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Portefólio: o mar sem fim de José Sena Goulão

José Sena Goulão fotografa um mar matutino, povoado por quem nele procura a acalmia do surf. Nós mostramos-lhe as imagens.

Sebastião Almeida
Escrito por
Sebastião Almeida
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A rotina começa cedo, ainda o sol não se mostra. O objectivo é estar dentro de água quando os primeiros feixes de luz se espelham na água e a luminosidade se reflecte na cintura de edifícios altos construídos à beira-mar na Costa da Caparica. José Sena Goulão, 41 anos, cresceu de pé na areia. Primeiro veio o bodyboard. Depois, o surf. Uma lesão nas costas impede-o agora de se fazer ao mar numa prancha, mas o bichinho ficou. Afastado das ondas, começou a pensar como poderia voltar – lembrou-se de que poderia servir-se do que faz melhor e divertir-se na água enquanto fotografa amigos a surfar.

“Foi a maneira de voltar para dentro de água”, explica à Time Out o fotojornalista da agência Lusa. “No meu trabalho, a maior parte das pessoas não quer ser fotografada.” Seja nos retratos, nas conferências de imprensa ou nas manifestações. Há uma sensação de intrusão que, na água, “é diferente”. “[No oceano] há uma dinâmica em que pareço bem-vindo”, diz. Por agora, só fotografa amigos ou conhecidos e fá-lo sem qualquer tipo de pressão. Chega mesmo a ser terapêutico.

Começou a aventurar-se no mar em Fevereiro. Mas, nove meses depois, ainda continua a ser “uma aprendizagem”. Há que ter em conta a corrente, a ondulação e a zona de rebentação – há “praias em que cada onda quebra no seu lugar”. Fotografar dentro de água não é tarefa fácil. “Existem N variáveis.” O esforço físico, o perigo de estar sujeito à força das ondas, mas também a dificuldade técnica, seja pelas gotas de água presas à objectiva que se notam na imagem, ou o foco desviado.

Só há três meses conseguiu convencer alguns dos amigos a fazerem-se ao mar ainda de madrugada. Estar na água no momento em que o sol irrompe pela linha do horizonte confere às imagens uma aura de renascimento. Este exercício tem-lhe permitido descobrir um estilo diferente de fotografar, uma vez que, na agência de notícias em que trabalha desde 2008, às tantas sente-se pré-formatado para fotografar sempre da mesma maneira, obedecendo às normas estritas da imprensa.

Nas imagens de Goulão não é a acção que conta, mas sim a reacção, a composição. O fotógrafo também quer fazer as imagens que todos conhecem de surfistas a rasgarem a água em tubos perfeitos ou em manobras suspensas no ar. Tudo a seu tempo, diz-nos. Ir ao mar e fotografar quem lá passa tem-se revelado um exercício de descoberta, um balão de oxigénio que lhe permite olhar e registar o que está à sua volta de uma forma mais livre. Quase como se estivesse a fotografar num universo paralelo.

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Vila Cã, perto de Abiul, em Pombal, é uma das muitas terras do país cuja existência apenas se torna evidente quando dela se fala. De outra forma, permaneceria intocada, num silêncio apenas quebrado pelos cerca de mil habitantes que lhe dão vida. As raízes da família de Ricardo Lopes, fotógrafo de 29 anos, estão lá. Foi nessa terra que os avós fizeram vida, que o pai e os tios cresceram, para já mais velhos deixarem a aldeia da infância à procura do bulício da cidade e de uma vida melhor.

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Foi um casaco amarelo herdado que lhes fez ganhar o nome, mas foi o gosto pelo desconhecido que os aproximou. Ivy e Athon, nomes fictícios, são os rostos (ocultos) por detrás dos The Yellow Jackets, um casal português “na casa dos trintas”, que viaja por Portugal e pelo mundo com o objectivo de explorar e fotografar edifícios abandonados. “Por ironia do destino”, contam à Time Out, pouco tempo depois de começarem a usar o anoraque amarelo do pai de Athon, depararam-se com outro idêntico e em mau estado, num dos locais que visitaram. 

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É fácil esquecer que a Fonte da Telha não é apenas uma praia. Durante os meses de calor, os lisboetas agarram nos carros, entopem a 25 de Abril numa torreira de sol e monóxido de carbono, e vão desaguando ao longo da linha de praias da Costa da Caparica. A Fonte da Telha é a última, já partilhada pelos concelhos de Almada e Sesimbra, tão extensa e bonita que se tornou destino de muitos, muitos veraneantes. Tantos que a preocupação à chegada passa mais por encontrar um lugar de estacionamento, um sítio para a toalha e o guarda-sol, do que em olhar ao redor. O que não se vê a partir deste frenesim do descanso é uma comunidade piscatória com “uma pulsão muito própria”. O fotógrafo Nuno Miguel Dias mostra-nos como se vive na Fonte da Telha nos outros noves meses do ano.

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Quando os médicos que conduziam o parto o chamaram para tirar a fotografia, avisaram-no logo: “Se quiser, tem de ser agora”. Até então sentado numa cadeirinha ao lado da mulher, Miguel Madeira teve somente tempo para se levantar, subir a câmara ao rosto, e disparar. “Foi como se estivesse a trabalhar. Estava apenas a garantir que a imagem ficava bem feita, como se fosse o parto de outra criança”, recorda sobre o momento em que registou os primeiros segundos de vida da filha, na manhã de 22 de Abril. Só depois dos primeiros gritos da recém-nascida ecoarem nas paredes da sala de parto entendeu verdadeiramente o que se passava. “Foi aí que senti um baque. Depois de tirar a câmara do olho fui-me abaixo”. Contou-lhe os dedinhos minguados, como as mães ensinavam. E chorou.

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