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Pichas Murchas

As ruas com nomes mais estranhos em Lisboa

Há nomes que não lembram nem ao diabo. Descubra a história por detrás das ruas com nomes mais estranhos em Lisboa.

Renata Lima Lobo
Escrito por
Luís Leal Miranda
e
Renata Lima Lobo
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Todas as cidades têm uma Rua Direita, uma Almirante Reis ou uma 5 de Outubro. Mas uma Triste-Feia, por exemplo, só nós. Já para não falar no Jardim das Pichas Murchas que tantas fotografias arranca de quem por ali passa. Mas afinal quem é que se lembrou de nomes assim? O que significam eles? Confesse que já pensou nisso várias vezes. Não dê mais voltas à cabeça, estamos cá para o ajudar. Gostava de descobrir a história por detrás das ruas com os nomes mais estranhos em Lisboa? Então tome nota.

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As ruas com nomes mais estranhos em Lisboa

A Triste-Feia

A Triste-Feia

Curiosidade: não é uma rua, nem uma travessa, nem uma avenida. É só a Triste-Feia. O topónimo mais miserável de Lisboa fica em Alcântara, entre a Rua Costa e a Rua Maria Pia, por detrás da estação Alcântara-Terra. A origem do nome não é muito clara, mas deve-se a uma mulher triste, e por isso feia; ou feia, e por isso triste.

Azinhaga da Bruxa

É uma estreita azinhaga localizada no Beato, junto ao Bairro da Madredeus, uma das sobreviventes que ainda evocam o passado rural de freguesias como o Beato, Marvila ou os Olivais. Quanto ao nome, podia ser até ser uma referência a uma pessoa não muito agradável, mas segundo a secção de toponímia da Câmara Municipal de Lisboa o nome pode mesmo ter alguma relação com uma bruxa que aqui viveu ou com prática de bruxaria. Seja como for, não a vá conhecer durante a noite.

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Beco da Bicha

O beco que liga a Rua de São Miguel à Rua da Regueira, em Alfama, é bem antigo. O seu nome já aparecia em registos paroquiais anteriores ao Terramoto de 1755, só que como "Beco da Bixa". Seria esta uma rua com comércio e longas bichas? Ou seria esta a morada de uma cobra, também considerada bicha no dicionário português?

Cunhal das Bolas

Não é rua, não é largo, não é betesga. É um arruamento que liga a Rua da Rosa à Luz Soriano. Um cunhal, diz o dicionário, é uma esquina ou um "ângulo saliente formado por duas paredes de um edifício". Portanto, metade deste topónimo está esclarecido. E é das bolas, porque os cunhais deste antigo palácio do século XVI (hoje Hospital de S. Luís dos Franceses), estão decorados com meias esferas em relevo.

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Escadinhas da Porta do Carro

Escadinhas da Porta do Carro

Este intrigante lanço de escadas liga a Rua de São Lázaro à Travessa do Hospital e desemboca na entrada do Hospital de São José que dá actualmente acesso directo às Urgências. Esta entrada tem o nome de Porta do Carro. Porquê? Ora essa, porque até aos anos 20 do século passado a morgue ficava no local onde agora funciona o serviço de urgência, e era por ali que entrava o carro mortuário que conduziria os defuntos atés aos cemitérios.

Jardim das Pichas Murchas
Fotografia: Ana Luzia

Jardim das Pichas Murchas

Não é um jardim e não tem nada de murcho ou que possa murchar. Mas em tempos este pequeno largo na Rua de São Tomé, perto do Castelo, juntava a terceira idade do bairro em plena contemplação. Ora um calceteiro, de seu nome Carlos Vinagre, começou a chamar àquele sítio o jardim das pichas murchas, dada a quantidade de sistemas reprodutores ociosos que se sentavam naqueles bancos. O nome pegou, e nem mesmo uma tentativa da junta de mudar o nome demoveu os populares da zona, que defenderam sempre este topónimo.

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Travessa dos Buracos

Pelo que pudemos apurar, este arruamento localizado no centro histórico dos Olivais não tem buracos, pelo menos nos dias que correm. Certo é que em tempos idos aqui existiu a chamada Quinta dos Buracos, a origem toponímica desta velha travessa. O edifício da quinta ainda existe, embora esteja devoluto, e foi num dos seus quartos que o revolucionário republicano José Maria Nunes montou um laboratório de engenhos explosivos.

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Responda rápido, por favor: qual é a pata direita do cavalo de D. José? Se precisa de ir ao Terreiro do Paço confirmar é porque preciso mesmo da nossa ajuda. Aqui na Time Out gostamos de sugerir pratos e restaurantes, mas não somos os melhores do mundo a alimentar as dúvidas. Se anda com uma pulga atrás da orelha com alguma questão sobre a cidade, talvez a consiga catar por aqui.

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