os seus 25 anos, convidou o artista Alexandre Farto, aka Vhils, a intervir manual e diretamente sobre o vidro de 250 garrafas de cinco litros do vinho Íris, à venda por 1695 euros cada.

Quanta Terra X Vhils
DR

O resultado deste tipo de trabalho são garrafas que chamam a atenção antes mesmo de serem abertas, e que dizem muito sobre quem as produz. Na seleção abaixo, reunimos vinhos portugueses que vão além do sabor: contam histórias visuais, criam diálogos com a arte e mostram que a beleza pode, sim, estar no rótulo. São garrafas que provocam, chamam a nossa atenção e despertam aquela vontade de nos tornarmos colecionadores de arte. Bem-vindos à galeria vínica mais bela que já se viu.

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Vinhos que parecem obras de arte

Defio x Carlos Raposo - Vinhas Velhas Branco 2023

Região: Dão

Este vinho branco do Dão é uma ode à autenticidade: feito a partir de vinhas velhas com mais de 70 anos e disponível numa edição limitada de apenas 1200 garrafas. O seu rótulo, elegantérrimo e impactante, foi produzido à mão com lã de ovelhas de raças autóctones da Serra da Estrela e possui um design exclusivo, assinado pela Burel Factory. Além de ser à prova de água, destacável e cheio de personalidade, reflete o espírito genuíno de todos os projetos da Defio e dos vinhos do enólogo Carlos Raposo – estabelecendo uma conexão muito especial entre o terroir do Dão e o artesanato local.

PVP: 47€

Vinhos Aprt3 - INTEGRAAL TINTO 2018

Região: Lisboa

O nome Integraal representa a fusão entre vinho, azulejos, música e vídeo, transformando cada garrafa num ciclo artístico completo. Os seus rótulos, com 650 azulejos exclusivos feitos à mão por Paulo Rocha da Azulcer Azulejos, são um tributo à belíssima cerâmica portuguesa. O vinho ainda conta com uma banda sonora original de Stereossauro e um wineclipe inédito de Bruno Brandão (podem ver aqui). Produzido com a casta Cabernet Sauvignon, segundo o trio de produtores, a expectativa é que sua potência e frescor no paladar garantem que esta obra de arte possa ser apreciada por uma ou até duas décadas.

PVP: 96€

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Esporão Reserva Tinto 2022

Região: Alentejo

A Esporão mantém uma tradição, desde 1985, seu ano de fundação, de convidar artistas para desenhar os rótulos da sua linha Reserva, transformando cada safra numa autêntica peça de arte colecionável. O mais recente lançamento do tinto (2022) apresenta a arte de Eduardo Aires, que lindamente aliou tecnologia a uma estética oitocentista, com cores metálicas e
gradiantes, estabelecendo um diálogo visual com a década de nascimento da Herdade. Este vinho tem grande potencial de guarda, e é frequentemente recomendado para ser apreciado por, no mínimo, 10 anos.

PVP: 19.99€

Outros copos

“Strawberries, cherries and an angel’s kiss in spring,
my summer wine is really made from all these things…”

Se há uma música capaz de descrever um vinho perfeito para o Verão, é "Summer Wine": aromas de morangos e cerejas, com a delicadeza que só um beijo de um anjo poderia ter. A estação mais quente do ano pede vinhos que refresquem sem pesar, que tenham acidez viva, aromas de fruta fresca, toques herbais ou florais e, acima de tudo, que combinem com a leveza dos dias longos e das conversas sem pressa.

Não há como começar este artigo sem explicar o que são os vinhos fortificados doces: são vinhos que têm a sua fermentação alcoólica interrompida pela adição de aguardente, o que faz com que parte do açúcar natural da uva, que normalmente se transformaria em álcool, permaneça no vinho. Agora sim, o leitor está preparadíssimo para as dicas de fortificados doces que aí vem. 

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Ó mar salgado, quanto do teu sal está nos vinhos de Portugal! Tão portugueses quanto o poema de Fernando Pessoa – que tive a audácia de adaptar – são os vinhos atlânticos salgadinhos que a paradisíaca costa portuguesa proporciona. O Oceano Atlântico é o principal responsável por conferir características únicas aos vinhos produzidos junto ao mar de Portugal. Muitas vezes, são descritos como vinhos salinos; outros preferem dizer que são minerais, mas o que importa é que o salgadinho é bom e, com cada golo, vem a sensação de que acabámos de dar um mergulho refrescante no mar.

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