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©Nelson Garrido

Sublime Comporta: a perfeição pode ser isto

O lugar diz-se Sublime e nós concordamos: três anos depois, voltamos ao lugar onde já fomos felizes e não poupamos nos adjectivos para justificar a extravagância.

Cláudia Lima Carvalho
Escrito por
Cláudia Lima Carvalho
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Dissemos a um amigo que íamos dormir ao Sublime Comporta. A resposta dele, que terá sido qualquer coisa como “mais um que o comum dos mortais não conhecerá”, deixou-nos a pensar. E tudo porque o comum dos mortais devia, pelo menos uma vez na vida, aqui ficar. Seja numa data especial ou apenas para fugir à rotina de sempre. Se é para cometer uma extravagância, que seja aqui.

Sublime Comporta

©DR

Se no dicionário sublime vem definido como “majestoso”, “poderoso”, “esplêndido”, “o belo”, na Comporta estas palavras ganham forma. O nome não engana, de tal forma que aqui é difícil fugir aos clichés, e não é porque é tudo igual ao que já vimos, mas porque é mesmo um paraíso escondido, um refúgio perfeito – lá está, sublime, como o nome promete.

Já aqui tínhamos estado em 2015, quando o Sublime Comporta se dividia apenas por dois edifícios: o principal, onde ficava o restaurante, o bar, o spa e cinco quartos; e uma outra estrutura com nove quartos. Três anos passaram e tudo agora está diferente. O Sublime é hoje uma máquina bem oleada. Maior, mais elaborado, mas melhor ainda. 

©Nelson Garrido

O hotel ganhou várias villas com uma interpretação contemporânea das típicas “cabanas da Comporta” – há villas com 2,3, 4 e 5 quartos e todas têm uma piscina privada, lareira interior com saída também para o exterior e terraços próprios virados para o verde e para o nada. Apesar de existirem várias e, à primeira vista, estarem quase lado a lado, a disposição das villas não permite o contacto. Ou seja, tanto no quarto, com grandes janelas para a rua, como no terraço, como até na casa de banho com uma banheira de tamanho familiar virada para a janela, sentimo-nos sós como só nos apetece estar. Ajuda que o hotel fique numa herdade com 17 hectares e portanto com espaço, mas ajuda também que não tenha crescido em demasia. Uma vez mais, não é por acaso – se há coisa que existe aqui é a certeza da intimidade e do conforto de nossa casa.

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©Nelson Garrido

Outra das novidades desta nova vida do Sublime é o restaurante Sem Porta (espreite a caixa aqui em baixo), que fica agora num outro edifício, juntamente com o Lobby Bar e o Kids Club, além de várias zonas para se estar. É neste edifício que somos recebidos para fazer o check-in e é logo aqui que apetece ficar. A simpatia de quem nos recebe e a forma como todo o espaço, inspirado nos antigos celeiros, está disposto e decorado faz com que nos esqueçamos rapidamente da vida que deixámos em Lisboa. Apesar de grande, tudo aqui é acolhedor. Há sofás e cadeirões espalhados e duas lareiras acesas – com bom tempo o destaque vai para as grandes portas que se abrem e fazem com que o terraço seja o prolongamento do restaurante e do bar, e o mesmo acontece no Kids Club, que não é mais do que uma sala enorme onde não faltam caixas de brinquedos, canetas, lápis e papéis, matraquilhos e até televisão e consolas (para os dias quentes há uma piscina para os miúdos mesmo ali ao lado).

  • Hotéis

No antigo edifício, o restaurante deu espaço a um bar, que serve de apoio à enorme piscina exterior e ao spa – experimente tudo a que tem direito: banho turco, sauna e piscina interior. Se quiser, há ainda massagens que prometem pô-lo a levitar. Percebe agora porque deve pôr o Sublime Comporta na lista das coisas para fazer antes de morrer? É de luxo, talvez caro, mas é tudo o que um bom hotel deve ser.

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Como Chegar
Depois da Ponte Vasco da Gama apanhar a A12 e seguir depois para a A2. Sair em direcção a Grândola/ Sines e depois sair para Comporta/Tróia.

Preços
Quartos a partir dos 225€

GPS

Para comer

Já que aqui está, não deixe de experimentar o Sem Porta (Seg-Dom 13.00-15.30/ 20.00-22.30), liderado desde o início deste ano pelo chef Tiago Santos, chegado de Londres, onde estava no Bar Douro – antes passou por sítios como a Casa de Chá da Boa Nova ou o The Yeatman. Da carta que acaba de apresentar constam pratos como choco grelhado, crocante de tapioca e gel de maracujá (17€), vichyssoise de ostra (ostra glaceada, creme de alho francês assado e funcho, 21 €) ou carré assado, acompanhado com puré de fava, wasabi e jus de enchidos (29€). O cuidado que é posto na mesa, privilegiando os produtos da região, é o mesmo com que são seleccionados os vinhos. Na dúvida deixe-se guiar porque dificilmente sairá descontente. O que é certo é que para a mesa só vai o que é fresco – com destaque para os legumes que saem da horta aqui mesmo ao lado. No Lobby Bar (Seg-Dom 11.00-00.00), além de cocktails elaborados e gulosos servem-se também refeições rápidas. Caso queira sair do hotel e conhecer o que há nas redondezas experimente O Dinis - Restaurante Bar dos Pescadores (Seg-Dom 12.30- 23.00). Em plena praia do Carvalhal, mesmo em frente ao mar, com uma vista magnífica, pode comer aqui um bom peixinho grelhado. É uma boa paragem também para petiscos a saber a Verão, como salada de polvo ou amêijoas.

Outros planos de fuga

Herdade da Matinha: lição de vida no gerúndio
  • Viagens

Na melhor parte do dia, só se ouvem os pássaros. Quando se calarem os pássaros, hão-de ficar as cigarras. E se acaso também elas se calarem, o mais certo é que comece a ouvir o som da própria barba a crescer. Na Herdade da Matinha há uma promessa de sossego que nos recebe à chegada e se cumpre à medida que o vagar se instala em nós. Estamos um pouco além do Cercal do Alentejo, três quilómetros de terra batida campo adentro, num refúgio acoitado entre montes. Só se chega aqui de propósito, só se sai daqui contrariado.

Jupiter Marina Hotel: Amor e uma cabana. Mas das boas
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Lá dizia o outro, isto para fazer campismo não há nada que chegue a um bom hotel. A idade vai nos aburguesando, não há que contrariar, e a rapaziada que ainda ontem adorava dias de praia, noites de rambóia e que lá pela manhã se recolhia alegremente em dois metros quadrados de tenda ou na cama de qualquer pardieiro, continua a achar tudo isso muito bonito mas já pedindo outros confortos e mordomias. A este processo natural de evolução da espécie chama-se crescer e é bom.

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  • Viagens

Quando as instruções do compositor são seguidas, a 8ª sinfonia de Mahler exige uma orquestra com cerca de 120 músicos, dois coros com um mínimo de 32 cantores cada, oito solistas vocais e um coro infantil. Chamam-lhe “sinfonia dos mil”. É mais ou menos o mesmo que sucede com o Belmond Reid’s Palace. No histórico hotel da Madeira, para que tudo corra em harmonia e a tempo, há centenas de pessoas que todos os dias seguem a mesma pauta. A diferença é que aqui apenas vemos os solistas e pouco mais, que o resto da orquestra toca nos bastidores e só se assoma à boca de cena se for chamada a isso. No Reid’s tudo é serviço e o serviço quer-se assim: afinado, a compasso de metronomo, mas sempre discreto e sem ruído. 

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