Doze praias fluviais perto de Lisboa

No século XIX e até à primeira década do século XX, a Praia do Clube Naval, também conhecida como Praia do Bico Mexilhoeiro ou “a praia do Barreiro”, era uma das mais concorridas a sul de Lisboa. Parte do chamado Circuito Ribeirinho do Barreiro, composto por mais duas praias fluviais, ainda que não reconhecidas oficialmente (a autarquia diz que está para breve), continua a ser um espaço de quietude e beleza que convida a apreciar a paisagem do rio. Com Lisboa em pano de fundo, é para aproveitar sentado no areal ou na esplanada do restaurante.

Banhada pelas águas do rio Tejo, esta praia fluvial, formada por uma pequena península, foi em tempos um importante centro moageiro, razão por que ainda conserva um notável conjunto de três moinhos de vento: construídos em 1852, o Gigante, o Nascente e o Poente são testemunho da antiga e próspera actividade de moagem e descasque dos cereais que vinham das planícies do Sul. Mas vamos ao que interessa. Com um extenso areal, a praia dispõe ainda de um bar com esplanada e de um parque de estacionamento mesmo ao lado.

Perto de Corroios, no concelho do Seixal, esta praia fluvial, conhecida localmente como Praia dos Tesos ou Ponta de Mato, foi a primeira praia classificada do estuário do Tejo. Apesar do acesso por estrada batida, há infraestruturas de apoio, como um parque de merendas com grelhadores, chuveiros exteriores e sanitários e até um posto de socorro dos bombeiros.

À saída de Samouco, encontra esta praia fluvial, com um parque de merendas, coladinho ao areal, com mesas de piquenique, fogareiros e churrasqueiras, uma zona de relva e até um campo de jogos. Mas antes, ao longo do circuito pedonal, existe ainda um conjunto de equipamentos desportivos para usufruto público, assim como um miniparque de skate. Perfeito para se cansar antes de ir dar um mergulho.

A Praia dos Moinhos, também conhecida como a Praia de Alcochete, é conhecida pelos seus três moinhos de vento, actualmente desactivados, mas também pela água tranquila, quente e de baixa profundidade, com excelentes condições para a prática de desportos de vento, como o kitesurf e o paddlesurf. Os menos aventureiros podem sempre dedicar-se ao lançamento de papagaios de papel. Existe ainda uma zona com vários equipamentos de exercício físico. Se quiser refrescar-se, aproveite a esplanada do Pikolé, o bar da praia.

Esta praia fluvial é na verdade um dois em um. Além de apanhar o rio Sado, como já fica na foz, também recebe água do oceano Atlântico, marés incluídas. Junto ao sopé da Serra da Arrábida, mesmo no centro de Setúbal, é muito frequentada, mas não peca por falta de espaço. Depois, além de estar perto do Parque Urbano da Albarquel e do Jardim da Saúde, também tem um café/bar com esplanada, o Rockalot, com refeições rápidas e um vasto menu de cafetaria a preços acessíveis. Mas, atenção, é preciso ter cuidado com as rochas na maré baixa.

A Praia do Rosário, no concelho da Moita, é a última praia fluvial do rio Tejo e é a que tem o areal mais extenso, cerca de um quilómetro salpicado por conchas de ostras. Destacam-se as infraestruturas de apoio, como o parque de estacionamento e para bicicletas, a marisqueira Baía Tejo, com esplanada à beira-rio e os dois parques de merendas com grelhador, onde poderá piquenicar à sombra. Não deixe também de apreciar a particular luminosidade de final de tarde no adro da capela manuelina alcandorada sobre o Mar da Palha.

Esta praia fluvial – semi-abrigada dos ventos do Oeste graças ao Lizandro, rio com nome de cantor romântico brasileiro que escavou um vale naqueles montes – é um dois em um: de um lado tem rio, do outro há mar. Mas desaconselhamos os banhos no rio. Se quer fazer degustação de pirolitos, faça-o no mar. Quanto ao areal, não há falta de espaço e como é perto da Ericeira costuma ser frequentado sobretudo por famílias e os omnipresentes surfistas. Vai gostar ainda de saber que tem Bandeira Azul e todos os apoios necessários a um veraneante habituado ao melhor dos confortos. Passadiço para passear, parque de estacionamento amplo, mobiliário urbano e nadador salvador.

Nos fins-de-semana em que o calor aperta, em vez de ir até às praias da marginal de Lisboa, esforce-se um pouco e vá até à vila de Valada, no Cartaxo. Nesta praia fluvial, com parque de merendas, pode banhar-se no rio Tejo (atenção: a qualidade da água não é conhecida); do outro lado vê-se a Aldeia de Escaroupim, com as suas tradicionais casas de avieiros (pescadores nómadas originários de Vieira de Leiria). Para o respectivo apoio à praia fluvial e ao cais, há apenas um bar com esplanada e um cais de embarque, que se destina a desportos náuticos. Mas o parque de merendas já mencionado vale bem a pena. Tem várias churrasqueiras e três pontos de água, com muita sombra para fazer a sesta depois da comezaina.

Requalificada em 2005 e posteriormente em 2015, a Praia Doce, como é conhecida em Salvaterra de Magos, tem actualmente e em permanência uma equipa de vigilância dos Bombeiros Voluntários durante os fins-de-semana, quando tem mais afluência. O município costuma ainda fazer todos os anos a reposição da areia na margem do rio. Com um extenso areal, é uma excelente opção para banhos com crianças, uma vez que não vai deixar de ter pé, mesmo com maré cheia. Além disso, há instalações sanitárias e um parque de merendas.

São quase duas horas de carro, mas vale a pena o esticão. Perto de Milreu, quase no centro do país, este é um dos locais mais conhecidos do concelho de Vila de Rei, talvez por ter sido uma das três finalistas do concurso Maravilhas de Portugal, na categoria de Praias de Rios, em 2012. Destaca-se desde logo pela passagem natural na rocha e pela ribeira a dividir o maciço rochoso. Às quedas de água que formam as piscinas naturais de Penedo Furado dá-se o nome de “bufareiras”. Com pouca profundidade, é ideal para programas em família, embora também seja bastante procurada por campistas. No ponto mais alto, existe um rochedo imponente com uma enorme abertura afunilada, que dá nome à praia e onde foi criado o Miradouro do Penedo Furado. Daí poderá admirar a paisagem de serras e montes revestidos de pinhais, a ribeira do Codes, a albufeira da Barragem do Castelo de Bode e as casinhas das povoações envolventes.

É em terras ribatejanas, nas margens do rio Tejo, que se encontra esta praia fluvial, junto a uma antiga vila piscatória já abandonada. As edificações palafíticas em madeira, construídas a pensar nas cheias de Inverno, continuam a ter o seu encanto, apesar da degradação, e o local, incrivelmente sossegado, tem espaço de sobra, mas muito mais. A começar pelo ar puro e a sombra generosa, graças a frondosos salgueiros. Para ir a banhos ou para estacionar o carro e piquenicar, a escolha é sua.