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Festival Internacional de Teatro de Setúbal
Fotografia: Helena Tomás/ Festival Internacional de Teatro de Setúbal Facebook

Festa do Teatro de Setúbal: seis espectáculos a não perder

A Festa do Teatro de Setúbal decorre entre 21 e 29 de Agosto. O director artístico José Maria Dias diz-lhe o que não pode mesmo perder

Raquel Dias da Silva
Escrito por
Raquel Dias da Silva
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Aqueles breves momentos de nervoso miudinho antes de se iniciar mais um espectáculo foram esticados à escala de uma pandemia, mas os “entre algo” não assustaram o Teatro Estúdio Fontenova, que volta a levar festa à sua cidade – Setúbal. De norte a sul do país e mais um bocadinho além-fronteiras, várias são as companhias a integrar o programa da XXII Festa de Teatro, que decorre de 21 a 29 de Agosto. “Costumamos ter à volta de três dezenas de espectáculos, para além das actividades paralelas. Este ano há menos propostas e lotação reduzida, mas são boas propostas e estamos a acautelar a segurança de todos”, revela o director artístico, José Maria Dias, que garante que continua a haver muitas razões para se perder em palcos sadinos, desde estreias nacionais a eventos de entrada livre. Propomos-lhe seis espectáculos a não perder. Para evitar ajuntamentos, a reserva prévia ou a compra antecipada de bilhetes é obrigatória. Estes custam entre 6€ e 8€.

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Festa do Teatro de Setúbal: seis espectáculos a não perder

Instruções para Abolir o Natal
Instruções para Abolir o Natal, uma produção da ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve (PT)

1. Instruções para Abolir o Natal

Após o concerto de Fado Bicha na sessão de abertura (Jardim Multissensorial das Energias, 18.00), a ACTA – Companhia de Teatro do Algarve inaugura o palco do Fórum Municipal Luísa Todi com Instruções para abolir o Natal, um texto de Michael Mackenzie sobre os processos e ondas de choque da chamada crise do subprime, entretanto numa narrativa já contextualizada pela incerteza das consequências do Brexit. “Fala-nos do conflito entre as pessoas que, confinadas num espaço, decidem coisas que vão influenciar a vida de muitos outros, e que naturalmente também têm os seus próprios problemas e crises emocionais”, enquadra José Maria Dias.

Fórum Municipal Luísa Todi. Sex (21 de Agosto) 21.30.

Uma Solidão Demasiado Ruidosa
Uma Solução Ruidosa, uma produção dos Artistas Unidos

2. Uma Solidão Demasiado Ruidosa

A história do velho Haňta – que, por ofício, prensa e destrói livros no subsolo de Praga, e que, por amor, salva dessa hecatombe os mais belos achados em pilhas de papel – entra em cena pela voz de António Simão, dos Artistas Unidos, que levou este “monólogo barroco” a palco pela primeira vez em 1997 e nunca mais o largou. “Acaba por se relacionar, de certa forma, com o momento que estamos a atravessar”, assevera o director artístico do festival setubalense. “O personagem é uma pessoa confinada, com receio de se afirmar e de encarar a realidade e o futuro”, adianta ainda José Maria Dias. “Mas esta não é uma reposição, é uma revisitação da matéria dada, que recomendo plenamente.”

Fórum Municipal Luísa Todi. Dom (23) 21.30.

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Genoma B
Genoma B, uma produção da La Compañia Albadulake

3. Genoma B

Abraçando novas dramaturgias, o circo, o flamenco e o teatro tornam-se uma só arte, para dar vida a uma adaptação personalizada de A Casa de Bernarda Alba, de Federico García Lorca, nesta proposta da espanhola La Compañia Albadulake, que já participou em anteriores edições do festival. “É uma das duas companhias estrangeiras que integram a programação deste ano”, explica José Maria Dias. “É um espectáculo de teatro-dança, cívico por assim dizer, sem palavra, que adapta e coreografa o texto de Lorca para nos falar de opressão e liberdade.”

Fórum Municipal Luísa Todi. Ter (25) 21.30.

Out of Stock
Fotografia: Vítor M. Cid

4. Out of Stock

Nesta peça sobre sonhos, esperanças, ilusões e uma vontade férrea de viver e brincar, há um pouco de tudo, desde malabarismo e acrobacias, até um poste chinês. “É um espectáculo de circo performático, um teatro muito físico”, explica José Maria Dias. Mas, por entre os equilibrismos, há sobretudo perguntas: trabalha-se para se viver ou vive-se para trabalhar? E onde é que nos encaixamos no meio do trabalho, pastas e receitas? Onde cabem os desejos, por entre as despesas, os saldos e as infinitas contas?

Pátio da Escola Secundária Sebastião da Gama. Qui (27) 19.00.

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Amores na Clandestinidade
Amores na Clandestinidade, uma produção do Hotel Europa

5. Amores na Clandestinidade

Este espectáculo, que é uma das duas estreias asseguradas, a par de Lugar-Abrigo (A Gráfica, Dom 19.00), reafirma o percurso da companhia Hotel Europa, que continua a insistir no teatro documental e em contar histórias a partir de investigações. “Na verdade, houve umas alterações alheias à organização”, conta. “Não era para ser este, mas acabou por ser e tem a ver com relações amorosas e a perseguição e repressão que havia no Estado Novo em relação a certos comportamentos que, segundo o regime, atentavam contra a moral pública.”

Ginásio da Escola Secundária Sebastião da Gama. Sex (26) 22.00.

Damas da Noite, uma farsa de Elmano Sancho
Damas da Noite, uma farsa de Elmano Sancho

6. Damas da Noite, uma farsa de Elmano Sancho

Ao encenador cabe a tarefa de encerrar o festival com um espectáculo que, evocando a conflituosa reviravolta de expectativas em torno do seu nascimento, dá vida a uma outra versão de si mesmo. A premissa é simples: os pais esperavam uma menina, mas nasceu um menino. Para erguer essa figura ficcionada chamada Cléopâtre, Elmano Sancho mergulha no mundo fascinante e provocador do transformismo. “É sobre a definição de género, inclui uma performance de drag queens e penso que, além de actual, é bastante interessante.”

Fórum Municipal Luísa Todi. Sáb (29) 21.30.

Sugestões de escapadinhas

  • Coisas para fazer

Estamos a leste do paraíso. Na verdade, a oeste, a norte e a sul também. Lisboa é tudo o que lhe mostramos todos os dias e é, sobretudo, uma cidade com uma localização privilegiada. À sua volta, há ainda mais recantos bonitos e surpreendentes. Por isso (e porque não resistimos a ir laurear a pevide), seleccionámos dez destinos dignos de capa de revista em qualquer parte do mundo.

  • Coisas para fazer

No Verão, é certo e sabido que os areais ficam cheios de veraneantes sedentos de mergulhos no mar e banhos de sol. Este ano, tal como em todos os outros aspectos da vida quotidiana com que nos deparamos agora, será diferente, haverá mais cuidados, mais vigilância, mais essenciais a levar na mala, como a máscara e o álcool gel. Mas as praias fluviais, menos conhecidas ou de difícil acesso, são uma boa alternativa a ponderar e de certo com menos ajuntamentos.

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