
Algarve: nove ideias para fugir da praia este Verão
Siga as nossas sugestões e deixe de ter areia nos pés. Mas atenção: mesmo longe da praia, vai continuar a meter água.
Parques oceanográficos, cascatas e quedas de água são uma boa alternativa para quem se quer refrescar sem ter de enfrentar as multidões à beira-mar. Mas há mais para fazer longe dos areais algarvios, como passear pelas ruínas de uma villa romana ou andar de barco na Ria Formosa. Visitar vinhas, conhecer o terroir e tornar-se num sommelier, enquanto aumenta os conhecimentos de francês, também é um plano válido, sobretudo porque o Algarve tem bom vinho que vale a pena conhecer. E há mais propostas, como um passeio pelo Mercado de Loulé ou uma exposição sobre a Dieta Mediterrânica, Património da Humanidade. São nove ideias para fugir da praia este Verão.
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Há vida além da praia


1. Deslumbrar-se com a Ria Formosa
Há muitas maneiras de se aproximar do Parque Natural da Ria Formosa, eleito como uma das sete Maravilhas Naturais de Portugal. São cerca de 18 mil hectares, protegidos do mar por cinco ilhas-barreira e duas penínsulas, que se estendem ao longo de 60 quilómetros do sotavento algarvio pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António. É só escolher, portanto. Para os lados de Tavira, as salinas e o sapal assumem grande expressão e é fácil observar, nas zonas de vasa, sobretudo durante a baixa-mar, várias aves alimentando-se no lodo, como a garça-cinzenta, o perna-longa, a cegonha-branca e o pilrito-comum. Se quiser fazer um passeio a sério, experimente os Passeios Ria Formosa, de barco e com paragens em praias ou outros locais de interesse.
2. Levar a família até ao fim do mundo
O Cabo de São Vicente é o ponto mais a sudoeste da Europa e fica a cinco quilómetros de Sagres, onde poderá ficar hospedado no Martinhal Sagres Beach Family Resort. É o tipo de hotel para onde vale muito a pena levar a garotada, como o próprio nome indica. Mas o melhor, como também já deve ter percebido, é mesmo a localização. Não é só por estar perto do Cabo, esse promontório rodeado de uma paisagem remota, com falésias que o tornam um marco obrigatório, penhascos dentados que sobem até 60 metros dos mares e um dos faróis mais brilhantes. É também porque está mesmo ao lado da Praia do Martinhal. Não é por isso de estranhar que a maioria dos quartos tenham vista para o mar. Mas como a ideia é fugir da praia, vai gostar de saber que a maioria dos alojamentos são casas com jardim e piscinas privadas. O sonho.
3. Passear pelas Ruínas Romanas de Milreu
Visitar este monumento é programa para um dia inteiro. A poente da aldeia histórica de Estoi, a rústica Villa Romana de Milreu revela uma ocupação continuada desde o século I até ao século XI e a sua riqueza está patente no importante volume de achados arqueológicos, como mosaicos de temática predominantemente marinha, revestimentos marmóreos e cerâmicos diversos, estuques pintados e escultura decorativa. No Centro de Interpretação, encontra uma exposição permanente, mas vale mesmo a pena espreitar o percurso arqueológico e o trilho botânico.
4. Matar saudades do mar
Num ano menos atípico, teríamos recomendado o Aquashow sem pestanejar. Afinal, onde mais se poderia atirar do Maior Free Fall da Europa, inaugurado pelo surfista Garrett McNamara? É triste, mas é verdade: o parque aquático só reabre na próxima época. Até lá, terá de se contentar com outras diversões aquáticas, como as do Zoomarine, um parque oceanográfico com apresentações aquáticas para dar e vender. Há as dos golfinhos, as dos leões-marinhos e até as das aves exóticas e de rapina. Como se não fosse suficiente, ainda há espectáculos de acrobacia, um cinema 4D e um aquário para uma visita ao fascinante universo marinho por entre mais de duas dezenas de ecossistemas. Só ainda não há piscinas e escorregas, mas não se preocupe. Não faltam alternativas para se divertir.
5. Mergulhar em quedas e cataratas
Abrindo a janela do carro, é o cheiro a orégãos que entra sem pedir licença, na estrada a caminho da Queda do Vigário (N124 11X, Alte), a parte terminal de uma sequência de cascatas formadas em tufos calcários na ribeira de Alte. E para quê cair no conto quando pode fazê-lo nesta queda, presa entre o barrocal e a serra. Tão límpida quanto fria, nasce na Quinta do Freixo e junta-se com a ribeira de Algibre perto de Paderne, formando a ribeira de Quarteira. Despenha-se a pique a 24 metros de altura, caindo num lago que se assemelha a um alguidar, num local de grande beleza natural. O carro fica estacionado a cerca de 200 metros do local e a descida até ao banho é íngreme, com acessos degradados. Não tem bar nem estruturas de apoio, mas vale a pena a visita.
6. Visitar o mercado de Loulé, o favorito de Felisberto Lalande
Pegue na cesta e vá à descoberta dos mercados da região. Lá encontrará produtos típicos da zona, como o litão seco em Olhão ou figos suculentos em Loulé. Pode também inscrever-se no programa Spice Spoons do Anantara Vilamoura e visitar o Mercado de Loulé com um dos chefs ou sous-chefs da cadeia tailandesa e escolher os ingredientes para a preparação de uma refeição em conjunto. Se preferir ir às compras sozinho, vale a pena espreitar, por exemplo, o mercado de sábado, que decorre no exterior, das 07.00 às 13.30.


7. Provar um vinho algarvio
Ainda esquecido pela enologia nacional, o vinho algarvio começa a emancipar-se e a ganhar terreno (e terroir), nas cartas e garrafeiras nacionais: a proximidade do mar e o solo arenoso fazem dele um vinho mais leve e de aromas frescos e salgados. Alguns enólogos estão, inclusivamente, a revitalizar uma casta típica da região, a Negra Mole, com relativo sucesso. As quintas Barranco Longo (Algoz), Cabrita (Silves), João Clara (Alcantarilha), Quinta dos Vales (Estômbar) ou Quinta do Francês (Silves), por exemplo, estão entre aquelas que organizam visitas e provas de vinho que deve considerar para as tardes quentes de Agosto e Setembro.


8. Espreitar o circuito de arte pública
Nem sempre a ocupação da via pública pela arte se dá de forma pensada e estruturada. Muito menos tendo em conta aquilo que os moradores têm a dizer. A Fundação EDP criou um programa inclusivo, em que os artistas e os residentes discutiram em assembleias locais o tipo de obra que iria nascer nas paredes, nos postos de transformação, nas paragens de autocarro ou até nos quartéis de bombeiros. Artistas como Vhils, Xana, Manuel João Vieira ou Mariana, a Miserável, integram o circuito de arte pública que tomou conta de 40 cidades de norte a sul do país. No Algarve, há propostas de Jorge Pereira, Menau, Xana, Tiago Batista, Susana Gaudêncio, Padure e Mariana, a Miserável em Vila do Bispo, Barão de São João, São Bartolomeu de Messines, Mexilhoeira Grande, Figueira, Alte e Alportel.
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